Joinville — Guia NBB 2017/2018

Heitor Facini
buzzerbeaterbr
Published in
5 min readOct 20, 2017

Depois de muito tempo longe, a equipe catarinense terá muita luta e trabalho na volta a elite nacional

O time de basquete do Joinville voltou a divisão mais nobre do basquete nacional depois de estar anos fora. Na verdade, não era esperado que o time fosse subir após perder a final da Liga Ouro para o Botafogo na temporada passada. Mas, isso acabou mudando neste ano e o time acabou subindo.

O desafio agora é outro. São mais jogos e de nível mais elevado. Há uns bons anos longe do NBB, será que o time de Santa Catarina vai conseguir voltar a desempenhar o mesmo basquete de tempos áureos?

“Na última vez que eu saí daqui o time era muito forte, cotado para ser campeão”, declarou Tiagão, pivô que jogou no Joinville na temporada 2011/12. Ele voltou para o time agora para a disputa da próxima temporada do NBB. “Na época, chegamos entre os quatro no Sul-Americano, Liga das Américas e acredito que a torcida se acostumou com o time forte”.

Joinville nunca deveria ter saído do cenário nacional e nós conquistamos essa vaga pela nossa organização dentro e fora da quadra”, declarou o técnico George Salles.

Como foi temporada passada?

O Joinville era um dos 5 times que disputaram a Liga Ouro de 2016/2017 ao lado de Contagem Towers, Botafogo, Brusque e Blumenau. A primeira fase foi em sistema de pontos corridos em 2 turnos onde cada equipe se enfrentava 4 vezes. Os 4 melhores iam para a semifinal e o Joinville encerrou essa fase em 2º lugar atrás do Botafogo.

Na fase dos playoffs, a equipe enfrentou o Contagem Towers na semifinal. A série terminou em 3 a 2, com vitória da equipe do Joinville. A final foi realizada contra o Botafogo onde o time saiu derrotado pelos mesmos 3 a 2.

Mas, mesmo assim, era uma temporada para comemorar. Depois de muito tempo, o Joinville disputava a competição em nível nacional mais alto. Alguns bons destaques jovens acabaram aparecendo.

O mais destacado foi o de Lucas Vezaro, ou, simplesmente, Vezarinho. “Foi uma experiência maravilhosa, onde tive um aprendizado muito grande, podendo jogar meu primeiro campeonato profissional na carreira”, declarou o armador. “Os bons números foram conseqüências do belo trabalho que a equipe de Joinville me proporcionou na liga”.

Ele conseguiu bons números, com 11.3 pontos, 1.8 assistências e 2.4 rebotes de média. O time que terminou a temporada foi Vezarinho, J. Socas, Batata, Maxwell e Jerônimo.

O que mudou?

Como ocorreu a subida para a divisão principal do NBB, muita coisa mudou da mesma forma. Mesmo assim a base foi mantida na equipe. “Mantivemos a base da equipe e fizemos algumas contratações pontuais para somarem ao grupo”, declarou o técnico George Salles.

Um deles, como citado acima, foi a volta do pivô Tiagão. Ele jogou as últimas temporadas no time do Basquete Cearense. “A equipe está sendo reformulada e a gente sabe das dificuldades”, afirmou. “O grande desafio é transmitir minha experiência para a os mais jovens e passar tranquilidade a eles. Isso durante vitórias, derrotas e treinos”.

Outra grande contratação foi Deonta Stocks, cestinha da última Liga Ouro. Ele conseguiu números de pela equipe de Blumenau. “Quando eu joguei contra o Joinville durante a Liga Ouro da última temporada, eu meio que entendi quais eram os pontos fortes de cada jogador e como melhora-los”, afirmou. “Meu objetivo é melhorar naquilo que eu conseguir, desde ataque e defesa até servir água para eles”.

Ainda é difícil prever qual vai ser o time titular durante a temporada, mas podemos arriscar que pode ser em torno de Vezarinho, Deonta Stocks, Maxwell, Lucas Colimério e Tiagão.

Jogador destaque

Ainda é difícil apontar um destaque, mas Deonta Stocks sai na frente. Não porquê é gringo. Mas sim porque foi o artilheiro da liga ouro ano passado. Basicamente você está se reforçando com um dos melhores jogadores do torneio.

Mesmo com os pratas da casa evoluindo, é capaz que ele ainda seja o jogador que vai chamar a responsabilidade para si. Seus números foram de 14.7 pontos, 3.9 rebotes e 3.8 assistências. Ele também já passou pelo basquete da Europa e da NCAA.

“Eu defino meu estilo como ‘no calor do momento’”, explicou. “Basicamente eu vou fazer de tudo para meu time evoluir e conseguir jogar melhor em quadra. Eu jogo com o instinto”.

Potencial revelação

Tanto pelo desempenho que conseguiu no ano passado pela Liga Ouro, como pelo que pode evoluir, Lucas Vezaro, o Vezarinho, é o principal nome para um futuro promissor do Joinville.

Ele, que já foi da base do Bauru Basket, recebeu uma segunda chance no Joinville. O armador superou um cancer recentemente e foi lá que conseguiu voltar a jogar basquete. “O papel da equipe do Joinville foi essencial para a cura da minha doença, pois me aproximou das quadras novamente e dos meus amigos, fazendo com que eu acreditasse no meu potencial ainda mais”, comentou. “Superar a doença do câncer não foi fácil, foram sete meses de muita luta. Hoje estou firme e forte fazendo o que mais amo que é jogar basquete”.

Palavra do técnico

“Vamos tentar manter o mesmo estilo de jogo da Liga Ouro, trabalhando algumas variações na parte defensiva e com um jogo de transição muito veloz. Temos ótimos jogadores que finalizam da linha de 3 pontos e vamos tentar utilizar essa arma”.

Expectativa na temporada

É sempre difícil tentar prever como um time que jogou a Liga Ouro vai se portar no NBB. São campeonatos diferentes com times com nível de investimento diferentes.

Por exemplo, temporada passada Campo Mourão (mais relacionado) e Vasco foram muito bem obrigado. Isso liga um sinal verde para a equipe e a torcida do time.

Mas a tendência é a equipe, pelo menos no início, sentir dificuldades contra gigantes com maior investimento. Tiagão vai ser de grande ajuda, já que jogou muito tempo o NBB. Além dele, vai ajudar o entrosamento de manter a base um bom tempo.

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