Houston Rockets — Guia NBA 2017/18

Heitor Facini
buzzerbeaterbr
Published in
7 min readOct 9, 2017

James Harden não é o MVP, mas conseguiu Chris Paul ao seu lado. Está bom ou quer mais?

James Harden começou a última temporada numa situação muito incomoda. Eu sei que é difícil pensar nisso hoje em dia, mas foi o que aconteceu. Se em 2014/2015, o time do Houston Rockets brigou pelo topo do Oeste e Harden pelo MVP, em 2015/2016 o time e o jogador viraram motivo de chacota. James era mais lembrado por ser um defensor horrível e menos por ser um pontuador extremamente eficiente.

Isso era reflexo de como o time era atrás das cortinas. Dwight Howard e Harden brigando, elenco desunido e desestabilizado.

Mas, aconteceu algo. Juntou o desacreditado Houston de Harden e o desacreditado Mike D’Antoni com mais outros jogadores coadjuvantes como Nenê, Ryan Anderson e Eric Gordon e o time deu certo.

Na verdade o time deu mais que certo. Foi montado exatamente na medida e conseguiu se sobressair no sempre concorrido Oeste. Conseguiram 55 vitórias e caíram apenas para o San Antonio Spurs na semifinal.

E, além disso, conseguiram ainda um jogador do calibre de Chris Paul na inter temporada. Um time em alta, um jogador de nível all-star, um potencial MVP no time, um dos técnicos mais estudiosos da NBA. Será que tens o que é preciso para esmagares Golden State Warriors?

Como foi temporada passada?

Como já falamos, o time do Houston Rockets começou a temporada cheia de insegurança e desconfiança. Afinal, Mike D’Antoni estava um tempo longe da NBA e não conseguia fazer um time render muito bem desde o seu Phoenix Suns dos 7 segundos.

Junta a isso a queda de James Harden na temporada anterior e adição de reforços que estavam em baixa, como Ryan Anderson e Eric Gordon. Do draft vieram ainda Chinanu Onuaku e Zhou QI (que nem chegou a ir para a NBA ainda) que não inspiravam confiança nenhuma.

Mas nem de notícias ruins e desconfiadas vivia o time do Houston no início da temporada. Jogadores como Dwight Howard, Ty Lawson e Michael Beasley que não estavam rendendo acabaram saindo do time.

Bom, mas o balanço parecia ser mais pendendo para o lado negativo que o positivo. Como esse time conseguiu subir dessa projeção baixa para 55 vitórias?

Bom, Mike D’Antoni não foi simplesmente contratado. Foi montado todo um projeto que pudesse fazer com que suas convicções virassem com esse elenco. Por exemplo, Eric Gordon poderia estar em baixa, mas era um pontuador excelente e um bom chutador. Perfeito para liderar uma equipe. Ryan Anderson não era nada demais, mas sabia espaçar muito bem a quadra. Excelente para infiltrações de Harden.

Além disso: Harden. Ele sempre foi o principal armador da equipe, então, porque não o escalar nessa posição desde o início? Isso deu uma condição extrema para que ele conseguisse evoluir o seu jogo. Olhe por exemplo o seu número de assistências. Saltou de 7.5 para 11.2 — maior número da liga. Sua pontuação não apenas permaneceu alta como foi a melhor da carreira com 29.1 pontos. Pode parecer piada, mas a confiança e força de vontade fizeram com que Harden passasse de um defensor horrível para apenas ruim.

Tudo bem, isso tem muito a ver com o papel de Patrick Beverley em quadra. O bulldog de Houston era incansável e cobria qualquer falha possível de Harden na defesa. Ele foi o armador que recuperou mais bolas perdidas com 1.7 por jogo e contestou em média 6.6 arremessos por jogo.

Também teve um banco bem consistente. Adicionando na metade da temporada Lou Williams, o time com Eric Gordon teve os dois melhores sextos homens do ano. O primeiro fez 14 pontos vindo do banco e o segundo 16.2. Além deles teve a breakout season de Sam Dekker, que conseguiu jogos com mais de 30 pontos, e Montrezl Harrell, que conseguiu médias de 9.1. pontos e 3.8 rebotes.

