CRÍTICA
A Pequena Sereia: a volta do clássico de 1989
Para quem ama o clássico da Disney, vale a pena assistir e voltar à infância
O longa de quase duas horas, A Pequena Sereia, dirigido por Rob Marshall, dá corpo a personagens do clássico animado homônimo — também da Disney — de 1989. O live-action inovou com a escolha da atriz que interpreta a personagem principal, Ariel, estrelada por Halle Bailey, atriz e cantora norte-americana de 23 anos — e negra. Essa última característica, que nem deveria precisar ser discutida, foi a pauta de duras críticas nas redes sociais — com o argumento de que a cor de pele da atriz é diferente do desenho.
A escolha de inovar no elenco, não só de Ariel, mas de todo o povo do mar — e de fora dele — no filme, trazendo a diversidade e pluralidade de pessoas para discussão, é um elemento certeiro da nova produção, que representa a realidade que vemos na rua. A arte como “espelho cultural” é o que vemos na tela do cinema.
Além da representatividade, o filme de 2023 não teve diferenças narrativas quanto ao de 1989. A paixão avassaladora da sereia continua sem sentido, mas ao menos a construção da personagem feminina se deu de forma mais complexa: ela viu no príncipe o mesmo sentimento de não pertencimento e curiosidade que sentia. O destino da personagem feminina ainda é ser humana e seguir o ideal do patriarcado e casar com o príncipe, não há final alternativo. Vale comentar que o caranguejo Sebastian rouba a cena e as risadas e, muitas vezes, é o principal narrador, enquanto o peixinho Linguado ficou desconfigurado e apagado nessa releitura.
O filme tem uma fotografia muito colorida que imerge o espectador em seu universo de águas marítimas com efeitos especiais logo nos primeiros segundos. A trilha sonora é excelente e contém canções inéditas, compostas por Lin-Manuel Miranda, de “Encanto” e “Hamilton”. A parte instrumental, assinada por Alan Menken, de “A Bela e a Fera” e “Aladin” também chama atenção.
A pequena sereia chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (25).
