Los Angeles Clippers — Guia NBA 2017/18

Heitor Facini
buzzerbeaterbr
Published in
7 min readOct 5, 2017

Será que Blake Griffin tem o que é preciso para conseguir levar o time aos playoffs?

O Los Angeles Clippers vem sendo um time complicado nas últimas temporadas. Tinha de longe um dos melhores times de toda NBA. Afinal, um trio com Chris Paul, Blake Griffin e DeAndre Jordan não é para qualquer um.

Mas, dentre os times ativos na liga, apenas eles, o Charlotte Hornets e o New Orleans Pelicans nunca conseguiram chegar a uma final de conferência. É uma marca difícil para tanto investimento no equipe.

Os motivos diretos eram os mais variados. Alguém se lesionava (uma hora era Paul, outra hora era Griffin), o time chegava cansado ou simplesmente enfrentava equipes melhores. Afinal, o time estava numa era que o Golden State Warriors e o Oklahoma City Thunder de Kevin Durant surgiram como adversários.

Indiretamente, outro fator interferia na equipe. Por mais que a combinação Chris Paul e Blake Griffin fosse completamente explosiva, ela tinha um problema. Ambos anulavam os companheiros e impediam que conseguissem alcançar patamares mais altos na liga.

Blake Griffin limou todo o potencial de penetração e ataque ao aro de Chris Paul. Por outro lado, Chris Paul limou toda a capacidade de ser criativo de Blake Griffin como point foward.

O time perder um dos dois, da mesma forma, perde em qualidade. Mas, era necessário se quisessem mudar algo. Afinal, o teto da equipe com aquela configuração parecia já ter sido atingido.

Decidiram que queriam ficar com Blake Griffin, afinal era mais jovem e não estaria no fim de carreira após o máximo se encerrar. Mas, será que o ala-pivô tem o que é preciso para liderar esse time?

Como foi temporada passada?

Como sempre de muitas lesões. O time do Los Angeles Clippers, desde que adicionou essa configuração da temporada atual sempre sofreu com o problema das lesões. Ou era Paul que ficava fora ou era Griffin que ficava.

No início, o time demonstrou algum potencial de ser diferente na temporada. Afinal, conseguir um recorde de 14–2 nos 16 primeiros jogos da temporada não é para qualquer um. Muito disso vinha do banco, que era o melhor da liga naquele momento.

As contratações que vieram para compor a segunda unidade da equipe eram Raymond Felton e Mo Speighs. Juntando com Jamal Crawford e (o péssimo, mas não horrível) Austin Rivers.

Além disso, a defesa naquele momento era de longe a melhor da liga. Naquele momento a equipe cedia apenas 95 pontos a cada 100 posses. No geral, ela seria considera uma das tops de toda a NBA. Será que finalmente veriamos a melhor versão do Los Angeles Clippers?

Na verdade não. Parece que os deuses do basquete não deixariam o time ir muito longe. Como o Clippers poderia dar certo? Não tem como.

Depois dessa sequência o time emendou 5 derrotas em 7 jogos, Blake Griffin se lesionou e o time demorou para pegar o ritmo de novo sem ele. Quando finalmente conseguiu, foi a vez de Chris Paul se lesionar e o time demorar para entrar no ritmo mais uma vez.

Mas, uma coisa foi percebida. Tanto Chris Paul quanto Blake Griffin rendiam melhor quando o outro não estava em quadra. Nos dez jogos seguidos em que o ala-pivô jogou sem o armador, ou seja, quando toda a armação se centrou nele, seu jogo melhorou muito. Se na sua temporada regular teve médias de 21.6 pontos, 8.1 rebotes e 4.9 assistências em 34 minutos, nesses 10 jogos conseguiu 24.8 pontos, 9.1 rebotes e 6.5 assistências em 35 minutos.

No geral a equipe repetiu o que vinha fazendo nas últimas temporadas. Mesmo tendo o pior recorde na temporada regular desde 2011 com 51, conseguiu se classificar na quarta colocação. Mas, nos playoffs, foram novamente abaixo do esperado. O time acabou caindo para o Utah Jazz em 7 jogos, perdendo por 3 a 4.

O time que terminou a temporada foi Chris Paul, JJ Reddick, Luc Mbah A Moute, Blake Griffin e Deandre Jordan.

