NBB 9 — Semana 13: Lucas Mariano é o principal responsável pela liderança do Brasília

Heitor Facini
buzzerbeaterbr
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4 min readFeb 11, 2017

O pivô de 23 anos virou referência no time que no momento lidera o NBB

Jogando mais dentro do garrafão e com parceria com Fulvio dando certo, Lucas Mariano é um dos nomes para ser MVP esse ano (Ilustração:Heitor Facini/BuzzerBeater)

Quando Lucas Mariano se transferiu para o Brasília, a expectativa já era boa. Ora, um pivô jovem que fez boas temporadas (principalmente as três últimas) pelo Franca e um ano pelo menos regular no time do Mogi. Mas não se esperava que em pouco mais de meia temporada ele fosse se transformar no cara do time no NBB 9.

Hoje o Brasília é o líder do campeonato. E, se isso acontece, muito se deve pelo desempenho dele. O cara vem sendo o cestinha da equipe, com 18.3 pontos por jogo e o segundo em rebotes, com 6.9 por jogo. Nessa temporada, ainda, ele disputou todos os 18 jogos da equipe e em 8 deles com mais de 20 pontos marcados. Isso é um ganho tremendo se analisar a melhor temporada por Franca (12.4 pontos e 5.9 rebotes) e ainda mais a temporada por Mogi (8.8 pontos e 4.3 rebotes). É impossível não considerar o cara para a corrida do título de melhor da temporada.

Isso muito se deve também do entrosamento afiado que ele e Fulvio vem tendo. De acordo com levantamento do próprio Brasília, 33% de todas as assistências que o Magic deu em todo o NBB vão para o pivô. O segundo colocado, Guilherme Giovanonni, tem 11% a menos, com 22% aproximadamente.

Aqui, nesse vídeo por exemplo, a gente pode ver a boa execução de Lucas Mariano no Pick’N Roll com Fulvio.

Para isso, a gente aqui do Buzzer Beater bateu um papo com o jovem pivô de 23 anos sobre o momento atual, sua vida e perspectiva de futuro mais adiante. Confere aí!

ENTREVISTA

BUZZER BEATER — Qual a primeira memória que você tem jogando basquete?

LUCAS MARIANO — Bem criança, com seis, sete anos de idade. Minha mãe jogava basquete também, eu ficava impressionado, adorava ir aos jogos. Ela percebeu que eu gostava e me colocou na escolinha. Daí para frente as coisas aconteceram naturalmente.

BB — Você ficou 6 anos jogando pelo Franca e depois 1 ano no Mogi. Como foi mudar de estado e de cidade? Ainda mais sendo três camisas com tanto peso no basquete nacional.

LUCAS — Eu sou de Planaltina, uma cidade no entorno de Brasília. Então tenho muitos familiares aqui perto, isso ajuda, a saudade não bate tanto. E é importante ter esse apoio de primos, tios, eles vêm aos jogos e sempre gritam bastante. Isso facilitou a minha adaptação por aqui também.

Jogar em times com tradição é sempre uma experiência diferente. A responsabilidade é muito maior, a cobrança é sempre grande. Franca, Mogi e agora Brasília, todas equipes com títulos, com história no basquete brasileiro. Para um jogador jovem como eu, é essencial. Ganho mais maturidade, já aprendo a lidar com responsabilidade e pressão extra. Vejo como um ganho para a minha carreira, está sendo excelente. E jogar em times grandes significa que o seu trabalho está sendo valorizado, que o meu jogo está rendendo. Não deixa de ser um reconhecimento também.

BB — Quais jogadores você diria que influenciam seu estilo de jogo?

LUCAS — Eu me inspiro muito no DeMarcus Cousins, do Sacramento Kings. É um cara agressivo, que joga aberto, me espelho muito no estilo de jogo. É bom vê-lo jogar, a agressividade dentro do garrafão me impressiona.

BB — Você é um dos favoritos ao prêmio de melhor jogador nessa temporada pelo Brasília. E isso chegando logo nessa temporada. Como é ter um impacto tão grande no primeiro ano pela equipe?

LUCAS — Tudo é em função do time. A gente faz isso para o Brasília. O time que está em primeiro lugar, não o jogador. Quero continuar com o trabalho duro para terminar a fase de classificação na liderança.

Agradeço também muito ao técnico Bruno Savignani. Quando eu cheguei, ele me apresentou um plano de treinamentos que eu nunca tinha visto. Ele me colocou na sala de reunião e disse: “Quero que você jogue assim, acho que seu jogo vai crescer desse jeito. Para isso, você vai treinar esses atributos aqui. Você topa?”. Eu aceitei na hora.

Essas mudanças eram em relação ao meu estilo de jogo. Em Mogi eu chutava muito mais de três pontos. Agora eu estou melhorando meu jogo dentro do garrafão. Treino todos os dias gancho de esquerda, de direita. Pode pegar minhas estatísticas e ver que estou pontuado mais debaixo da cesta. Estou crescendo nesse sentido e devo muito ao trabalho da comissão técnica em Brasília.

Aqui um exemplo dele chutando de fora no jogo da liga das Américas pelo Mogi. Em média, no mogi ele arremessava 3.6 bolas de fora por jogo e acertava 1.1. Isso representava em torno de 60% da sua pontuação. No Brasília esse número caiu para 2.2 tentadas e 0.7 acertadas, isso equivale a 11% dos pontos dele nessa temporada.

BB — A seleção brasileira vem passando por um momento de entressafra com jogadores importante chegando perto da fase final da carreira, como Alex Garcia, Nenê, Varejão. Como você vê seu futuro com a amarelinha?

LUCAS — Fico muito feliz. Espero entrar nessa próxima geração da seleção brasileira. Vou continuar com o trabalho forte. É um sonho para todo jogador representar o próprio país.

BB — Quais seriam a partir daqui seus passos futuros?

LUCAS — Eu penso primeiro em fazer uma boa temporada, ser campeão do NBB. Mas tudo é fruto do meu trabalho, por agora é pensar neste NBB. Penso na possibilidade de ficar mais um ano aqui, mas não fecho as portas para jogar lá fora também.

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