Cap. 9 — O terceiro Jagunço

ravi freitas
Cacto0083
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3 min readJun 22, 2020

Caçador

Caçador cresceu em uma vida de privilégios. Filho de importantes membros da sociedade de Cordel de Aço, desde cedo desenvolveu o prazer pela caça. Quando jovem, caçava maracajás nas terras de seus pais. Sua alegria não era apenas atirar no animal, mas enfrentá-lo. Aos poucos, passou a matar não com sua espingarda, mas com uma peixeira que trazia consigo. Isso o divertia ainda mais.

Para fortalecer o seu sobrenome, entrou na polícia. Lá, subiu posições devido ao seu comportamento violento, sendo recompensado de acordo com o número de vítimas que conseguia. Em uma missão, perdeu seu braço esquerdo e teve seu rosto desfigurado. Foi quando recebeu o convite de Capitão para se tornar um Jagunço. Ganhou um braço mecânico e um rosto de ferro, tornando-se uma criatura ainda mais vil e feroz.

Capitão

Pouco se sabe sobre o passado de Capitão. Filho de ninguém, seu nome verdadeiro é desconhecido até para os Coronéis, mas mesmo assim, ganhou a confiança deles rapidamente. Diferente dos outros dois Jagunços, que receberam seus implantes mecânicos como compensação por ferimentos de batalha, Capitão fez isso consigo mesmo por decisão própria. Seu desejo de se tornar a arma perfeita estava acima de todos.

Não demorou até que de Soldado, passasse a ser chamado de Capitão, quando de fato ocupou essa posição da guarda de Cordel de Aço, mesmo que ninguém soubesse nem mesmo se ele era de lá. Seu nome levava medo. Enquanto Volante e Caçador, apesar da taxa imaculada de sucesso, pareciam possíveis de serem vencidos, Capitão era tão preocupado com resultados que não era possível achar brechas nos seus métodos.

Volante

Volante não tinha outra opção a não ser entrar na polícia. Seu pai havia sido policial, assim como o pai do seu pai e o pai do seu avô. Seguir os passos da família era mais que uma obrigação, era seu único destino. Começou na guarda vivendo sob a sombra dos feitos de seus antepassados, mas pouco a pouco foi mostrando que era mais do que um sobrenome, mas uma força a ser temida.

Depois de pisar em uma mina e perder suas pernas em uma missão distante, ele mesmo cauterizou suas feridas, matou suas vítimas e voltou para Cordel de Aço. Sua força de vontade chamou a atenção de Capitão, que organizou para que ganhasse pernas mecânicas e assim se tornasse o Terceiro Jagunço. Agora não era apenas mais um policial de sua família, era o prodígio, alcançando um posto que nenhum dos seus havia conseguido antes.

O Bote

Capitão e Caçador tinham filosofias opostas. Enquanto Caçador se divertia com a perseguição e o desespero dos seus inimigos durante a caçada, Capitão não ligava pra isso, e caçava apenas pensando no resultado. A procura não o divertia, era apenas seu trabalho. Achar os fugitivos e matar, sem tirar nenhum prazer próprio além do que vinha com ter cumprido sua missão.

Capitão não se abalou com a morte do seu subordinado. Sempre imaginou que o estilo que ele seguia o levaria a sua morte. Mas enquanto ele era como um Carcará, que caçava com movimentos certos, e Caçador era uma onça, que se divertia com o caos, Volante não era nenhum dos dois. Como uma cascavel, ele aguardava apenas o momento do bote. Com ele não existia caçada: seus inimigos vinham até ele.

Volante seguiu correndo durante a chuva. Suas pernas mecânicas permitiam que corresse em grandes velocidades, mesmo em terrenos difíceis. O terceiro Jagunço já estava a frente de Maria e 83, e lá ficou até que chegassem.

Era hora do bote.

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ravi freitas
Cacto0083

eu sou o inverno russo matando todos aqueles que se aproximam