Guia NBA — Oklahoma City Thunder: Será esse o ano de Russell Westbrook MVP?

Felipe Haguehara
buzzerbeaterbr
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5 min readOct 20, 2016

Com a saída de Kevin Durant, o armador entrará em seu modo “ABSURDO”

A relação antes, no mínimo, amistosa, agora se revela bastante frágil através de indiretas (Joseph Glorioso/Flickr)

Um enorme movimento de debandada se deu em Oklahoma na intertemporada. Ao contrário do que se espera normalmente, de rolar uma migração apenas de coadjuvantes mal valorizados, a base do time titular desmantelou-se. Quando se achava que a fórmula perfeita foi encontrada… BOOM, foram-se dois dos craques!

A saída de Kevin Durant foi interpretada como uma facada nas costas por todo o corpo torcedor da franquia. As declarações do ex-ala da equipe também não ajudaram. Revelaram a fragilidade na relação com Russell Westbrook, e as críticas às estratégias de contratação do time elucidaram sobre seu interesse: “O anel!”

Diferentemente de Lebron James, não há um caminho de volta. King James é um filho de Ohio,nascido na cidade de Akron, estado em que fica Cleveland e, consequentemente, o Cleveland Cavaliers.

Com Durant era uma relação bastante particular, ele não representava uma identificação local, foi um rosto adquirido por draft, um rosto de Washington. O que ele representava era um último fio do passado vitorioso do Seattle Supersonics. O ano de rookie do ala foi o último da franquia com esse nome, o último antes da compra por parte do grupo de Oklahoma.

Ele era o cara que estava estampado no fim de uma era, e alguém para carregar o futuro vitorioso que se via desse time em suas mãos; ainda mais com a chegada de um certo armador na temporada seguinte.

Mas agora teremos de nos acostumar com uma cena recorrente, os contra-ataques enfurecidos de Westbruto terminados com uma carícia no aro.

COMO FOI TEMPORADA PASSADA

Se Durantula tivesse nos avisado antes com essas declarações saberíamos o quanto essa temporada seria determinante.

2014–15 tinha sido decepcionante. A lesão que tirou KD de toda a temporada, praticamente, pesou. Westbrook até assumiu o manto, liderou a liga em pontos, 28.1 de média, além de ter ficado em 4º lugar entre as médias de assistência, 8.6 por jogo. Porém, isso não se traduziu em eficiência coletiva, e o time ficou fora dos playoffs.

Em 2015–16 muito se especulava sobre a volta do ala depois de uma lesão tão longa. Bem… pelo jeito não precisava muito para se preocupar, Durant voltou com seu pique de MVP. Fez 28.2 pontos por jogo, 8.2 rebotes e 5 assistências, suas médias bastante completas, da maneira que conhecemos seu jogo.

Somou-se a isso a evolução do armador da franquia. Russell destruiu. Manteve sua média interessante de pontos, com 23.5, aumentou significativamente a de passes, 10.4 por jogo (sendo o segundo na liga nesse quesito), e, pasmem, 7.8 rebotes, mais até do que o pivô titular.

Falando em pivô titular, o entorno dessas duas estrelas também demonstrou uma grande evolução. Serge Ibaka se confirmou como uma ameaça em bolasde long a distância e mantendo seu desempenho defensivo. Andre Roberson e Dion Waiters dividiram muito bem seus momentos, entre a necessidade defensiva que o primeiro cumpria, e o ataque sólido que o segundo oferecia. Enes Kanter, também mandou bem, nada expressivo, mas seus chutes de curta e média distância foram muito úteis diante de diferentes momentos de jogo.

O show de carisma de Steven Adams também foi um caso à parte. O neo-zelandês firmou sua vaga como titular, suas capacidades atléticas no corpo de uma jamanta de 2,13m de altura encaixaram bem na necessidade desse time.

