Crítica

É melhor se preocupar, querida!

Bárbara Niedermeyer
Caderno 2

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Novo longa traz pouca atuação da estrela Harry Styles e grande domínio de tela da já experiente Florence Pugh

Reprodução: Warner Bros. Pictures

“Don’t Worry Darling”, filme estrelado por Harry Styles e Florence Pugh, vem sendo muito comentado pela mídia internacional. Seja as polêmicas dos bastidores, que envolvem um possível desentendimento entre Harry e Olivia Wilde, pela curiosidade do público em ver um sucesso dos palcos nas telas ou de simplesmente conhecer mais da história, desde o festival de Veneza não se fala em outra coisa. Em meio a críticas, polêmicas e expectativas, Não se preocupe, querida! chega aos cinemas nesta quinta-feira (22) e promete dividir opiniões.

No longa que se passa na década de 50, conhecemos a rotina de um casal que parece viver em eterna lua de mel: Jack (Harry) e Alice (Florence). Enquanto Alice cuida da casa, Jack trabalha no “Projeto Vitória”, e quando estão juntos o romance e uma boa química dominam a tela. No local em que vivem, todas as mulheres cumprem seus papéis de dona de Casa, incluindo a personagem interpretada pela diretora do filme, Olivia Wilde. Tudo anda muito bem na “vida perfeita” dos personagens, até que peculiaridades na comida e no local começam a chamar a atenção de Alice.

Química entre Pugh e Styles chama atenção como destaque positivo do longa | Foto: Reprodução/YouTube

Por falar em Alice, a personagem é apenas mais um dos excelentes trabalhos de Florence Pugh, e merece o devido reconhecimento. O mesmo não se pode dizer de Harry como Jack. A atuação combina muito com o personagem interpretado: sem graça nenhuma. Em momentos que se esperava uma entrega muito maior, a interpretação fez com que o personagem parecesse nada mais nada menos do que apenas um menino mimado. A expectativa agora é ver se o novo “ator” terá uma entrega maior em My Policeman, que estreia no próximo mês.

O filme faz diversas críticas sociais — porém em sua maioria muito rasas — ao longo de suas pouco mais de duas horas. A principal pergunta que surge é se é possível que um bairro, pessoas e vidas perfeitas, sejam, realmente, perfeitos. Alice logo percebe que não, e isso faz com que ela se sinta sufocada no ambiente e desacreditada em meio à comunidade do bairro perfeito. Nesse ponto, com a atuação impecável de Florence Pugh, Don’t Worry, Darling faz um paralelo perfeito com a realidade tão intolerante que se vive no mundo atual.

E se a sua mulher dissesse que a realidade perfeita que vocês vivem não é realmente perfeita? Esse é um dos dilemas que o filme tenta explorar | Reprodução/Youtube

Um ponto muito positivo para quem está considerando ver o filme é que não há pontos sem nó. Todas as perguntas feitas e situações levantadas tem suas resoluções no final do filme — para isso se da o crédito ao roteiro e a direção. Além disso, apesar de algumas discordâncias, o plot twist do filme, é, em tese e na prática, muito bom. Não por ser surpreendente, muito menos por ser inédito. Mas, simplesmente, por fazer sentido.

Brigas nos bastidores causam curiosidade nos espectadores

É impossível falar do longa sem falar dos bastidores e das brigas que tiveram ele, incluindo a saída de Shia LaBeouf do elenco, a briga do ator com a diretora, uma discussão entre Pugh e Wilde, e um possível fim do relacionamento entre a diretora e Styles. Agora, resta saber se todas as discordâncias dos bastidores valeram para fazer um bom filme ou não.

Para quem ainda está em dúvida se quer embarcar neste romance, sufocante, misterioso e envolvente, confira o trailer logo abaixo:

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Bárbara Niedermeyer
Caderno 2

Estudo Jornalismo na UFRGS, escrevo para o Correio do Povo— RS e sou repórter e produtora no programa de Jornalismo Cultural Caderno 2.