Além disso, não dá para deixar de lado Nenê Hilário. O brasileiro de maior relevância na história da NBA teve uma temporada de redenção. O destaque fica para o jogo em que igualou o feito de Wilt Chamberlain com pelo menos 20 pontos e 100% de acerto em um jogo de playoff. Conseguiu, aos 34 anos, a maior média de pontos por 36 minutos da carreira, com 18.3.

E não tem como falar da máquina de 3 pontos que esse time foi. Esqueça o Golden State Warriors. O time do Houston foi feito para arremessar de longe. Se não há o ritmo acelerado do time do Phoenix (até pela diferença de armação de James Harden para Steve Nash), o run and gun continua. O Houston foi a equipe que mais arremessou do perímetro na liga, com 40.3 arremessos por jogo. O Warriors, em segundo colocado, arremessou 33.4. E ainda é o time que mais acertou, com 14.4 por jogo.

Isso fez com que a equipe chegasse a terceira colocação da temporada regular com 55 vitórias. O time acabou caindo na semifinal dos playoffs para o San Antonio Spurs, mas saiu de cabeça erguida. A formação que encerrou foi com James Harden, Patrick Beverley, Trevor Ariza, Ryan Anderson e Clint Capela.

O que mudou?

O time subiu para um novo nível. Tudo se passa pela troca que levou Chris Paul para equipe do Rockets. A gente já analisou a troca aqui, mas, resumindo, o time mantem o nível defensivo e eleva em muito o potencial ofensivo. É impensável imaginar o que um dos melhores backcourts da história da NBA vai conseguir fazer em quadra.

Mas, para isso, o time teve que se desfazer de alguns de seus bons valores no último ano. Saíram Lou Willians, Sam Dekker, Montrezl Harrell e Patrick Beverley para o Los Angeles Clippers.

Para tentar repor essas perdas, o time do Houston Rockets foi atrás de alguns valores interessntes, como Tarik Black, Luc Mbah A Moute e P.J. Tucker. No geral o banco acabou perdendo um pouco de força, mas a adição ao time titular foi tremenda.

Além disso, vale ressaltar que foi adicionado o brasileiro Georginho de Paula, o chinês Zhou Qi finalmente veio para a equipe. O time será praticamente o mesmo da última temporada, com adição de Chris Paul ao quinteto inicial. Teremos Chris Paul, James Harden, Trevor Ariza, Ryan Anderson e Clint Capela.

Jogador destaque

É James Harden. Nenhum jogador representa o Houston tão bem desde Olajuwon como o barbudo. Agora ao lado de Chris Paul, terá alguém para ajudar na armação em dias mais difíceis.

É um dos melhores pontuadores e mais ferozes também. Pouca gente ataca tão bem e de forma tão versátil como armador como ele. Sendo um pouco mais consciente no seu posicionamento defensivo que era antigamente, realmente é o lider que a equipe precisa (ALO MCHALE).

Potencial revelação

A vontade de colocar Georginho aqui é imensa, mas não tem como. Tanto ele como Zhou Qi estão extremamente crus ainda para um basquete nível NBA. Então vou de Clint Capela. O jogador teve a melhor temporada dele ano passado quando conseguiu virar o titular da equipe.

Ele tem tudo que o time precisa. É consistente, não arremessa bobagens e é extremamente tranquilo. Ainda com Nenê podendo ser o guia, tem tudo para evoluir mais aindda nesse ano (alô Most Improved Player?).

Expectativa na temporada

O Houston está no mesmo bolo que Minnesota Timberwolves, Oklahoma City Thunder e San Antonio Spurs como segundo pelotão do Oeste. Só que, pra mim, o time é o melhor dentre esses 4. Pois, assim como San Antonio Spurs, tem uma base formada que se conhece bem e sabe como jogar e assim como Thunder e Wolves adicionou um all-star a equipe (o melhor dos três reforços para mim).

Por isso o objetivo do Houston inicialmente tem de ser terminar em segundo colocado na temporada regular e chegar a final de conferência. Time tem para isso. Chegando lá pode (é difícil) sonha com coisas maiores. Mas primeiro precisa disso nessa temporada de confirmação do trabalho de Mike D’Antoni.

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