NBB — Semana 16: Franca e a força da renovação nas mãos de Helinho

Felipe Haguehara
buzzerbeaterbr
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4 min readMar 5, 2017

Com elenco e treinador jovens a capital do basquete segue na cola do G-4

Família Rubens mantendo a tradição no comando de equipes (Montagem: Felipe Ruan/Buzzer Beater; Fotos: Newton Nogueira/Divulgação)

O território francano é bastante fértil e eficiente na formação de novos atletas para o basquete nacional (e internacional). A equipe dificilmente ficaria fora dos playoffs, em um campeonato de 15 times, mas que coloca 12 na próxima fase. Considerando que há equipes com elencos menos expressivos e menos nome (e isso pesa, sim!) a questão era, onde eles terminariam entre as últimas vagas e o quanto durariam na primeira etapa dos playoffs.

Pois bem, de maneira muito gratificante o time queimou minha língua e destruiu muito da desconfiança que se pode ter em cima de um elenco tão jovem. No time, poucos medalhões, e os que lá estão não são devoradores de minutos da molecada. Cipolini, Dedé Stefanelli, Cesar e Cauê, todos eles se encaixam bem na rotação e conseguem dar espaço para os mais jovens brilharem e evoluírem.

Destacando o desempenho de alguns desses jovens, caso de Coelho, que já é uma realidade entre os melhores armadores do NBB, Alexey, Antonio e João Pedro. Todos eles, e mais alguns nomes que lembrarei ao longo do texto, são frutos de uma renovação completa do clube, transparência, quitação de dívidas e investimento em atletas promissores.

Nas mãos de Hélio Filho

Salvos todos esses detalhes, o principal destaque seria o treinador Helinho. Em sua primeira empreitada à frente de uma equipe o lendário armador do basquete brasileiro surge importante como um novo treinador que pode ter sucesso nacional. Aos 41 anos, ele segue os passos do pai Hélio Rubens, com mão forte e total controle desse garotos nas mãos ele transformou um time para o daqui uns 2 ou 3 anos numa ameaça imediata.

A média de idade do time é de 23,6 anos. Bem baixa se considerarmos que muitas das equipes que disputam o topo têm médias superiores a 26 ou 27. É lógico que os jogadores mais experientes e acostumados com as competições nacionais têm mais espaço. Mas a divisão dos minutos é bastante equilibrada, principalmente no garrafão, que tem apenas Cipolini e César, de ofícios, realmente experientes, o mais velho depois deles, entre pivôs e alas-pivôs, é Antonio, de 23 anos.

Chegando próximo à reta final da fase de classificação (faltando apenas 6 jogos para Franca) o time briga com veemência por uma das 4 vagas que dão passe direto às quartas-de-final dos playoffs. O time está embaladíssimo! Das últimas 7 partidas, eles só perderam uma, para o Vasco. É verdade que os próximos adversários não são nada simples, tendo adversários diretos para as 4 vagas, como Vitória, Brasília e Mogi, além do sempre embaçado Campo Mourão.

Mas não parece haver muito com o que se preocupar. Ontem, dia 4, quando faltavam 7 partidas para acabar, o time venceu o Bauru, que saiu recentemente de uma sequência de 6 jogos sem perder. Precisou de prorrogação, dificultou, bateu e no final venceu o atual 2x vice-campeão nacional por 92 a 85. Isso com excelente atuação de Dú Sommer, 22 anos, que fez 17 pontos e papou 12 rebotes.

Levando em conta as estatísticas tradicionais: Pontos, Rebotes, Assistências, Tocos e Bolas Roubadas. Apenas uma estatística é liderada por um atleta com mais de 23 anos. No caso, em Rebotes, que tem Cipolini e Dedé empatados com 5.28 por partida. Em Pontos e Roubos temos Coelho, 23 anos; em Tocos Dú Sommer, 22 anos; e em Assistências o surpreendente Alexey, 21 anos, top 10 na temporada.

Helinho tem uma mina cheia de potencial em suas mãos e pelo jeito está sabendo trabalhar. Sabemos como é difícil manter atletas jovens de alto nível nas mesmas equipes, equipes com melhores ofertas e folhas de pagamento bem mais flexíveis acabam levando esses jogadores. Para o Franca que vem se reestruturando depois de um período de muitas dívidas, manter todos num futuro próximo será impossível. Porém, já vimos que mesmo sem experiência, Helinho sabe trabalhar com o que tem em mãos, e ele mesmo vai se desenvolver como treinador ao decorrer de sua carreira. Em sua primeira temporada, até aqui pelo menos, são 14 vitórias e 8 derrotas, 63.6% de aproveitamento, empatados com Bauru. Fico ansioso em ver como ele se desenvolverá e como desenvolverá sua equipe!

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