Crítica
O Palestrante nos cinemas
Um filme para quem quer mudar de vida e não sabe como
Fábio Porchat e Dani Calabresa protagonizam uma comédia romântica, dirigida por Marcelo Antunez. A trama envolve outros nomes da comédia brasileira como Maria Clara Gueiros, Paulo Vieira, Letícia Lima e Antônio Tabet (Kibe).
O filme conta sobre a vida pacata de Guilherme (Porchat), um contador que trabalha há anos na mesma empresa. Com um chefe extremamente irritante e uma carga horária rígida, impedindo atividades de lazer, o protagonista se acomoda na sua rotina. Essa monotonia é ameaçada quando ele é despedido e, ao mesmo tempo, descobre a traição da esposa (Letícia Lima) com um ortodontista. Ele enxerga nisso uma oportunidade de viajar, através de uma reserva que não está em seu nome e acaba por ser confundido com um famoso palestrante motivacional.
A palestra é destinada aos funcionários da empresa de Denise (Calabresa), que busca ser aceita e querida entre sua equipe. Por isso, ela acaba convencendo Guilherme, mesmo sem saber, a motivar o pessoal da sua startup paulista. Dessa relação profissional, nasce uma paixão desajeitada e engraçada.
Aqui as gargalhadas são garantidas, por mais que não sejam frequentes, são risadas muito bem colocadas. Há uma história sendo contada. Se percebe que é um filme de comédia e não uma comédia com um pouco de filme, com piadocas forçadas o tempo todo. A trama é muito bem construída, capaz de prender a atenção do telespectador o tempo todo.
Otavio Muller faz parte do elenco e possui cenas extremamente cômicas, com suas expressões exageradas e desafinação de voz dramática. Ele interpreta um dos funcionários que não gosta da chefe e busca trazer o suposto palestrante para esse grupo do ódio.
Uma cena que vale destacar é a de Rodrigo Pandolfo (o Juliano de “Minha Mãe é Uma Peça”), interpretando Flávio, o dono resort que faz um barraco quando descobre a mãe traindo seu pai. A incrível atuação de Pandolfo gera a melhor gargalhada do filme, é claro.
Formado na CAL — Casa das Artes de Laranjeiras (RJ), Porchat desenvolve um ótimo personagem, mas que fica sempre amarrado ao roteiro. O humor dele consiste em suas expressões e sacadas cômicas no texto, mas no longa ele se prende a um texto feito por ele mesmo e Cláudia Jouvin, que poderia ter mais potencial.
Mesmo assim, o longa aborda temas como conhecimento pessoal, estímulo para mudança de vida e carreira, e, claro, sobre autoconfiança. Para os fãs do Porchat, Calabresa e comédias em geral: ASSISTAM!
“O Palestrante” estará disponível dia 04 de agosto em todos os cinemas nacionais
