Crítica
“A Queda” pode ser definido pela palavra “angustiante”
Com estreia marcada para essa quinta-feira (29), o filme de Scott Mann vai fazer suas mãos suarem
O filme A Queda conta a história de Becky (Grace Caroline Currey), uma jovem traumatizada que, por insistência da amiga Hunter (Virginia Gardner), embarca em uma aventura perigosa: escalar uma antiga torre de rádio de 600 metros de altura, situada no meio do deserto. Porém, algo que poderia ser fácil para duas mulheres que já tem habilidade com escalada vai se transformar num verdadeiro pesadelo.
A Queda mostra a que veio nos primeiros dez minutos, nos quais o espectador já senta na ponta da cadeira. Apesar de conter uma máxima comum dos filmes de sobrevivência, sem a qual a trama em si não ocorreria— quem ver o filme, vai entender do que estou falando — , o longa é capaz de surpreender dentro do seu nicho com plot twists no meio da história e muito drama envolvido.
Grace Caroline Currey e Virginia Gardner ajudam a sustentar a trama com belas atuações, passando todas as emoções conturbadas da situação em que se encontram para quem estiver assistindo. Jeffrey Dean Morgan tem uma aparição pequena, mas nunca decepciona quando está na tela. Além disso, o jogo de câmeras do filme consegue fazer até os mais apaixonados por altura, como eu, sentirem um frio na barriga, ao capturar cenas nauseantes que mostram o quão longe da terra firme estão as personagens. Apesar de incluir algumas imagens de CGI bem fracas, ainda é possível se sentir apavorado com as situações apresentadas, ainda mais considerando que há momentos visualmente explícitos.
Claro que é difícil não passar por momentos de irritação quando se trata de filmes de suspense e sobrevivência — “façam isso, não façam aquilo, pelo amor de deus!” — , porém a história consegue ser bem justificada. No final, ainda mais que pelo roteiro, A Queda é cativante por deixar as emoções à flor da pele, as mãos suadas de nervosismo e a certeza de nunca escalar uma estrutura velha que está sempre no olho do sol.
