Relatos de um dia de “Miss Nikkei”

Lidia Saito
Cadê as três?
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3 min readMay 24, 2018

Olá, mores! Estávamos um pouquinho sumidas né? Mas olha a gente aqui de novo, com mais um texto cheio de sentimentos para vocês.

Dessa vez eu resolvi compartilhar uma experiência bem especial para mim. Quem nos acompanha, já deve saber eu sou descendentes de japas e aqui em Belém existem vários eventos que a nossa colônia promove e, se você quiser saber mais sobre isso, é só clicar aqui.

Bom, no início deste mês aconteceu o Miss Nikkei Pan Amazônia 2018, evento que eu tive a oportunidade de participar de novo, porém esse ano foi um ano muito, muito, muito especial e o motivo de tudo isso? A sororidade entre as participantes. Sim, fazíamos parte de um concurso de beleza. Sim, estávamos ali “competindo”, mas apesar de tudo não nos víamos como adversárias ou inimigas, pelo contrário, nos ajudavamos e depois de todos os ensaios, as etapas na noite do concurso, quando tudo passou o que ficou foi uma linda amizade.

O concurso me aproximou da cultura da minha amada vozinha (que já não está no plano terreno), me aproximou de mulheres fortes, inteligentes, lindas de corpo e de alma. Mulheres que com certeza quero levar para além da passarela.

Para tudo isso acontecer eu tive que aceitar participar mais uma vez do Miss Nikkei. Foi uma decisão difícil, primeiro porque esses eventos não estão preocupados em unir mulheres, mas incentivam a disputa entre as mesmas. E segundo, desde pequena eu tinha problema com a minha imagem física, nunca achei que faria o perfil de miss (continuo achando isso) e nem conseguia enxergar pela perspectiva dos meus amigos e da minha família. Eu exigia muito da minha imagem, do meu corpo, do meu cabelo, por um tempo tentei me encaixar nos padrões que me falavam que era bonito.

Enfim, aceitei o convite de participar mais uma vez, e foi aí que comecei a me ver diferente na frente do espelho, depois de tudo ter passado, além das amizades, eu me conquistei de novo. Comecei a me enxergar de forma diferente, hoje eu me amo mais, gosto do jeitinho e se vou pra academia, se pinto meu cabelo, se faço uma dieta diferente, é tudo por mim e só pra mim. É pra poder me olhar no espelho e ficar feliz com o reflexo que vejo, é pra eu dizer pra eu mesma “nossa, que mulher”, é pra eu me amar. Então o padrão que eu escolhi pra mim, foi o meu padrão. No final de tudo eu só ganhei, nem dá pra acreditar né? Mas uma hora a gente aprende que somos bonitas do nosso jeito, que cada mulher é diferente das outras e é esse diferente que nos torna tão bonitas e únicas.

Que possamos aprender a nos unir em nossas diversidades, e entender que não existe um padrão do belo, e que a nossa beleza está dentro de nós, na nossa essência. Então mana, se ame mais, seja bonita pra você, seja livre para ser e fazer o que quiser com seu corpo. Você é livre, você é dona de si, você é poderosa e você é sua!

Agora vem cá e me diz, o que você tem de mais lindo? Coloca aqui nos comentários, porque eu quero ver vocês se amando. Beijinhos da Lidica :*

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