Guia NBA — Los Angeles Lakers: Existe vida após Kobe Bryant?

Heitor Facini
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4 min readSep 26, 2016

O desafio do Lakers é fazer tantos jovens jogar de maneira decente agora.

Foto: Neon Tommy/Flickr

É sempre difícil perder um ídolo. Um ídolo é aquele em que todos se espelham e ajuda os mais jovens a trilharem um caminho mais certo. Ainda mais quando esse ídolo ajudou a sua franquia a conseguir 5 títulos e foi eleito em duas oportunidades o melhor de toda liga. Ainda mais quando esse é o segundo melhor da história na posição. É complicado. Mas as vezes é bom e pode significar que haverá melhora. O Los Angeles Lakers não vem de campanhas muito boas desde que caiu nas primeira rodada dos playoffs de 2013. E muito disso se deve a Kobe Bryant. Um salário infladíssimo impedia que o time pudesse ser construído ao redor dele. Lesões, queda de rendimento, etc. Tudo isso num bolo só fez com que o time ficasse assim, uma sombra de seus anos de glória. Agora é pensar o futuro.

COMO FOI NA TEMPORADA PASSADA

O clima foi de farra. Simplesmente isso. Na verdade não foi uma temporada do time do Lakers jogando e sim a temporada de despedida de Kobe Bryant. Foram 66 jogos (que ele jogou) de uma turnê de adeus, servindo a esse único propósito. Dava pra ver que as ambições não eram muitas, porque também o time não permitia. Mascarar com a festa de Kobe Bryant foi o jeito.

Foi lindo o último jogo do Blak Mamba, fazendo 60 pontos? Opa, se foi. Acredito que até Gordon Hayward e o Utah Jazz curtiram muito dentro da quadra. Mas, de resto, a temporada foi um grande fiasco. Brigas internas com o cagueta do D’Angelo Russell e o treteiro do Nick Young. Baixíssimo rendimento de todo mundo que chegou, etc, etc, etc.

De bom apenas Jordan Clarkson e Julius Randle se firmando. O primeiro conseguiu excelentes 15.5 pontos de média e o segundo um duplo duplo de 11.3 pontos e 10.2 rebotes. Mas mesmo assim, pior time da conferência e segundo pior de toda a NBA. Nada a comemorar.

O QUE MUDOU?

Muita coisa. A começar pelo técnico. Xablau para Byron Scott que ficou muito tempo a frente do time nessa draga, bem vindo a Luke Walton, ex-assistente do Golden State Warriors. Faz muito sentido a escolha por Walton. O cara tem um passado no Lakers e pelo menos uma curta experiência como técnico tem e bem sucedida. Se vocês se lembram ele dirigiu o Golden State Warriors até o início do ano por conta da hérnia de disco de Steve Kerr. E, nesse momento, não podendo ambicionar voôs mais altos, faz sentido a aposta nele.

Na Free Agency chegaram alguns nomes para compor elenco e alguns para ser titular. Luol Deng que estava no Miami Heat e Timofey Mosgov que estava no Cleveland Cavaliers. Além deles, José Calderon que estava no New York Knicks e depois foi pro Chicago Bulls e Yi Jianlian que fez um ótima olimpíada pela China.

No draft conseguiram a segunda principal promessa desse ano, Brandon Ingram e o croata Ivica Zubac. O primeiro é especulado como o próximo Kevin Durant (como os esportes sempre gostam de dizer que tal é o próximo isso ou próximo aquilo), inclusive pelo próprio. Zubac conseguiu uma excelente e animadora Summer League, podendo ser uma opção caso Mosgov fracasse (e é o Mosgov, né?).

NOSSA OPINIÃO

É um time muito promissor com um técnico muito promissor. A base da equipe, com D’Angelo Russell, Jordan Clarkson e Julius Randle, está ali e a evolução vai ser maior nessa temporada. Sem o peso de Kobe Bryant, o time pode trabalhar com as expectativas mais baixas para o jogo fluir melhor.

D’Angelo pode ser o termômetro do time nessa temporada. A Summer League foi boa e ele realmente mostrou evolução e que tá vontade de jogo. Lembramos que mesmo que o desempenho no ano passado tenha sido abaixo, o jogador mostrou alguns lampejos como o jogo de 39 pontos contra Brooklyn Nets.

Mas, Jordan Clarkson e Julius Randle são ainda os caras do time. Principalmente o último que mostra que pode ser um ala-pivô a nivel All-Star.

A contratação de Luol Deng também foi acertada. Um cara experiente e consistente vai tirar o nível da responsabilidade de Brandon Ingram de começar já decidindo. Muito provavelmente Ingram não comece como titular da franquia para ir se acostumando com o ritmo da NBA. Além disso ele é bem fraco fisicamente, precisa ganhar massa.

Quanto a Mosgov muita gente criticou que ele tenha sido contratado e principalmente pelo valor que foi. Olha, muita gente sabe que os valores inflaram pois o salary cap inflou muito. Além disso, que pivô de grande nível teria vontade de jogar num time cheio de garotos e com poucas aspirações? O ideal mesmo é trazer pelo salário. Era o que tinha.

Agora só precisamos saber o que Luke Walton vai fazer. Aplicar o conceito de três pontos, intensa movimentação do Golden State? Inventar um próprio jogo com base nesses jogadores? E como vai ser a pressão quanto a dirigir uma das camisas mais pesadas da liga?

Dados: Basketball Reference.

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