Jurassic World: Domínio dos gafanhotos

Alberto Dabul Sant'Anna
Caderno 2
2 min readJun 2, 2022

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O final do último Jurassic World prometeu mostrar a consequência da liberação dos dinossauros no mundo. A promessa não foi cumprida e o filme que encerra a trilogia Jurassic World comete o erro de avançar quatro anos no tempo para um período onde os dinossauros já não são mais ameaças e vivem em harmonia com os seres humanos.

A verdadeira ameaça, não ironicamente, é uma nuvem de gafanhotos geneticamente modificados que saem destruindo plantações pelos Estados Unidos. Os únicos capazes de solucionar esse problema são os cientistas da empresa farmacêutica Biosyn, que também foi a criadora dos gafanhotos. A partir daí entram os personagens dos Jurassic Park clássicos: Ellie Sattler (Laura Dern) e Alan Grant (Sam Neill) se reúnem e saem em busca de dar um fim nessa conspiração que pode deixar milhões de pessoas sem comida.

Em Jurassic World: Domínio, Alan Grant trabalha como paleontólogo em um mundo onde os dinossauros existem. Reprodução: Universal Pictures.

Acontece que, todo esse plot não se relaciona em nada com o que está acontecendo paralelamente com Owen (Chris Pratt) e Claire (Bryce Dallas Howard). O objetivo deles é ir atrás da sua filha adotiva, Maise Lockwood (Isabella Sermon), que foi sequestrada a mando da Biosyn, já que a mesma é um clone e, se estudada, poderia trazer uma evolução científica inimaginável.

Em Jurassic World: Domínio, Owen doma até T-Rex. Reprodução: Universal Pictures.

São praticamente dois filmes diferentes. Faltam interações casuais entre os personagens das duas franquias. As 2h27min de filme não se justificam, as tramas e os personagens só vão se encontrar no arrastadíssimo terceiro ato, onde os mesmos só fazem gritar e correr.

Ainda assim, o final é a melhor parte do filme, pois é o único momento que vemos dinossauros em maior quantidade e oferecendo uma remota ameaça, algo que, para um filme com ‘Jurassic’ no título, ficou um pouco em falta. Falando em dinossauros, eles estão mais reais que nunca. O salto em relação ao filme anterior foi bem grande. Em nenhum momento a computação gráfica te desprende do filme. Os efeitos — que incluem o uso de alguns animatrônicos, como é tradição da franquia — são muito críveis, parece que os dinossauros realmente estão ali contracenando com os atores.

Quem gostou dos outros dois filmes da trilogia, é provável que se agrade com este também, pois é exageradamente parecido com eles, com adição de fanservice e subtração de dinossauros. Quem não gostou, que de bom grado abaixe as expectativas, para ter a chance de achar o filme ao menos nota seis, pois é isso que ele é, nem muito mais, nem muito menos.

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