NBB9 — Semana 9: Voa Campo Mourão, voa!

Heitor Facini
buzzerbeaterbr
Published in
3 min readJan 12, 2017

Comandados por Betinho, os jogadores do time do Paraná são uma grata surpresa no NBB

Betinho comanda a esquadra Campo Mourense (foto: Valmir de Lara/Campo Mourão)

Quando você chega em um ambiente que normalmente não está acostumado, normalmente tem duas opções: ou você chega, abaixa a cabeça e vai se enturmando até fazer parte do clubinho, ou se impõe e faz a aceitação do clubinho ser mais na marra. O que acontece na maioria dos casos é a primeira opção. Você não está habituado àquilo e qualquer movimento arriscado pode ser sinônimo de fracasso. Sabe o que dizem, né? Você ter de conhecer a competição para conseguir domá-la… Não é isso o que acontece com o time do Campo Mourão.

A temporada do NBB já está chegando na metade e algumas coisas podemos pontuar quanto ao time do Paraná. Não, não é uma boa fase passageira. Pode ser que no fim do campeonato eu morda minha lingua e o Campo Mourão caia de posições. Mas não é provavel. Com 13 jogos disputados o time acumula 7 vitórias. Eles estão empatados com o Franca, de excelente tradição no basquete, e com o Bauru, vice campeão no ano passado. Para uma temporada inicial não é pouco.

Betinho vem sendo o grande nome da equipe do Paraná (Foto: Valmir Lara/Campo Mourão)

Aliás, em comparação a todas as estreias na história (curta, é verdade) do NBB, a do Campo Mourão, até o momento, fica apenas atrás a do Uberlândia, que terminou na 6ª posição. Se for considerar apenas os outros times que subiram da liga ouro, Rio Claro e Caxias tiveram desempenhos piores terminando respectivamente em 15º e 11º logo no ano de acesso.

É sempre bom lembrar que isso poderia nem ao menos ter acontecido. No final da Liga Ouro ano passado, após ter aberto uma vantagem de 2 a 0, o Campo Mourão perdeu de virada para 3 a 0 para o Vasco. Inicialmente, apenas um clube subiria para o NBB, mas, com a desistência do São José, o espaço para o Campo Mourão brigar se abriu.

Tudo isso vem em torno de um cara, o ala-armador Betinho. Superando nomes como Holloway, como Marquinhos e Hettsheimmer, ele no momento é o atual cestinha na temporada com 22.1 pontos de média. Mas se engana quem pensa que só Betinho vem decidindo, o conjunto vem sendo essencial também. Por exemplo, todos os jogadores com pelo menos 14 minutos de quadra e pelo menos 8 jogos jogados (ou seja, peças importantes na rotação) têm pelo menos 6 pontos de média por jogo.

Toda a equipe, além de Betinho contribui para o excelente desempenho (Divulgação/NBB)

Além disso, como falado acima é uma equipe que morde o adversário e é agressiva. Quando jogam contra a equipe paranaense, os adversários cometem em média 13,69 erros por partida, a quinta melhor marca de todo o NBB. Da mesma forma a equipe, mesmo sendo agressiva, não é afobada e erra pouco. Por jogo o time só comete 11,69 erros, a quarta menor marca do campeonato.

Mesmo assim, há algumas coisas que se melhoradas podem elevar o Campo a outro patamar. O Campo Mourão é a equipe que mais concede rebotes ofensivos aos adversários, com 12,31 por jogo. E qual o problema disso? Ao invés de aproveitar um arremesso perdido do aversário, o Campo da a chance dele tentar mais uma vez.

Mas, mesmo assim, a defesa dentro do garrafão vem sendo muito bem executada. A equipe é uma das que mais contesta arremessos de 2 pontos em toda a liga. Quando jogam contra o Campo Mourão, os adversários acertam em média apenas 48,59%, quarta melhor marca do campeonato.

A torcida sempre fica pelas surpresas, pois revigora e traz ânimo novo a qualquer competição. O que o Campo Mourão vem fazendo é magistral. É só aguardar e ver o futuro, mas sempre queremos que ele seja belo. Quem ganha com isso é o basquete.

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