Guia NBA — Boston Celtics: Chegou a hora da liga ficar verde de novo?

Heitor Facini
buzzerbeaterbr
Published in
4 min readOct 17, 2016

Capitaneados pelo baixinho Isaiah Thomas, o Celtics pode ir longe.

(Neon Tommy/Flicr)

São 17 títulos da NBA, 21 títulos da conferência e 70 anos ativo na liga. O Boston Celtics tem história para dar e vender. Mas, desde que o Big Trio (Ray Allen, Paul Pierce e Kevin Garnett) saíram de lá o time passa por reconstrução. E essa reconstrução é feita pelo alicerce de Brad Stevens, treinador jovem que comanda a equipe desde a temporada 2013–14.

Aliás, essa reconstrução foi feita com base na saída do big trio. Ray Allen já tinha saído antes, mas Pierce e Garnett foram trocados com o Brooklyn Nets. Entre outros jogadores, o time recebeu escolha de 1ª rodada nos drafts de 2014, 2016, 2018 e a opção de trocar as escolhas em 2017. Por enquanto a escolha virou James Young em 2014 e Jaylen Brown em 2016. Outra troca que deu certo foi a de Rajon Rondo para o Dallas Mavericks por Jae Crowder, uma escolha de 2016 e mais dois jogadores. Aliás,o Boston teve tantas escolhas de draft nesse ano que fica absurdo tentar comentar todas elas. Foram 8 ao todo.

A base que surpreendeu ano passado foi mantida, foi feita uma boa off-season, mas o que falta para o Celtics incomodar o Cleveland?

COMO FOI TEMPORADA PASSADA?

O time era desacreditado para classificar para os playoffs. Mesmo. Você olhava pro elenco e ninguém chamava realmente a atenção e saltava os olhos. Na temporada retrasada (2013–2014) o time nem conseguia ir para os playoffs — conseguiu 25 vitórias e 57 derrotas. Na temporada seguinte foram 40 vitórias e 42 derrotas e uma queda no playoff. Em 2015–16 as coisas foram diferentes.

Isaiah Thomas define o que foi a temporada do Boston Celtics. No início era cotado para ganhar o prêmio de melhor sexto homem do ano, roubou a vaga de titular de Marcus Smart, assumiu a posição não só de armador titular da equipe, mas de grande lider do elenco. O cara subiu a produção de 16.4 pontos e 4.2 assistências para 22.2 pontos e 6.2 assistências de média. Foi o jogador que mais jogou e começou jogos no time do Celtics, com 32.2 minutos de média em quadra. Isso rendeu para ele a primeira convocação para um All-Star Game da carreira. Tudo isso com apenas 1,75m de altura.

Outra evolução latente foi a de Avery Bradley como o melhor ala armador defensivo da liga. Com sua proteção no perímetro, o Boston conseguiu avançar na liga e evoluir. Sua pontuação também chama a atenção, subiu de 13.9 para 15.2, assim com o número de assistências, tocos e roubos de bola.

Mas quem chama realmente a atenção é o sr. Jae Crowder. O cara que, como citado acima, foi basicamente dado como moeda de troca pelo Dallas por Rondo se mostrou muito mais que um mero reserva. Se lá no time de Dirk suas médias eram de 7.7 pontos, em Boston são 14.4. Além disso, com toda a sua capacidade física o time conseguiu evoluir em conjunto.

Aliás, tudo isso é graças ao técnico Brad Stevens. Ele revolucionou o jeito de jogar do time, com uma defesa muito bem postada. O time foi o terceiro no número de posses por 100 minutos, teve o 5º melhor ataque da competição e a 4ª melhor defesa. Isso tudo com muitos jogadores desacreditados ao longo das últimas temporadas.

O QUE MUDOU?

Como tinham várias escolhas de draft, vieram muitos rookies. O principal e que provavelmente vai ter mais tempo de quadra é o ala Jaylen Brown. Seus números no college foram modestos até, 14.6 pontos, 5.4 rebotes e 2.0 assistências. Mas o time de Boston aposta no seu atleticismo nessa temporada.

Junto dele vieram Demetrius Jackson, Ben Bentil, Marcus Georges Hunt, Damion Lee, Guerschon Yabusele, Ante Zizic e Jalen Jones. Ou seja, bastante rookie num time, poucos vão ter a real oportunidade de jogar.

O time perdeu Evan Turner e Jarred Sullinger para a free agency. Mas ganhou Gerald Wallace de volta para o time e o pivô Al Horford. Isso dá um ganho tremendo, principalmente com o Boston sofrendo como tava com o garrafão.

Al tem uma capacidade tremenda dentro do garrafão e fora dele. 34% do chute de longa distância para um pivô é um número bem alto. Além disso, se comparado com os jogadores que lá estavam (Tyler Zeller, Kelly Olynyk) Al está muito na frente. É um ganho tremendo para qualquer time.

NOSSA OPINIÃO

Conseguindo se firmar por dois anos seguidos nos playoffs, o objetivo do Celtics tem de ser subir. O acréscimo de Al Horford bota a equipe em outro patamar, de brigar com Indiana e Toronto pela segunda melhor campanha no leste. Obviamente, o desejo da equipe era trazer Kevin Durant (tanto que pediu para Tom Brady e Matt Damon convencerem o cara a ir para o Boston). Mas, podemos dizer que foi uma boa off-season.

O time provavelmente será Thomas, Bradley, Crowder, Amir Johnson e Horford. É um bom time titular e com os jovens no banco há a possibilidade de evoluir e chegar a um patamar maior. E ainda mais, em relação aos concorrentes, o time tem pouco salary cap utilizado, ou seja, tem possibilidade para os próximos anos trazer mais gente.

O futuro é brilhante na cidade de Boston.

Dados: Basketball-Reference, Yahoo

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