Quais os trunfos do Paulistano para ganhar o NBB?

Heitor Facini
buzzerbeaterbr
Published in
4 min readMay 27, 2017

Tentamos resumir quais os motivos colocam o time da capital paulista como apto a ser campeão

Com apenas 21,5 anos de média, o Paulistano tem vigor e folego pra ser campeão (Fotos: Divulgação/LNB)

Amanhã, às 14h da tarde, começa a decisão que coroará o primeiro campeão paulista do NBB. Temos de um lado o Bauru, que vem para a sua terceira final consecutiva, da defesa implacável e dos incansáveis Jefferson William e Alex Garcia. Do outro lado temos o time do Paulistano, com seu incrível número de jovens talentos e de armadores de alto nível. Quem leva? Aqui a gente vai tentar desvendar as chances do Paulistano levar esse título.

O primeiro ponto, que eu já toquei em outros textos, é o crescimento no momento certo da competição. Pelos seus prospectos — em nível mundial inclusive -, o Paulistano sempre foi tido como uma grande força para essa edição do NBB. Tinha Arthur Pecos, juntou Georginho, Lucas Dias, Yago (mais para a frente na competição). É o mais promissor dos backcourts de todo o NBB. Mas, durante a competição o ritmo era baixo.

Toma por exemplo Lucas Dias. Nesse texto de Vinicius Guimarães do Área Restritiva, percebemos a subida combo-ala do time paulista. Começa pelo dobro de pontos, quase o dobro do aproveitamento das bolas de três. Isso muito se deve pela falta de confiança que a lesão tinha causado ao jogador. Ele aumentou as tentativas de arremesso, melhorou e diversificou seu jogo, e deixou tudo mais interessante na segunda etapa do torneio.

Lucas Dias é só o exemplo de um time que se encontrou no torneio. Que cresceu muito. Pudera, o time é o mais jovem da história a chegar uma final de campeonato. São apenas 21,5 anos de idade de média. Você sabe o que é isso? O basquete brasileiro, que tem uma característica envelhecida, com seus principais jogadores na fase final da carreira tem um time extremamente jovem chegando a uma final de campeonato.

E isso também pode ser observado na figura de Yago. O segundo jogador mais jovem da história a disputar de uma final do NBB, com 18 anos e 3 meses — mais jovem é Tchielo que disputou com 18 e 2 meses em 08/09 pelo Brasília -, subiu muito a sua produção nos playoffs. Se, na temporada regular, ele tinha apenas 3,3 pontos por jogo, nos playoffs o número é de 9.1. O aproveitamento também aumentou de 39.1% para 48% de acertos. Apesar da baixa estatura, com 1,72m de altura, o jovem que acabou de chegar a maioridade vem jogando basquete de gente grande.

E por isso, por mais clichê que pareça, eles tem mais fôlego que o time adversário. São jogadores rápidos, intensos, que jogam um jogo de pressão e transição rápida. Conseguem reverter as desvantagens rapidamente por precisar de poucos segundos para concluir a sua pontuação. Isso se deve muito a jogadores atléticos como o já citado Lucas Dias, mas também Georginho e Jonathan.

E, se analisarmos, 3 dos 5 jogadores titulares do Bauru já passaram os 34 anos — Jefferson com 34, Shilton com 34 e Alex com 37 anos. Além disso temos Valtinho, 40 anos, que, quando está saudável, divide bem seu tempo de quadra com Gegê. Podemos dizer que eles são atléticos e tem um físico bom, mas vemos do outro lado jogadores na flor da idade. Algo que pode acabar influenciando no fim de algum quarto.

A equipe vem sendo também a terceira dos playoffs em cestas de 3 absolutas e em lances livres convertidos. Também é a terceira na porcentagem de 3 pontos. É a equipe que mais pega rebotes, principalmente analisando no âmbito defensivo. O que isso significa? Que é muito difícil ter segundas chances quando você enfrenta o time do Paulistano no ataque.

E o ataque no geral conseguiu se tornar, mesmo com o início devagar, um time muito eficiente no ataque. A cada 100 posses, o Paulistano fez 112,5 pontos. E a defesa também foi razoavel, com 106.2, em 10. Percebe-se que o que deu certo foi o ataque mais forte do time, que muitas vezes deixava a retaguarda um pouco exposta. Para isso, muitas vezes o “trabalho sujo” fica para Daniel Hure. O argentino muitas vezes fica com a função de defender o aro.

Resumo

O Paulistano tem um time jovem, com fôlego e com um ataque potente. Cresceu no momento certo e chega com muita moral na final. Tem na figura do Lucas Dias o seu principal trunfo, mas ele pode ser dividido com Georginho, Yago e Pecos, que formam um dos mais talentosos backcourts de todo NBB (e o mais promissor também). Tem sim, apesar da pouca idade uma possibildade de serem campeões da liga.

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