A crise dos 20 e poucos anos

Lidia Saito
Cadê as três?
Published in
3 min readFeb 22, 2018

“Depois dos 15 os anos passam mais rápido”, acho que essa frase nunca fez tanto sentido na minha vida como agora. Eu amava ser adolescente, tudo parecia ser mais legal, até as minhas responsabilidades e cada ano era um ano especial, porque depois dos 11 eu esperava pelos 15, depois dos 15 pelos 18, depois dos 18 pelos 20 e quase nem me preocupava com a idade. Mas aí foi chegando os 22, 23, 24, 25 e a crise começou a bater forte.

A verdade é que eu ainda estou aprendendo a ser adulta, as responsabilidades são outras e a pressão é muito maior. A nossa família espera que aos 20 e poucos anos já saibamos que rumo tomar, tenhamos uma direção certa na vida, com uma carreira profissional, boletos pagos, e em alguns — muitos — casos, já tenhamos alguém para dividir a vida (bom, pelo menos é assim que acontece na minha casa, rs).

Em pleno meus “25 carnavais”, frustrei todas as expectativas da minha família, minha carreira profissional deu uma parada, eu não sei que rumo tomar e muito menos o que fazer da minha vida (respira!). Vou nem começar a falar da minha vida amorosa, porque primeiramente ela nem existe. As coisas pioram quando você tem irmãs ou irmãos mais velhos que são apontados como exemplos para você e piora mais ainda quando eles na sua idade já estavam estabilizados. A verdade é que crescer numa família com descendência japonesa como a minha, piora mais ainda — rindo de nervoso -.

Outra diferença da época da nossa adolescência é que os encontros com nossos amigos ficam menos frequente; é o eterno “vamos marcar” e o rolê nunca sai de verdade, porque nossos horários e a disponibilidade não são mais os mesmos. E ai você começa a perceber que algumas amizades não são tão duradouras quanto imaginava que fosse. Aí começam os distanciamentos até que percebemos que aquele amigo de anos, se torna um simples conhecido. As relações na vida adulta são mais frágeis, essa é a grande verdade e a gente precisa saber lidar com a ausência.

Nos enganamos ao achar que o tempo é nosso amigo, ele não vai parar para você curtir a sua vida. Enquanto tentamos fugir da nossa realidade ele vai nos alcançando de forma avassaladora, e aquela preocupação ensaiada e deixada no escanteio aos 15 anos, vai te apunhalar muito forte pelas costas aos 20 e poucos anos. Mas, ser adulto é isso: adaptação. Você pode até não gostar da sua rotina, mas aprenderá a conviver com os “problemas” e as responsabilidades e na lei da sobrevivência, até tentará dar novos significados para os velhos costumes.

E é isso que eu faço todo santo dia, tento me virar com as adversidades impostas no meu caminho. E, apesar desses turbilhão de confusão, que é a fase do amadurecimento, eu vivo bem. Sou feliz exatamente do jeito que sou. A crise chega para todos, mas você no final das contas aprende a se adaptar. ;)

Ufa, desabafei. Mas aí, me conta, você também estão passando pela famosa “Crise dos 20 e poucos anos”? Compartilha tua história com a gente.

--

--