NBA — Semana 22: A redenção da classe do draft de 2013

Heitor Facini
buzzerbeaterbr
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5 min readApr 1, 2017

Os jogadores, antes tidos como desastres se mostram como potenciais estrelas na NBA atual

Giannis, Gobert e Porter Jr. são realidades na NBA (Ilustação: Heitor Facini/Buzzer Beater)

Era comum dizer, até essa temporada, que a classe de rookies de 2013 tinha sido uma tremenda decepção. Não era para menos, os principais jogadores das escolhas naquele ano não foram muito bem na sua evolução. Anthony Bennet, o primeiro a ser escolhido, é um dos principais busts — algo como decepção para eles — de toda a história da NBA; Victor Oladipo, segunda escolha, até hoje vem tendo dificuldades em se firmar; Cody Zeller e Alex Len são titulares em suas equipes, mas aparenta muito ser por falta de opção; Ben McLemore não virou nada além de uma última opção no banco; Trey Burke é um armador reserva — aliás terceira opção — no banco do Washington Wizards; Michael Carter Williams revesa entre o time titular e o time reserva, mas, sem conseguir se firmar.

A galera tinha razão em dizer isso. Até essa temporada. Esse ano podemos dizer que houve uma mudança e a consolidação de alguns rookies que tiveram anos tímidos, mas que hoje podemos dizer que serão extremamente importantes no futuro da NBA. Principalmente os três do desenho de cima: Giannis Antetokoumnpo, Rudy Gobert e Otto Porter Jr.

Melhor rookies em 2013

Os dois rookies de melhor desempenho em 2013 foram Michael Carter Williams e Victor Oladipo. Aliás, ambos tiveram temporadas excelentes para primeiroanistas. Michael Carter, pelo Philadelphia na época, fez 16.7 pontos, 6.2 rebotes, 6.3 assistências e 1.9 roubos de bola. Foi o ROY com todos os méritos, sem sombra de dúvidas. Aliás, inclusive em seu primeiro jogo, chegou perto de conseguir um quadruplo duplo com 22 pontos, 9 roubos, 7 rebotes e 12 assistências. Mas temos um problema. A primeira temporada dele nem de perto foi repetida nas próximas. Na verdade, essa foi a melhor temporada em praticamente todos os quesitos. Hoje, após ter passado também pelo Milwaukee Bucks, ele está na rotação do Chicago Bulls, competindo com péssimos Rajon Rondo e Cameron Payne. Não é o desempenho que esperavamos de um cara com mais de 15–5–5 na primeira temporada.

Victor Oladipo foi um pouco mais discreto no seu primeiro ano em Orlando: 13.8 pts, 4.1 rebs e 4.1 assists. Mesmo pior que o Michael Carter, Oladipo fez um excelente ano para um rookie. E o bom é que o segundo foi melhor ainda: 17.9 pts, 4.2 rebs e 4.1. assistências. Parecia que o Orlando havia encontrado a sua pedra fundamental para construir o futuro em torno após a saída de Dwight Howard. Mas, depois disso ainda não houve a afirmação como uma estrela, ele acabou sendo trocado para o Oklahoma City Thunder no pacote por Serge Ibaka e segue sendo inconstante esse ano. Com o desempenho que vinha mostrando, se imaginava hoje ele brigando por vaga em All-Star Game.

Percebe-se que quem criticava a classe de rookie de 2013 tinha motivos para se sentir frustrado. Mas, hoje em dia, se analisarmos umas posições mais abaixo, temos alguns exemplos que não podemos ignorar. A classe de 2013 foi uma excelente em talentos.

Protagonistas — ou quase — que eram coadjuvantes

Giannis Antetokoumnpo fez um primeiro ano muito cru em 2013–14: 6.8 pts, 4.4 rebs, 1.9 assists. Não era por menos, um garoto grego que mal tinha jogado basquete na sua vida num ano de adaptação na NBA. A galera não entendeu muito bem o que o Milwaukee tinha feito ao escolher Giannis. Parecia um tiro no escuro. Mas acertou muito bem o alvo. Para um cara que não conseguia digitos duplos em pontos em 2013–14, ser escolhido para o All-Star game como o segundo entre os fowards em sua conferência é algo monstruoso. E nada além do merecido, aliás, são 23.1 pts, 8.6 rebs, 5.3 assists, 1.9 blks e 1.7 steals. Ele é, sem sombra de dúvidas, a definição de jogador completo. É o lider do time em todos os quesitos.

Rudy Gobert é outro, que vindo de fora do país, ficou meio apagado em seu primeiro ano: 2.3 pts e 3.4 rebs. Mas, nessa temporada a coisa mudou. Ninguém protege o aro melhor que ele. Ninguém. Por isso ele vem sendo considerado o principal concorrente e Draymon Green ao título de melhor defensor da temporada. São 13.9 pts, 12.9 rebs e monstruosos 2.6 blks. Gobert é uma máquina de tocos. Muito do sucesso e da crescente dele nessa temporada fazem com que o Jazz esteja em quarto na conferência. Muito disso passa por ele.

Otto Porter pode não ter o desempenho fantástico dos outros dois, mas o Washington Wizards ter crescido tanto passa por suas mãos. Se no primeiro ano foram 2.1 pts e 1.5 rebs, nesse ano são 13.6 pts e 6.4 rebs. Mas o mais absurdo está no aproveitamento que ele vem tendo, aprox. 45% da linha de 3 e 52% ao todo. Quando ele é exigido, ele corresponde. Já que não precisa chamar o jogo tanto pra si, que John Wall e Bradley Beal ficam mais tempo com a bola na mão, Otto consegue ser uma excelente valvula de escape, uma terceira via para o Wizards nesse ano.

Além deles a gente pode citar outros que já no ano passado ascenderam ao estrelato como CJ McCollum, Steven Adams, Dennis Schroder, entre outros.

Lições para essa classe

Hoje, a gente tem uma classe de rookies extremamente criticada por não assumir o protagonismo. Também, pudera, já que ano passado foi o oposto com Porzingis, Towns e Booker. E os principais desse ano, Dario Saric e Joel Embiid, foram escolhidos há alguns anos atrás. Mas, temos de saber que o processo de evolução e de ápice de um jogador da NBA é diferente de um para o outro. As vezes um jogador já chega pronto, as vezes não. Por exemplo, se julgassemos esses três exemplos logo que entraram, poderiamos estar sendo injustos.

Ou seja, estamos decepcionados com os jogadores que vieram do Draft esse ano? Um pouco sim. Mas, esperem uns 2, 3 anos. Eles podem acabar virando grandes estrelas ou pelo menos jogadores uteis para um quinteto titular.

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