Cinema
Os amor(es) verdadeiro(s) de Taylor Jenkins
Adaptação cinematográfica de um dos mais famosos livros da geração booktok tem pressa demais e aprofundamento de menos
Que Taylor Jenkins é um sucesso entre os leitores, principalmente para aqueles que consomem conteúdos no TikTok, isso quase todo mundo já sabe. Mas, como seria se quisessem transformar as palavras em falas? Amor(es) Verdadeiro(s) esteve no cinema para nos mostrar isso.
Numa adaptação de pouco mais de 1h40 que estreou no dia 18 de maio, podemos acompanhar, assim como no livro, a história de Emma (Phillipa Soo), Jesse (Luke Bracey) e Sam (Simu Liu). Mas de uma forma um pouco diferente do que era esperado pelos leitores.
No longa, Emma volta para Massachusetts para reconstruir sua vida depois que seu marido, Jesse, desaparece em um acidente de helicóptero no dia do aniversário de casamento do casal e é dado como morto. Experimentando a felicidade e o amor novamente, Emma fica noiva de Sam, seu grande amigo da adolescência. Mas tudo muda quando Emma recebe a ligação de um número desconhecido. Jesse estava vivo.
A partir desse ponto, muitas coisas semelhantes podem ser vistas no livro e no filme, mas com intensidades diferentes. No livro, temos uma explicação maior dos acontecimentos e acabamos entrando mais dentro de cada personagem, o que possibilita estabelecer uma conexão maior com eles. No entanto, essa representação no longa parece um pouco desconexa e apressada, fazendo com que não consigamos criar uma empatia tão grande em relação aos personagens.
Jesse, que tanto havia sofrido no livro antes de seu retorno, é retratado apenas como um sobrevivente. Não perde um dedo, não precisa lidar com as doenças da desnutrição, e, magicamente, volta a vida. O longa deixa a desejar um pouco na construção desse personagem, que fica retratado apenas como insistente e até mesmo incisivo nas telas.
No caso de Emma, considero que é pouco explorado o seu dia a dia com Sam, que é o que nos mostra, no livro, a importância das pequenas coisas cotidianas na construção de um bom relacionamento.
Além do pouco aprofundamento dos personagens, o filme deixa a desejar na trilha sonora, que parece não seguir a sequencia narrativa, a montagem do filme é apressada, com cenas que apresentam cortes sem sentido e transições fracas.
Ao sentar na frente da TV, quem tiver lido Amor(es) verdadeiro(s) poderá ter certa diversão e identificação. Já para quem não leu, podem ser pouco mais de uma hora e meia extremamente confusas.
Resta saber se nas próximas adaptações, o leitor finalmente se beneficiará de toda a magia das palavras tão bem escritas por Taylor.