Crítica

Creed III: seu pior inimigo é você mesmo

Dirigido pelo próprio Michael B. Jordan, o terceiro filme da franquia chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (2)

Victória Armando
Published in
2 min readMar 2, 2023

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(Divulgação)

Creed III, assume uma narrativa que contrasta com a dos filmes anteriores da franquia, na qual se observa uma maior independência da personagem de Adonis Creed (Michael B. Jordan). Além de marcar a estreia de Jordan como ator-diretor, o longa é o primeiro da série que não conta com a presença de Sylvester Stallone (ator que interpretava Rocky). A nova história mostra que Adonis construiu uma vida separada de seu mentor Rocky, em Los Angeles, e vive a vida de pai e homem de negócios no mundo do boxe.

A vida tranquila do protagonista se mantém até o passado voltar à tona, quando Dame Anderson (Jonathan Majors), seu amigo de infância, reaparece, iniciando a trajetória de altos e baixos do filme. Após três anos de aposentadoria, o ex-boxeador volta aos ringues para lutar pelo cinturão e por sua imagem, abalada após uma má aposta em um lutador. O oponente? Esse mesmo amigo.

A ausência de Rocky, “fio norteador” da franquia, não é sentida como uma falta na narrativa. Os filmes, que começaram como spin-off, já se tornaram independentes da narrativa inicial. Agora, Adonis Creed está criando a própria história.

O filme aposta na perspectiva da mente do lutador, com algumas cenas surrealistas, metáforas e subjetividades. Cenas incríveis de luta e de dramas familiares se equilibram no protagonismo. A pergunta latente na narrativa é a busca de sentido, “o que te move na vida? o amor ou o ódio?”. Amigos de infância que se tornam inimigos. Escolhas. Família. Ética. Respeito. Valores. Recomeços.

As escolhas são inevitáveis, bem como as suas consequências. Mas a maneira de ver a vida, com amargura ou com esperança, é uma perspectiva que pode ser mudada a qualquer momento. Assistir Adonis Creed e Dame Anderson lutando é se questionar se o que eles representam vive dentro de cada indivíduo. E qual sentimento se deve deixar dominar. Esse é o dilema que ecoa no protagonista e, consequentemente, no telespectador.

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