O All Star Game da NBA não é sobre qualidade e sim popularidade

Heitor Facini
buzzerbeaterbr
Published in
3 min readJan 19, 2017

E sim, eu queria ver Zaza Pachulia lá

Game Seven, babyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyy (Foto: Keith Alison/Flickr)

Dia 19 de janeiro sai a lista dos titulares do jogo das estrelas da NBA, que acontece um mês depois, no dia 19 de fevereiro em New Orleans. Mas, prestem atenção no nome, jogo das estrelas. Não o jogo dos melhores jogadores da NBA.

É óbvio que uma coisa não exclui a outra, mas o conceito de estrela numa liga como a NBA não necessariamente vem acompanhado estar entre os melhores de toda a competição. Estrela vem acompanhada de popularidade.

Um jogador (na verdade um profissional de qualquer área) é popular por inúmeros motivos. Ele pode ser a pessoa mais legal, a pessoa que chama a atenção por conta de brincadeiras, a pessoa que é mais bonita que a outra, porque uma pessoa é antiga naquela organização, ou até mesmo a qualidade. Mas não necessariamente por conta só da qualidade

E para isso podemos levar em conta o próprio conceito da liga do que seria qualidade. Além da votação para o jogo das estrelas, a NBA também escolhe os 3 times ideias. Aí sim você leva em conta quem são os melhores jogadores da NBA naquela temporada.

Se você analisar friamente as duas escolhas, em quase todas têm alguma divergência. Por exemplo, apenas em 2 vezes desde o ano 2000 que todos os jogadores escolhidos para o time ideal da NBA jogaram o All-Star Game, em 2004 e 2005. Ou seja, em 15 havia jogadores escolhidos para os All NBA teams que não foram All-Star.

Outro fato: em todas as temporadas desde o ano 2000 apenas no próprio ano 2000 todos os titulares foram escolhidos para o time ideal da liga. Ou seja, entre os titulares, aqueles mais votados pelo público em 16 vezes havia jogadores que não estavam entre os 15 melhores da NBA. Temos casos ainda mais bizarros como o de 2008 que 4 dos titulares do All Star não estavam em nenhum time ideal da liga (Jason Kidd, Chris Bosh, Carmelo Anthony, Allen Iverson).

Nesses 17 anos (2000–16) foram 29 titulares do All Star Game que não foram eleitos para o time ideal da liga, uma média de 1,7 por ano. Já o número de All-NBAs que não participaram de All Stars foi de 24, uma média de 1,4 por ano.

Mar por quê ressaltar isso? O All-Star Game não é um concurso de qualidade e sim de popularidade. Durante muito tempo os escolhidos para serem titulares do jogo eram assim feitos apenas com o voto popular. Hoje em dia o voto popular corresponde a metade do peso para a liga. Os outros 50% são de jogadores e jornalistas com 25% cada. Mas, os jornalistas e jogadores só podem escolher entre os 10 mais votados pelo público.

Ou seja, por ser votação popular, o público vota em quem eles gostam mais para participar do jogo, em quem eles acham importante estar lá. Seja por qualidade ou seja por qualquer outro motivo. Eu, por exemplo, inclui Nenê e Bebê na minha votação pois gostaria muito de ver um brasileiro jogando o jogo das estrelas.

Já pensou esse homem jogando no jogo das estrelas? (Divulgação/CBB)

Sabe quem mais fez isso? O povo da Geórgia. Ainda mais que nós brasileiros, a Geórgia nunca teve destaque no basquete norte-americano. Na verdade nunca tiveram um destaque no esporte como um todo. Ou seja, colocar Zaza Pachulia no jogo das estrelas seria de uma força tremenda para o esporte local e para a identidade local.

Por isso, uma campanha maciça feita pelo pop-star local Bera Ivanishvilli, pelo presidente do país e em conjunto com Wycleaf Jean. Isso seria importante para o país que é tão carente de ídolos.

Twitter do primeiro ministro da Georgia pedindo para votar em Zaza Pachulia.

Zaza obviamente não é o melhor pivô da NBA. Você pode não concordar que ele esteja no jogo das estrelas. Mas, em uma votação popular de ver quem é mais querido na NBA, quem é mais popular, quem é mais estrela, nem sempre os melhores vão.

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