Tudo isso culminou na derrota apenas na final da conferência, para o Golden State Warriors. Uma das melhores séries de todo o playoff em que foi necessário 7 jogos para os atuais vice-campeões da liga galgarem sua vaga para o confronto com o Cleveland.

O QUE MUDOU?

Ah meu amigo! Mudou nada não. O time é o mesmo, esse é o ano! Com esse elenco não tem erro… sqn!

Westbrook viu algo que ele acompanha já há um bom tempo. Os melhores jogadores do time, os seus companheiros que fazem o diferencial em quadra migraram. Aconteceu com James Harden e o jovem ainda com potencial Reggie Jackson.

Essa foi a vez de Durant e Ibaka. O segundo foi pro Orlando Magic viver a experiência do que é ser um “franchise player”. O primeiro, como bem sabemos, e como os uniformes queimados bem sabem, foi participar da superpanela, também conhecida como Golden State Warriors. Que a princípio parece capaz de superar qualquer panela utilizada em panelaços pró-impeachment.

Naturalmente, foi impossível substituir essas peças, principalmente no espaço de uma temporada. Estratégia utilizada? Justamente uma das reclamações de Durant, a priorização na contratação e no preenchimento dos espaços usando jovens.

Na troca por Ibaka o OKC trouxe uma velha necessidade de titularidade para a posição de ala-armador, e agora com um jogo ofensivo necessário, visto a saída de uma das estrelas do time. Chegaram Victor Oladipo, Ersan Ilyasova e os direitos de draft para o filho da lenda Arvydas Sabonis, Domantas Sabonis.

Além dessas peças que provavelmente terão um tempo relativamente grande de quadra chegaram reservas como Ronnie Price, Joffrey Lauvergne; e os rookies Alex Abrines e Semaj Christon.

NOSSA OPINIÃO

A temporada 2016–17 do OKC vai ser bastante particular. Haverá uma necessidade de prova: Existe um algo a mais do que apenas a decisividade de Durant.

Obviamente, que Westbrook é uma estrela, e demorou-se muito para assumir que ele está num patamar semelhante ao do ala. Mas temos essa questão idiossincrática de suas atuações. O que KD fez se traduziu em playoffs; enquanto o armador mesmo com números dignos de um MVP não conseguiu levar o time aos playoffs.

Tem-se, porém, um ponto a se relevar nessa situação. O time em 14/15, quando ele foi realmente Westbruto, não víamos um elenco tão bem estabelecido em suas funções. o treinador Billy Donovan, é muito bom, e sabe o que quer dessa peças lotadas de energia e capacidades atléticas.

O armador agora é um herói, visto dessa maneira por muitos torcedores de outros times, também. Ainda mais com sua renovação contratual de três anos, que vai na contramão dos interessados na próxima free agency; em três anos ele também pode assinar um contrato máximo de veterano, tem fator financeiro sim, mas se pensar que poderia pedir um caminhão de grana já agora…

Russell vai dominar as médias da equipe, não me surpreenderia de vê-lo liderar duas, ou até três estatísticas na liga. E dependendo da adaptação de Oladipo, na manutenção do jogo de Adams e um bom estabelecimento da peças que for usada da ala-pivô, o senso coletivo pode bater na cabeça dele.

Mas o esperado de qualquer maneira é um tanque de guerra de 1,90m que vai atropelar quem estiver no caminho, sem dó ou amor pela vida humana que ele vai desgraçar depois da enterrada. E isso faz dele, caso vejamos uma classificação confortável para playoffs um dos principais candidatos a MVP.

O time titular em Oklahoma tem 4 peças fundamentais esperadas. Westbrook no 1, Oladipo no 2, Roberson no 3 e Adams no 5. A ala-pivô pode sofrer muitas variáveis até achar um titular absoluto. Quem parte na frente nessa briga é Enes Kanter, que pode finalmente ter a chance de mostrar seu basquete de 3º pick no draft de 2011. Mas ainda Ilyasova e seu eficiente chute de longa distância, e mesmo o jovem Sabonis podem pintar na posição.

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