NBB — Semana 17: Mogi das Cruzes voando rumo ao topo!

Heitor Facini
buzzerbeaterbr
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4 min readMar 10, 2017

Larry e Shamell são alguns do motivo da equipe crescer de produção.

Comandado pelos gringos Shamell e Larry Taylor, a equipe do interior entra de vez na briga pela liderança (Ilustração: Heitor Facini/Buzzer Beater)

Faltando pouco mais que 5 rodadas, é impossível não afirmar que a gente tá tendo o mais competitivo NBB dos últimos anos. Não é como no ano passado que o Flamengo dominou amplamente de ponta a ponta — só com o Bauru incomodando um pouquinho. Não é como no retrasado que Bauru dominou amplamente, inclusive batendo o recorde de vitórias consecutivas.São pelo menos 4 equipes com muitas chances de terminar no topo: Flamengo, Bauru, Brasília e, o tema dessa analise, Mogi das Cruzes.

Depois de um começo errante, chegando a estar na 9ª colocação na 13ª rodada, a equipe vem crescendo e acumula apenas 1 derrota nos últimos 12 jogos — isso é de longe o melhor desempenho entre os grandes concorrentes ao título, o Flamengo acumula 4, o Bauru acumula 3 e o Brasília acumula 4. Isso se deve a uma grande série de fatores.

Consistência na montagem da equipe

Dos jogadores com mais minutos em quadra, apenas Caio Torres não estava ano passado — veio substituir Lucas Mariano que foi para o time do Brasília. Ou seja, todo mundo está extramamente entrosado e conhece como o time joga.

Apenas Caio Torres, do quinteto titular, não estava em Mogi no ano passado (Antonio Penedo/Mogi Helbor)

Guerrinha, o treinador da equipe, também tem o mérito de estar já há um ano comandando o time, ou seja, ele sabe como tirar o melhor de todos. Como consequência da sequência dada ao trabalho, os frutos já começaram a aparecer. Nesse ano já veio o título do Campeonato Paulista e da Liga Sul Americana. No NBB, no momento, já alcançam a segunda colocação.

Assim, com a sequência e estrutura montadas, a possibilidade da equipe de Mogi crescer, da forma que vem crescendo é grande. E, não aparenta que pararam por aí.

Shamell ainda decidindo

Shamell nessa temporada já foi o melhor jogador da Liga das Américas — e pode ser do NBB (Antonio Penedo/Mogi Helbor)

Ninguém é o maior pontuador da história do NBB sem saber jogar um pouco de bola, né? Shamell, que começou essa edição meio tímido, longe dos melhores números, já é o cestinha da competição, com 20 pontos de média. E se parar para analisar na sequência desses 12 jogos com apenas 1 derrota, os números sobem para 21.1 pontos por jogo (o melhor entre os principais pontuadores da liga — em segundo vem Betinho com 18.3).

Muito da melhora e da subida de produção do time passa pelas mãos do ala, que no alto dos seus 36 anos consegue mostrar que é melhor que muito marmanjo ai.

Defesa bem estruturada

Um bom time começa por uma boa defesa, certo? Então o time do Mogi está fadado a ser bom. Dentre todos os times do campeonato, o Mogi é a segunda equipe que concede menos pontos a cada 100 posses, com 101.4, atrás apenas do Bauru, com 100.1 — os dados são do RealGM.

Entre os 5 jogadores que, quando dentro de quadra, concedem menos pontos a cada 100 posses, estão os dois do garrafão do Mogi, Tyrone e Caio Torres. Shammell, por exemplo, é o 2º melhor entre os alas nesse quesito. Jimmy é o terceiro melhor ala-armador e Larry Taylor é o melhor armador no quesito. Ou seja, apesar do ataque se concentrar muito nas mãos do Shamell, Guerrinha coloca o time inteiro para defender, o que é muito importante.

Um novo Larry Taylor

Larry Taylor, como citado acima, é o melhor armador defensivamente de toda a liga. Mas, isso não condiz necessariamente com o que ele ficou conhecido em Bauru, no tempo que jogou por lá. Larry sempre foi famoso pelas infiltrações, por partir para a cesta, por driblar, pelas jogadas de contra-ataque. E não, não estou dizendo que ele anda mal ofensivamente, ainda consegue seus 9 pontos e 4.6 assistências por jogo, mas é bem diferente do passado.

Larry Taylor assume novo papel em Mogi nesse ano (Antonio Penedo/Mogi Helbor)

Ele, por não ter tanta possibilidade de ficar com a bola na mão, já que as ações no ataque são lideradas por Shamell, Larry tem um excelente posicionamento sem a bola. Já é o segundo em roubos de bola entre os armadores e o 4º no geral. Ou seja, é um Larry que não precisa mais ser o centro do ataque como era nos tempos de Bauru, mas que, é tão importante quanto.

Confiança no topo

Já diziam as leis da física: um corpo em movimento, tende a fica em movimento. Se você está vencendo, a tendência é a confiança aumentar. Se a confiança aumenta, a tendência é você continuar a vencer.

Ou seja, quanto mais vitórias vem, mais chance delas continuar vindo. Por isso temos que dizer que o Mogi cresceu no momento certo da competição, antes dos playoffs e onde se separa meninos dos homens. É mais provavel que derrotas aconteçam para os outros 4 do que pro Mogi, tanto pela confiança citada quanto pelo equilibrio do time. Não seria supresa se a equipe terminasse na primeira colocação dessa nona edição do NBB, tanto na temporada regular, quanto nos playoffs.

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