NBB9 — Semana 6: Holloway to heaven

Felipe Haguehara
buzzerbeaterbr
Published in
3 min readDec 15, 2016

Cotado como possível surpresa, os paulistanos vêm provando seu valor

Assim como vários outros times, são os americanos que dão as cartas… ou as bolas (Ale da Costa/Portrait/Divulgação)

Antes do inicio da temporada não se via tanto potencial no time paulistano para atrapalhar a vida dos clubes com maior orçamento e elencos recheados de medalhões. A realidade do E.C. Pinheiros, porém, é outra. Perseguindo o G-4 de perto, em meio a irregularidades esperadas nas atuações o time se confirma como uma potencial pedra no sapato para chegar aos playoffs, podendo inclusive tascar vagas daqueles mais desavisados.

Regularidade

O time azul e branco tem uma regularidade impressionante pra quem jogou tantos jogos nesse começo. Até agora foram 10 partidas disputadas, das quais venceram 6 e perderam 4. São o time que mais jogou até agora e sustentam a 4ª colocação mesmo pegando times bem embaçados como Franca, Basquete Cearense e a grande doutrinada contra o Bauru, que bateram por 84 a 69.

É verdade que quando confrontaram equipes do topo, como Flamengo e Brasília. E ainda precisam mostrar mais força do que isso para serem considerados adversários para semifinais. Mas o caminho está bem traçado.

A principal arma do time é o desempenho no ataque. São o 3º time que mais pontua no NBB, com 84.5 pontos por confronto. Em compensação são o 2º time que mais sofre pontos, 83 por confronto. A princípio não parece saudável para a campanha a falta de equilíbrio nesses dois pontos, porém a artilharia pesada tem dado certo, no mínimo até agora!

A artilharia vem por terra

O principal recurso dos paulistanos para pontuar, indo na contramão do que os outros times fazem, são as infiltrações e as bolas de dentro do perímetro. Não que o time exclua os triplos do seu rol de possibilidades, mas o aproveitamento nesse fundamento é terrível. Eles são os segundos piores em número de triplos convertidos , 6.4 por jogo, e os piores na porcentagem dos mesmos, 26.23%, mesmo sendo o 9º que mais tenta.

Se a bola longa não cai, o aproveitamento lá dentro é excepcional. São 24 bolas de dois pontos convertidas por jogo, os melhores no quesito, sendo que a média do campeonato é de aproximadamente 19.37. Além disso eles são os líderes em porcentagem desses tiros convertidos, 55.94%.

“Tá, o quê isso tudo me diz?”. Os números revelam preferências e focos do jogo do Pinheiros que detalham por que fazer tantos pontos e ao mesmo tempo sofrê-los em medida parecida. O jogo priorizando a infiltração e a parte de dentro exige uma atenção redobrada no ataque para achar espaços abertos e acertar posicionamentos, o que oferece bastante espaço para o contra-ataque dos outros times e que os principais jogadores ainda demorem mais pra voltar.

I-am-Holloway

Se for pra colocar o desempenho regular desse time nas costas de alguém, é impossível pensar em outro que não seja Desmond Holloway. Que monstro! Que temporada!

Holloway está destruindo no NBB, 25.5 pontos nas últimas 6 partidas (Daniel Vorley/ECP/Divulgação)

O norte americano está tendo sua melhor temporada desde que chegou no Brasil. São 21.1 pontos por partida, 6.1 rebotes, 4.4 assitências, 1.7 roubos de bola, além dos genias 87.8% nos lances livres e 60.5% nos tiros de dois pontos. E se pegarmos seus 6 últimos jogos são 25.5 pontos de média, ou seja, passa a bola que o cara define. E isso tudo aos 26 anos, tem idade pra melhorar mais ainda!

Ao seu lado também se somaram peças experientes para repôr as pratas da casa que vazaram. Perder Lucas Dias, Georginho e Humberto, pareceu que seria mais grave. Chegaram Ansaloni e Neto, para contribuir imediatamente, o segundo foi o cestinha da temporada passada pela Liga Sorocabana.

As boas atuações de seu compatriota Bennett, de pivô Renan Lenz e do jovem Gemerson, vêm completando o jogo do ala, e deixando-o mais livre para se preocupar das decisões no ataque.

O Pinheiros aparenta que não vai deixar a vaga do playoff escapar, e perseguirá de perto as posições de vaga direta na segunda fase da pós-temporada. O baixo desempenho na defesa é o que pode segurar o time em voos mais altos, mas com Holloway nesse ritmo e a manutenção desse ataque agressivo, a vaga parece bem assegurada.

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