Guia NBA: Dallas Mavericks — A última balada de Dirk Nowitzki

Heitor Facini
buzzerbeaterbr
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4 min readOct 11, 2016

Com um elenco bem mudado, os azuis não tem certeza de seu futuro na liga.

Foto: (Kelth Alisson/Flickr)

Kobe se foi. Duncan se foi. Garnett se foi. Paul Pierce se vai no fim dessa temporada. Ray Allen não consegue um contrato há dois anos. Dirk Nowitzki é quase um dos únicos remanescentes dos jogadores que jogaram nos anos 90 na NBA. É quase como um último dos românticos, um cara que entra em campo montado num cavalo, sendo puxado por uma carruagem.

O problema tem sido a equipe conseguir trazer os cavaleiros para acompanhar Dirk nessa viagem. No ano passado, praticamente fechou com DeAndre Jordan, mas o cara renovou com o Los Angeles Clippers. Esse ano foi atrás de Mike Conley e Hassan Whiteside, mas não deu em nada. Bom, aproveitaram o saldão de balanço do Golden State Warriors para tentar mudar a sorte.

São 17 temporadas com Dirk no time e apenas 3 vezes fora dos playoffs (as duas primeiras e mais uma há três temporadas atrás — 2012–13). De qualquer forma, o time não consegue ganhar uma rodada de playoff desde que foi campeão da liga em 2010–11 em cima do Miami Heat. Será que dessa vez a sorte vai ser diferente?

COMO FOI TEMPORADA PASSADA?

Tudo começou com o dibre, com o mim acher do DeAndre Jordan no time. Estava tudo fechado para o pivô do Clippers assumir o garrafão da equipe. Mas, no fim, acabou renovando com a franquia de Los Angeles.

No fim, conseguiram trazer do Brooklyn Nets Deron Williams, sonho antigo da franquia, tentado há alguns anos. O problema foi que ele fez a pior temporada dele nos últimos anos. Suas médias despencaram (pontos de 16.6 para 14.1, asistências de 6.6 para 5.8, e 3 pontos de 36,7% para 34,4%).

Chegou também Wesley Matthews da debandada de Portland. Mais com a temporada abaixo do esperado. Mesmo com toda a esperança e o salário altíssimo depositado mês após mês na conta do cara, Matthews teve uma queda em quase todos os quesitos. Pontos (15.9 para 12.5), assistências (2.3 a 1.9) e rebotes (3.7 a 3.1). Além disso, nessa temporada Wesley chegou ao seus piores números em aproveitamento de chute, 38% no geral e 36% na bola de 3 pontos.

O ponto fora da curva foi o alemão Nowitzki, que com seus 37 anos, melhorou suas médias de jogo. Sim, no alto da sua fila por aposentadoria, enquanto limpava as folhas da árvore da calçada às 8h da manhã de domingo, Dirk melhorou suas médias. De 17.3 pontos para 18.3, de 5.9 rebotes para 6.5, de 0.4 tocos a 0.7.

Mas, no fim, o Dallas repetiu aquilo que foi a toada dos últimos anos. Campanha mediana, classificado lá embaixo da zona dos playoffs e caiu na primeira rodada.

O QUE MUDOU?

Os principais nomes que chegaram foram Curry, Barnes e Bogut. Não, não é o Stephen Curry e sim seu irmão mais novo e menos famoso, Seth Curry. Mas os outros dois são mesmo Harrison Barnes e Andrew Bogut do Golden State Warriors.

Curry no caso é meio difícil de imaginar o que propõe. Obviamente não é tão talentoso e genial como o irmão mais conhecido, mas ainda sim aparenta ser um jogador bem útil para rotacionar o elenco. Por exemplo, o chute de 3 pontos parece coisa de família, já que o irmão mais famoso é bom, o pai Dell Curry também era, e o caçula não é ruim. Mesmo que tentasse poucos arremessos de fora do perímetro sendo reserva do Sacramento Kings (2.5 por jogo) ele converteu 45% deles. O ponto bom é ver sua média em Abril, que aumentou consideravelmente seu tempo de jogo no Kings. 16.4 pontos, 48.3% convertido de 3 pontos e 5.3 assistências.

Harrison Barnes pode dar uma defesa melhor no perímetro e também um chute mais qualificados. Foi péssimo nos playoffs? Foi. Mas seu desempenho no resto do ano não foi de se jogar fora. A coisa é que com o salário que vai receber, vai ter um papel de maior destaque na equipe. O que é perigoso, já que no Warriors nunca chegou perto de assumir essa função. No caso, ele era mesmo o 5º principal jogador de 5 titulares.

Bogut é uma reposição às saidas de Chandler Parsons e Zaza Pachulia. Na verdade é um aumento de qualidade. Nas séries das finais podemos perceber a falta que Bogut fez no esquema de jogo do Golden State Warriors. Mas também, é mais um coadjuvante e será mais importante nessa equipe.

No caso, com todos os coadjuvantes, o time continua sendo dependente de como Nowitzki vai jogar.

NOSSA OPINIÃO

O time melhorou com as adições, mas não o bastante para alçar voôs maiores. Vai para os playoffs mais uma vez, mas não vai muito mais longe que isso.

O time com Deron, Matthews, Barnes, Nowitzki e Bogut é bom. Mas, por exemplo, o backcourt ainda não mostrou a que veio no Dallas. Por isso não duvide que o irmão desconhecido de Stephen Curry acabe ganhando a vaga de titular na equipe.

Não há como esperar muitas coisas. Apenas torcer para que o ano provavelmente final de Dirk Nowitzki seja digno e honroso. Tudo que esse cara fez pro basquete merece um fim digno. Aquele que é o maior jogador não-americano (lembrem-se, Olajuwon é nigeriano e norte-americano) merece encerrar a carreira com estilo.

Dados: Basketball-Reference, Yahoo, ESPN.

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