Guia NBA — Toronto Raptos: O que fazer depois de marcar a história?

Heitor Facini
buzzerbeaterbr
Published in
4 min readOct 21, 2016

Depois da melhor temporada do time (e de um time do Canadá) o Raptors pode não dar o seu passo a frente.

Matthew Addie/Flickr

Já dizia Drake, fanático torcedor do Raptors: “Started from the bottom, now we’re here”. Isso é basicamente o resumo do que chegou o Toronto na temporada passada. Na liga desde 1995, o time conseguiu chegar a sua primeira final de conferência na história. Fez história. Recorde de vitórias (superando em 7 o ano anterior), segunda colocação no Leste. Primeira vez que a NBA teve um jogo de final de conferência no Canadá.

Tudo isso graças, principalmente, a dupla Kyle Lowry e Demar Derozan. Podemos dizer que, com a quebra de Russell Westbrook e Kevin Durant e com os outros grandes times tendo pelo menos 3 grandes jogadores juntos (4 no caso do Golden State), essa é a melhor dupla de toda a NBA.

Antes tido como pipoqueiros, eles foram lá e mostraram realmente a que vieram. Foram jogos duros? Foram. Mas a história não é tão detalhista a esse ponto. O que falta agora é: fazer história mais uma vez e ir adiante. Mas será que Lebron James deixará?

COMO FOI TEMPORADA PASSADA

Como já falamos, foi a melhor temporada da história do Toronto. Nunca o time tinha passado a marca de 50 vitórias numa temporada da NBA. Inclusive, o time chegou a ameaçar em alguns momentos a liderança do todo poderoso Cleveland Cavaliers.

Lowry conseguiu a sua melhor temporada. Foram 21.2 pontos, 6.4 assistências e 4.7 rebotes. Se firmou assim como um dos melhores armadores de toda a liga. Dos armadores de topo (titulares com mais de 75 jogos iniciando como titular da liga), Lowry só fez mais erros que Kemba Walker, Ricky Rubio, Isaiah Thomas e Reggie Jackson. Isso mostra como sua posse no ataque é eficiente. É o quarto em contribuições diretas para vitórias. Na estimativa, ele só fica atrás de James Harden, Westbrook e Curry.

Demar Derozan também mostrou extrema evolução na última temporada. Foram 23.5 pontos, 4 assistências e 3.5 rebotes de média. Como Lowry, Derozean desperdiça poucos ataques. No caso deles é 2.2 erros de média por jogo. Isso pode parecer até bastante, mas temos de saber que Derozan força muitos ataques, ataca bastante a cesta. Isso faz com que ele tenha muitos lances livres a seu favor durante o jogo. Nessa temporada ele foi o 3º nesse quesito, mas os dois que estão acima dele, Westbrook e Harden tiveram mais erros que ele por jogo. Aliás, sua média de acerto nesse quesito é bem boa, 85%. Ele só peca por ter um arremesso de perímetro fraco. 33% para um ala armador é bem baixo.

No pivô, tivemos problemas. Jonas Valanciunas se machucou demais essa temporada. No total perdeu 22 jogos da temporada regular e 8 dos playoffs. Pelo menos isso fez surgir o monstro dos tocos e rebotes Bismack Biyombo. Em 20 jogos na pós temporada, 10 como titular, ele fez 1.4 tocos e 9.8 rebotes. Isso foi um dos motivos que fez o Toronto chegar as finais de conferência e ameaçar o time do Cavaliers. No fim, foi eliminado na final por 4 a 2.

Para os dois brasileiros não foi um ano para comemorar. Bruno Caboclo jogou apenas 6 jogos (2 a menos que a temporada anterior) e acabou disputando a D-League a maior parte do tempo. Já Lucas Bebê aumentou muito seu número de partidas, graças a lesão de Valanciunas. Mas, quando tinha chance de se firmar na equipe titular, acabou se lesionando também e perdendo espaço para Biyombo.

O QUE MUDOU?

O time basicamente perdeu jogadores. Saíram Luis Scola, Biyombo, James Johnson. O maior trunfo foi conseguir renovar com Derozan por quase 138 milhões de dólares (salgado, né? mas é o preço).

Chegaram Jarred Sullinger e os rookies Jakob Poetl e Pascal Siakam. De resto a base se mantêm a mesma e aposta no aumento do entrosamento. Outra notícia boa é que Demarre Carroll parece ter se recuperado de lesão. Isso significa um bom aumento na defesa de perímetro do time.

NOSSA OPINIÃO

O time não mudou. Mas isso não é má notícia. O time era bom e bem encorpado ancorado na dupla de armadores. Os problemas principais são que no Leste muitos times, como Indiana e Boston, melhoraram. Ou seja, temos um problema para o Toronto aí.

Acredito que é possível chegar novamente ao segundo lugar, mas, não é improvável cair umas duas posições. A certeza do playoff é latente, muito difícil que eles saiam esse ano.

A questão fica pela falta de reposição, principalmente a Biyombo, que tem um excelente poderio defensivo. A gente sabe que o físico de Valanciunas não é um dos melhores, ou seja, o banco vai ser utilizado aí. É a chance de ouro para Bebê mostrar realmente a que veio na liga. Se não, Poeltl tá aí para querer roubar seu lugar.

O time se inicia com Lowry, Derozan, Carroll, Sullinger e Valanciunas. É suficiente para se manter entre os 4 melhores do Oeste, mas é difícil imaginar um crescimento maior esse ano.

Dados: Basketball-Reference, Yahoo

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