O que mudou?

Muita coisa aconteceu no reino de Los Angeles. A primeira foi a saída de Chris Paul da equipe. O negócio, envolvendo o Houston Rockets, trouxe Sam Dekker, Montrezl Harrell, Lou Williams e Patrick Beverley para a equipe do Clippers.

Não foi apenas Paul que saiu da equipe. JJ Reddick se transferiou para o Philadelphia 76ers para ganhar mais de US$ 20 milhões em uma temporada. Luc Mbah a Moute foi para o Houston Rockets revisitar a parceria com o amigo Chris Paul. Jamal Crawford foi comandar a jovem segunda unidade do Minnesota Timberwolves.

Além disso, o time draftou dois jogadores na segunda rodada. O primeiro foi Jawun Evans, armador da universidade de Oklahoma. Ele jogou duas temporadas do basquete universitário. Na última conseguiu bons 19.2 pontos por jogo e 6.3 assistências.

O segundo foi Sindarius Thornwell, ala-armador da Universidade da Carolina do Sul. Ele jogou 4 temporadas do basquete universitário, conseguindo 21 pontos e 7 rebotes de média na última.

Dois reforços também vieram de agência livre. O primeiro é o sérvio Milos Teodosic. O armador é tido por muitos como o melhor jogador fora da NBA no mundo todo. Na última Euroliga, disputando pelo CSKA, o jogador conseguiu 16.1 pontos e 6.8 assistências.

Veio também o italiano Danilo Gallinari para corresponder a uma deficiência histórica do time nos últimos anos: a ala. O jogador é conhecido por ser um excelente arremessador, teve números de 18.2 pontos por jogo e acertou 44,7% dos arremessos com 38,9% de longa distância.

Por fim, o time escalado será provavelmente: Patrick Beverley, Austin Rivers, Danilo Gallinari, Blake Griffin e DeAndre Jordan. Eu faria diferente. Patrick Beverley se deu muito bem jogando sem a bola e defendendo como ala-armador ano passado pelo Rockets. Utilizaria Milos Teodosic e Patrick Beverley no back-court. Mas, a gente sabe que o Rivers pai pode preferir o filhão.

Jogador destaque

Mais do que nunca, Blake Griffin é a estrela dessa equipe. Se decidiram entre ele e Chris Paul para falar: toma Blake, o time é seu. Mais do que nunca ele terá a bola nas mãos para mostrar que finalmente pode ser o Point Foward que sempre ensaiou.

O fator que mais pega é se ele vai se manter saudável por um grande período de tempo. Se sim, pode ser o ano em que consiga atingir o melhor basquete de toda a sua carreira.

Potencial revelação

Vocês vão falar: ah, estão doidos, uma revelação de 30 anos? É isso, meus amigos. Escolhemos Milos Teodosic para a potencial revelação do Los Angeles Clippers. Por quê? Porque não sabemos o quanto ele vai impactar na NBA. E ele pode impactar muito.

Que ele é um craque todo mundo que já viu um jogo dele já sabe. Mas, o basquete europeu é diferente do da NBA. Por diferente não entenda necessariamente melhor ou pior — não é esse juizo. Afinal, existem casos de jogadores que vão para lá e vão pior que jogadores locais.

Se ele desempenhar o mínimo de armação que mostrou lá fora e na seleção, será de ouro. Só terá de se acostumar a jogar sem a bola, afinal, Blake dominará bastante as ações.

Expectativa na temporada

O Los Angeles Clippers é uma das maiores incógnitas nessa temporada da NBA. Perdeu qualidade com a saída de Chris Paul? Obviamente. Qualquer time no mundo perderia. Mas o banco tem maior profundidade. Doc Rivers tem mais peças para revezar na rotação.

É muito difícil cravar, mas acho complicado competir com Golden State Warriors, primeiro time do Oeste, e com o segundo pelotão — San Antonio Spurs, Houston Rockets, Oklahoma City Thunder e Minnesota Timberwolves. Mas, se você fez as contas, sobram três vagas aí.

Nesse bolo o Clippers pode beliscar uns playoffs. Nem que seja na oitava posição. Mas, repito, tudo isso se as peças se encaixarem muito bem.

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