Pinheiros — Guia NBB 2017/18

O Pinheiros começou na temporada passada a transformar o NBB num “caos” — não num sentido negativo — completo. Ao eliminar o Flamengo no Rio eles, pela primeira vez, tiraram o time de uma semifinal. Aliás, foi o ponto que mais chamou a atenção levando em conta que os semifinalistas estavam entre o 5 e 8 lugar e não entre o 1 e o 4 — primeira vez na história da liga.

Muitas coisas levaram a isso: o backcourt entre Bennet e Holloway extremamente afinado, Holloway fazendo um playoff insano, Renan contribuindo bem na frente, enfim, uma grande evolução como um todo. “A gente conseguiu finalmente jogar a um nível de Flamengo, Mogi e Bauru, que são equipes que estão sempre entre os primeiros colocados”, comentou o técnico César Guidetti. “A gente acabou perdendo um playoff por 3 a 2 para o Bauru, que foi campeão, mas chegamos lá”.

Chegar a semifinal não foi a única grande conquista, afinal, ter o MVP do NBB não é pra qualquer um. “Foi o resultado de um trabalho duro durante 8 meses seguidos”, explicou Holloway.

Agora o teto é mais alto. Se antes a equipe brigava para figurar entre os times de topo, agora briga para estar entre os primeiros destes. Será que o Pinheiros consegue chegar lá?

Como foi temporada passada?

O time do Pinheiros começou a temporada sem muitas mudanças em relação a anterior. O objetivo era seguir crescendo em relação a 2015/16, onde a equipe ficou nas quartas de final, perdendo para o Bauru Basket e terminou a temporada regular em sétimo colocado.

Durante todo o campeonato a equipe flertava as vezes com o topo. Principalmente com atuações decisivas do seu backcourt com Corderro Bennet e Desmond Holloway. Mas, o time acabava sendo meio irregular, ligando excelentes atuações com outras abaixo do esperado.

Holloway, entretanto, foi uma constante. Acabou sendo o líder da equipe e principal jogador inclusive em números. Foram 18.39 pontos por jogo, 6.04 rebotes e 3.57 assistências.

O time como um todo foi bem também. Foi a quarta em número de pontos marcados com 81.25. Mas, uma coisa era um problema. A equipe cedia muitos pontos. “A defesa da nossa equipe não era muito boa”, comentou Holloway.

O time deu uma melhorada nos playoffs e isso passou muito pelas mãos de Holloway. Nessa fase ele conseguiu melhorar ainda mais seus números da temporada regular chegando a 21 pontos, 5 rebotes e 3.4 assistências. “Eu acredito que tenha sido um excelente playoffs para a gente. Melhoramos o nosso ataque. Mas o principal foi a melhora de defesa que conseguimos aplicar”, lembrou Holloway. Isso acabou rendendo ao ala-armador o prêmio de MVP da temporada.

O ponto alto foi eliminar Flamengo nas quartas de final. “Teve um sabor especial eliminar o multicampeão e favorito ao título”, disse César Guidetti. “Sair de um 2 a 0 e virar a série foi algo que marcou muito a gente. Principalmente pelo grande respeito que a gente tem pelo Flamengo”.

Na semifinal, o feitiço virou contra o feiticeiro. O Pinheiros acabou sendo eliminado de virada pelo Bauru Basket, que se consagrou como campeão. O time que encerrou a temporada era composto por Bennet, Holloway, Gemerson, Renan e Ansaloni.

O que mudou?

As duas ausências mais sentidas serão de Teichman e Renan Lenz. O primeiro foi para o Minas e o segundo foi para o Bauru Basket. “O Renan vai fazer bastante falta ao elenco do Pinheiros, afinal ele já estava completament adaptado ao clube, jogando lá há dois anos”, comentou Guidetti.

Para o lugar dos dois, foram contratos Marcus Toledo e Arthur Bernardi. “Os dois são jogadores de muita qualidade que podem fazer mais de uma posição. O Marcus tem um perfil de liderança, um cara agregador e de grupo”, explicou Guidetti. “Já o Arthur é um ala muito alto e muito técnico, que vai acrescentar bastante no elenco”.

Arthur jogou ano passado no Caxias, equipe que terminou na degola. “O resultado coletivo que tivemos na equipe do Caxias foi muito desagradável mas de muito crescimento pessoal. A batalha foi grande todo ano porém o revés tomou conta e fez com que ficássemos em últimos colocados”, lembrou o ala.

Mas, mesmo assim, ele acabou tendo um destaque no âmbito nacional, sendo convocado pela seleção brasileira e participando do jogo das estrelas do NBB. “O trabalho sempre foi feito com seriedade e comprometimento e isso felizmente fez com que eu conseguisse me destacar de certa forma e ter a chance de ser convocado para o fim de semana das estrelas e a seleção brasileira. E foi de muito orgulho a sensação de poder fazer parte dos melhores do Brasil e ser reconhecido pelo trabalho que tenho feito”, ressaltou.

Ele lembrou ainda que pode tanto espaçar a quadra como marcar caras maiores, dependendo da posição em que for escalado. “Posso trazer muita versatilidade ao time tanto ofensiva quanto defensivamente”.

O time titular vai ser Bennet, Holloway, Gemerson, Arthur e Ansaloni.

Jogador destaque

O MVP, sem sombra de dúvidas. Holloway é o melhor jogador do Brasil por motivos muito claros. A capacidade de pontuar que o norte-americano tem é algo incomparável aqui no Brasil. Quando a “mão está quente”, ninguém segura o Desmond.

“Agora a gente quer vencer o NBB. A gente chegou perto duas vezes e o objetivo tem de ser esse: sermos campeões”.

Potencial revelação

O Pinheiros tem um histórico de revelar grandes jogadores para o basquete nacional. O próximo dessa safra aparenta ser o jovem armador Ruivo, de apenas 19 anos. “Estou procurando ao máximo me consolidar na equipe adulta e ganhar confiança para o restante da temporada”, explicou o garoto.

“Minha expectativa são as melhores, espero poder ajudar o time no que for necessário. Nossa última temporada foi muito boa e os resultados talvez até ultrapassaram o esperado, então espero que consigamos no mínimo manter o nível que terminamos para atingir objetivos ainda maiores”.

Palavra do técnico

“A gente mostrou equilibrio na última temporada e, com um playoff incrível, colocamos nosso nome entre os grande do Braisl. O objetivo mínimo é manter esse nível, mas buscamos voôs maiores essa temporada” — César Guidetti.

Expectativa na temporada

O Pinheiros atuou como grande surpresa na última temporada e evoluiu muito. A equipe manteve uma base e se reforçou muito bem em setores que precisavam. Afinal, o jogo ficava muito concentrado ofensivamente na armação, com o Bernardi a opção ofensiva é maior.

É capaz que o Pinheiros consiga manter o nível e brigar para ficar entre os quatro primeiros novamente.