Literatura

Em “O Cálice dos Deuses”, Rick Riordan mostra que ainda sabe divertir e emocionar o público

Novo livro da série “Percy Jackson e os Olimpianos” chegou ao Brasil no dia 26 de setembro

Laura C. Bender
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3 min readDec 5, 2023

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Reprodução: Intrínseca

“Olha, eu não queria estar no último ano do ensino médio.”

O último lançamento de Rick Riordan, “O Cálice dos Deuses”, publicado no Brasil pela editora Intrínseca, marcou o retorno do semideus Percy Jackson para a literatura. Só que, desta vez, Percy não tem mais que lutar contra monstros, titãs ou deuses para salvar o mundo. Agora, o herói deve enfrentar essas figuras mitológicas com um propósito muito mais importante — e apavorante — para um adolescente: entrar na faculdade.

Como na vida deste semideus nada vem fácil, Percy precisa conseguir três cartas de recomendação escritas pelos deuses olimpianos para ingressar na universidade de Nova Roma, em troca de missões. Mas, para a felicidade geral do público — incluindo eu — o herói de Rick Riordan não está sozinho, já que Annabeth Chase e Grover Underwood, dois personagens já conhecidos e muito amados, irão acompanhá-lo nessa aventura.

No livro, a missão de Percy e seus amigos é ajudar Ganimedes, o copeiro dos deuses, a recuperar seu cálice. Para isso, os semideuses enfrentam outros olimpianos, como Hebe, a deusa da juventude, e Íris, a deusa do arco-íris, além de seres como Geras, que, sendo o deus da velhice, é responsável por embasar a principal mensagem da narrativa.

Falando nela, a narrativa de Riordan segue com o tom sarcástico que os leitores já estão acostumados, ainda que tenha personagens novos e momentos de reflexão mais profundos. A principal reflexão em “O Cálice dos Deuses” é justamente o medo que os adolescentes têm de envelhecer, o que cabe perfeitamente na história de Percy, visto que ele, sendo um semideus, nunca teve que se preocupar com esse fato antes — já que a maioria dos semideuses não têm nem a sorte de se tornarem adultos, quem dirá a de entrarem na faculdade. Contudo, agora Percy se preocupa e fica, literalmente, cara a cara com a velhice. Com seu futuro.

E isso não é nenhum pouco ruim. Esse foi um encontro que me surpreendeu do melhor jeito possível.

Junto com Percy, percebi que envelhecer não é um problema, mas uma dádiva, especialmente para um semideus que já achou que nem passaria dos dezesseis anos de idade. Com essa mensagem, Riordan acertou em cheio no coração de todos os fãs, não só no meu. É possível se divertir e se emocionar ao ler Percy, Annabeth e Grover se preocupando com questões tão reais em um mundo repleto de mitologias. Para os fãs de longa data, essa história tem a dose certa de nostalgia que traz todas as memórias das aventuras prévias de Percy Jackson à tona.

E, felizmente para nós, esse não é o fim. Rick Riordan anunciou que “O Cálice dos Deuses” será acompanhado por mais dois livros para formar a nova trilogia da série “Percy Jackson e os Olimpianos”. O próximo lançamento já tem nome e data marcada: “A Fúria da Deusa Tríplice” chegará às livrarias no dia 24 de setembro do ano que vem.

Te desejo sorte, Percy — você sempre precisou.

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