Cinema
All of those voices: de cinco pra um
O documentário que estreou nos cinemas do mundo todo no dia 22 de março expõe o lado mais íntimo do cantor Louis Tomlinson após o hiato da banda One Direction
Quem são todas aquelas vozes?
Com direção do britânico, Charlie Lightening, All of Those Voices foi o segundo lançamento de estreia com maior bilheteria da semana no Reino Unido e na Irlanda, passando de dois milhões de reais. Confira o trailer clicando aqui. O diretor do filme contou para a revista WhyNow sobre escolha de AOTV como título do documentário:
— “Nós pensamos que ‘todas essas vozes’ funcionam em muitos níveis. São ‘todas aquelas vozes’ em sua cabeça, todas as vozes que dizem ‘você não consegue’ ou ‘você não é bom o suficiente’. São também ‘todas aquelas vozes’ do público na multidão que o levantaram”.
O documentário traz uma visão revigorante e real da jornada musical de Louis Tomlinson. Deixando de lado o típico brilho e o glamour dos documentários sobre celebridades. O filme oferece ao público uma visão íntima e pura da vida e da carreira do artista. Por meio de filmagens caseiras nunca antes vistas e acesso aos bastidores da turnê mundial esgotada de Louis em 2022, “Todas aquelas vozes” oferece uma perspectiva única sobre como é ser um músico no mundo acelerado de hoje — e como esse é um embate interno para a filosofia pessoal e profissional do cantor.
Dentro de seus pensamentos
Dos altos do estrelato aos baixos da tragédia pessoal, a história de Louis é de resiliência e determinação. O filme explora sua jornada de membro do One Direction a artista solo, capturando os desafios e triunfos que definiram esse percurso. Desde o aclamado lançamento de seu álbum de estreia, “Walls”, até documentando a criação de seu álbum líder das paradas de 2022, “Faith In The Future”, o filme mostra um lado de Louis que os fãs nunca viram antes, enquanto ele luta com as pressões da fama e o peso de sua própria voz.
É uma história real sobre o poder da autodescoberta e a coragem necessária para ser fiel a si mesmo. Com foco na honestidade e na vulnerabilidade. Louis mostra que se recusou a ser silenciado pelas expectativas de qualquer outra pessoa. Desde que saiu da banda, teve que provar para os contratantes desconfiados que conseguiria vender ingressos. Esse no fim foi uma das motivações tanto para ele, quanto para seus empresários, que contam que quanto mais tinham que provar para as pessoas o seu valor, mais eles tinham força pra conquistar.
De repente de 5 pra 1
O documentário mostra os bastidores da última apresentação da banda One Direction, que ocorreu no programa The X Factor, em dia 13 de dezembro de 2015. Nos 15 minutos restantes para entrarem no palco Louis se preocupa e sai para ensaiar a canção “History”. Provavelmente porque era um momento especial mas também porque sua autoconfiança já havia sido abalada durante a carreira com o grupo. Esses traumas são frutos de episódios anteriores.
Uma das cenas mais marcantes é quando Louis revela que a equipe da 1D substituía sua voz das músicas por outro integrante, como a de Harry Styles, e ele só ficava sabendo quando ia ouvir ela pronta e se dava conta que fora cortado da canção. Louis costumava escrever as letras para os discos da 1D, mas na hora de gravar aparecia pouco. No último album da banda ele e Niall Horan tiveram maior protagonismo. Quando a banda entrou em hiato, Louis teve que se refazer como músico e encontrar de volta seu espaço, passou muito tempo duvidando de si mesmo e sua autoconfiança foi abalada novamente.
Tomlinson conta que a banda não queria e nem se imaginava tendo um fim. Para ele ser artista solo foi difícil. Ele assistia Harry, Liam e Niall produzindo e, diante de caóticos acontecimentos que a vida adulta trouxe pra ele — como a morte de sua mãe e de sua irmã Félicité — , Louis acabou se sentindo atrasado e improdutivo. No fim, o sentimento esquisito e incomodo de ser o único no palco e nas entrevistas, foi substituído por uma massa de energia que faz, como ele diz, algumas vezes se sentir “um Deus” no palco.
O apoio de Johannah
As conversas com sua mãe, Johannah Darling, que faleceu em 2016, reconhecida por ser uma grande fã da banda , deu a confiança que precisava para o cantor escrever e cantar suas próprias músicas. A relação de mãe e filho é bastante comentada ao longo do documentário, tanto por Louis quanto pelos seus avós, principalmente pelo avô materno.
O pai de Johannah comenta como ele era próximo da mãe e o quanto o falecimento dela afetou suas vidas. Louis disse que só se deu conta de o quanto ele e Johannah eram melhores amigos quando cresceu e olhou pra trás — já que ela sempre o incentivou na carreira até mesmo no teatro antes do X Factor até na vida pessoal, sendo uma confidente de seus segredos.
Freddie
Imagens exclusivas mostram uma gama de momentos fofos entre Louis e seu filho Freddie (7). A relação entre eles se mostra divertida e responsável ao mesmo tempo. O menino já acompanhou o pai em shows importantes e se mostra inteligente, energético e curioso.
A relação com o resto da família é mais complicada, eles veem Freddie pessoalmente uma vez por ano apenas e se falam por vídeo chamadas.
A reação das fãs
A expectativa das fãs em saber como o cantor lidou com tantos momentos tanto na vida pessoal quanto na profissional dos últimos anos transformou o momento. O apoio no Twitter resultou no topo da tag #AllOfThoseVoices na rede social. Nas salas de cinema não foi diferente — constantes aplausos, gritos, cantorias e, claro, lágrimas.
Não podemos esquecer dos projetos que a galera engajada sempre faz quando tem show ou lançamento. Dessa vez elas reproduziram no cinema fotos inspiradas em um registro “fetus” de Louis na mesma situação e aproveitaram para homenageá-lo e, claro, tirar uma onda com ele também, né? Já que ele é da zuera mesmo, ele entende!
Além disso, as fãs brasileiras tiveram um presente especial! O documentário mostra as viagens que o Tomlinson fez enquanto estava se apresentando no Brasil, em maio de 2022. Registros do cantor no Rio de Janeiro curtindo com a banda em um passeio de barco, bebendo, fazendo um “churrasco”, se divertindo e ainda a noite trabalhando nas últimas faixas do seu segundo álbum, “Faith In The Future”, lançado em novembro do ano passado.
O documentário foi dedicado à sua mãe, Johannah Darling, e sua irmã, Félicité Tomlinson, e teve sessões nos cinemas brasileiros apenas nos dias 22 e 25 de março.