Prévia das quartas do NBB: Bauru x Brasília

Heitor Facini
buzzerbeaterbr
Published in
5 min readApr 20, 2017

A melhor defesa contra um dos melhores ataques: quem leva essa?

Nas mãos de Fúlvio pode estar o destino da série. ( Caio Casagrande/Bauru Basket)

Hoje começa a série de quartas de final do NBB! O primeiro duelo será entre Brasília e Bauru, respectivamente o 4 a o 5 da fase de classificação. A gente já falou aqui que foi por pouco que o Bauru não foi para as quartas diretamente, o que mostra que apesar de um estar abaixo do outro na classificação final, a campanha não foi muito diferente. Mas mesmo assim, o Brasília tem o mando de quadra. A série será assim: 1º jogo em Bauru, 2º e 3º em Brasília, 4º em Bauru (se necessário), 5º em Brasília (se necessário). “O mando de quadra é um pequeno benefício, não é muita coisa pela qualidade das equipes. Sabemos que quando temos duas equipes assim fortes, jogar dentro e fora de casa muda pouco”, afirmou Guilherme Giovannoni, ala-pivô do Brasília.

Ficando em quinto o Bauru enfrentou o Macaé nas oitavas de final. A única equipe a não ter maiores problemas, terminou a série em 3 jogos e sem passar o sufoco, mesmo que com desempenhos sensacionais do norte-americano Kendall Anthony. Jefferson e Alex foram de longe os grandes destaques dessa série de oitavas, além da força defensiva que Gegê e Shilton tem. O ala-pivô do Bauru é até o momento nos playoffs o segundo melhor pontuador, com 22.3 de média, com incríveis 47.62% de acertos do perímetro — isso tentando em média 7 bolas por jogo.

Na fase de grupos o retrospecto é de longe melhor para o time da capital brasileira. Foram 2 jogos com 2 vitórias do Brasília, 92 a 89 em casa e 79 a 62 fora. Mas, a gente sabe que quando entram playoffs o sarrafo sobe e o ritmo muda. “As duas vitórias contra eles foram importantes para a fase de classificação. Mas é passado, no playoff zera tudo, é um campeonato à parte. Estamos nos preparando para uma série duríssima contra Bauru, e essas duas vitórias passadas não contarão em nada. Tem o fator da confiança, que é psicológico, mas não influencia em nada”, opina Bruno Savignani, técnico do Brasília.

O coletivo de Brasília

É um desafio interessante em quadra. São duas das equipes que mais produziram ofensivamente na competição. O Brasília está em 3 com 111.9 pontos feitos a cadas 100 posses, de acordo com o site RealGM, e o Bauru está em quinto com 109.5. O jogador que puxa o ataque do Brasília é Fulvio, o 4º jogador com mais ponto produzidos a cada 100 posses com 121.8 (primeiro entre os armadores) e o primeiro em todo o campeonato no quesito de efetividade diante da cesta com 65,2%.

Fulvio é o melhor armador dessa edição do NBB (Caio Casagrande/Bauru Basket)

Fulvio vem tendo realmente uma temporada iluminada, sendo o lider em assistências de todo o NBB com 7,73 por jogo. Quando está em quadra, mais de 40% das assistências do time sai da mão dele. O jogo é muito focado no passe, sendo o Brasília a equipe com maior numero de assistências por partida com 20.9 cestas por jogo criados por passe. Isso se deve muito com o excelente entrosamento com Lucas Mariano. Segundo um levantamento do próprio Brasília, 33% das assistências do armador vão para Lucão.

A distribuição é muito bem feita entre o time (Brito Junior/Divulgação)

O jogo do Brasília é bem focado no passe e na distribuição da bola e principalmente nas ações entre Lucas Mariano e Fulvio. Esse é o centro nervoso da equipe. Ao redor, com Pilar, Deryk e Giovannoni. O período de descanso pode ser bom para recalibrar as energias, mas pode fazer com que o entrosamento tenha caido um pouco desde a pausa. Giovannoni acredita que isso pode acabar sendo mais positivo que negativo. “Playoff é mais jogo do que treino. Esse período de descanso foi importante para colocar a cabeça no lugar, treinar bastante, e recuperar das lesões que o elenco teve. Foi uma pausa importante para fazer ajustes, o clima na equipe está muito bom e vamos com muita confiança para sair com a vitória lá de Bauru”, afirmou.

A defesa de Bauru

“Brasília tem um jogo muito coletivo e com vários jogadores com grande poder de decisão”, afirmou Demétrius Ferraciú, técnico de Bauru. O Bauru para vencer a equipe, vai usar da sua principal arma da temporada regular, a defesa. Apesar de ser uma das equipes com melhor aproveitamento ofensivo na competição se destacou por ser a melhor no outro lado da quadra do NBB. São 100.7 pontos concedidos a cada 100 posses.

Shilton é um dos principais fatores para a melhora da defesa do Bauru (Caio Casagrande/Bauru Basket)

O interessante é que essa defesa melhorou muito depois que Raffael Hettsheimeir, que vinha sendo o principal nome da equipe na competição, saiu e Shilton assumiu o garrafão. Aparentemente, por sair muito e espaçar, Jefferson, Alex, Léo Meindl e Gegê ficavam sobrecarregados com a marcação. Shilton equilibrou muito isso. Com isso a carga ofensiva passou para Alex e Jefferson, que passaram a se destacar. “Nosso grande trunfo é manter o sistema defensivo da mesma maneira que fizemos na fase de classificação. Uma defesa consistente, forte e manter uma regularidade em nosso ataque. Tudo isso nos fortalece dentro de quadra e fora dela temos nossa torcida que pode nos ajudar e mostrar o caminho da vitória”, afirma Demétrius Ferraciú, treinador do Bauru Basket.

Jefferson é a principal arma ofensiva da equipe (Caio Casagrande/Bauru Basket)

A confiança de ter vencido as três partidas e não ter dado espaço para o Macaé pode melhorar também para o time no psicológico. Apesar de ter disputado 3 jogos a mais que o Brasília, o Bauru também deve vir descansado, já que faz mais de uma semana que a equipe não entra em quadra (a última partida contra o macaé foi no dia 10). Além disso, o ritmo foi bem ajustado e não vão sentir a falta da quadra por causa dessa pausa.

Palpite: A série tem tudo para ser bem disputada e terminar em 5 jogos. Não consigo colocar um palpite de quem acho que passe, mas aposto que será no quinto jogo.

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