Guia NBA — L.A. Clippers: Ou vai ou racha
O fim de uma era chega ao primo pobre de Los Angeles, só não sabemos se será um final feliz
Todo mundo sabe que a glória do basquete de Los Angeles sempre ficou para o lado do Lakers. Isso foi desde sempre, desde que a bola é batida e arremessada em direção ao aro. Mas, podemos dizer, que desde 1984 quando o Los Angeles Clippers se instalou na cidade, poucas vezes como essa o time teve tamanho protagonismo. Desde 2010–11 o time vai aos playoffs. Desde essa época é sempre apontado como um dos melhores elencos, com chance chegar mais longe. E desde essa época o time não chega a uma final.
Na verdade, em toda a sua história, o Clippers só conseguiu chegar a semifinal de conferência. É o time mais velho a nunca decidir um título. E, pelo menos nesse período, o “mas” sempre é muito parecido. O time é bom, mas… não tem um ala decente. O time é bom, mas… não tem um banco que preste. O time é bom, mas… é instável demais. O time é bom, mas… se tivesse inteiro poderia chegar mais longe.
São 3 candidatos a All-Star na equipe, Chris Paul, Blake Griffin e DeAndre Jordan. Dois deles (Paul e Griffin) tem seus contratos acabando essa temporada. JJ Reddick, outro titular, também tem o contrato acabando. Por isso, essa temporada pode ser crucial para os anseios da equipe.
COMO FOI TEMPORADA PASSADA
O Clippers começou mais um ano como uma das principais forças do Oeste. Isso é rotina já. Também, tem um armador de elite em Chris Paul, um dos melhores pivôs de toda a NBA e um dos melhores alas-pivô da NBA, Blake Griffin. Todos All-Stars, todo já nomeados para o melhor time da liga.
O problema foi no caso em Griffin. Aliás, ele começou arrasador. Primeiras 3 partidas, 34 pontos de média. Primeiros 30 jogos, 23.2 pontos de média. Ele caminhava para fazer a melhor temporada em médias dele. Mas, o extra-quadra pesou. Primeiro uma lesão em dezembro. Quando se recuperou no mês seguinte, se envolveu em uma briga com um funcionário do time e quebrou a mão. O que caminhava para ser uma temporada inesquecível, virou uma temporada para se esquecer completamente.
Sem Griffin, Doc Rivers, técnico da equipe, teve de se virar. Já estava difícil achar um titular para a posição de ala, agora tinha de achar um para ala-pivô também. Na posição de ala foi testado Josh Smith, Lance Stephenson, Luc Mbah a Moute e Jeff Green. O último, chegou pós quebra para o all-star e acabou se firmando na equipe. No caso do ala-pivô, o veterano Paul Pierce acabou sendo o substituto direto de Blake Griffin.
Com a lesão de Griffin, coube a Chris Paul e DeAndre Jordan a chamarem para si a responsabilidade e mostrar que não estavam lá por brincadeira. E, surpreendentemente o time melhorou sem Blake. Chris Paul conseguiu após o All-Star, 20 pontos de média, 11.1 assistências e 4.9 rebotes. Para se ter uma idéia, essas são as melhores médias dele desde que chegou no Clippers e segunda melhor da carreira. DeAndre conseguiu sua melhor temporada, após quase ter saído da equipe. Foram 13.9 pontos, 13.2 rebotes e 1.8 toco por jogo pós All-Star. Chegou assim ao primeiro time da liga.
Assim o Clippers chegou a emendar uma sequência de 9 vitórias seguidas no mês de dezembro e janeiro. Conseguiu assim a 4ª posição na conferência e um recorde de 53–29. O problema foi que chegaram os playoffs e as lesões começaram a aparecer de novo. Primeiro Griffin, que havia voltado as quadras e logo em seguida voltou para o estaleiro. Depois Chris Paul, que estava quase carregando a equipe nas costas. Assim, o time perdeu suas duas referências e o rumo. Caiu na primeira rodada conta o Portland Trail Blazers.
O QUE MUDOU?
Sabe as desculpas que falei logo acima? Então, não dá (pelo menos no início) para reclamar que o time não está inteiro. Nem para reclamar que o time não tem mais banco. Todos os jogadores aparentam estar saudáveis.
No elenco, chegaram Marreese Speights, Brandon Bass, Raymond Felton e Alan Anderson. Saíram Jeff Green, Pablo Prigioni, Cheick Diallo. Além disso, foi draftado o ala-pivô Brice Johnson para a equipe.Renovaram Luc Mbah a Moute, Austin Rivers e Jamal Crawford. Ou seja, agora sim há backups no mínimo interessantes para a grande maioria de posições da equipe.
Temos Chris Paul e Raymond Felton (ou Austin Rivers — pelamor de deus não) para armador. JJ Reddick e Jamal Crawford para ala-armador. Luc Mbah a Moute, Wesley Johnson e Alan Anderson para a ala. Blake Griffin e Brandon Bass para a ala-pivô (além de Paul Pierce). Por fim, DeAndre Jordan e Marreese Speights para a posição de pivô. E, também, boa parte dos reservas cumprem mais de uma função.
NOSSA OPINIÃO
Então, se o Clippers tem intenção de um dia ganhar a liga, o momento mais próximo disso é esse ano. O elenco, a base, continua como nos últimos anos. Mas, ela pode se acabar. Blake Griffin, Chris Paul e JJ Reddick podem sair no fim da temporada. Ou seja, esse time ou rende nessa temporada ou não rende mais (pelo menos com essa formação).
O time é muito bom (como também era no ano anterior, e no anterior, e no anterior…) o único problema é que na conferência Oeste existe o SUPER GOLDEN STATE WARRIORS. É muito difícil que algum time tire o título desse ano deles. Mas, sendo realista, o Clippers é o time com essa maior possibilidade. Provavelmente a equipe termine na segunda colocação e consiga finalmente ir a final de conferência.
A base é a mesma do ano passada, Paul, Reddick, Mbah a Moute, Griffin e Jordan. No papel, é um dos melhores times da liga por longe. Poucas são as equipes que tenham 3 All-Stars e candidatos a figurar na seleção da liga. Se não for agora, não será jamais.
Dados: Basketball-Reference, Yahoo e ESPN.