Pequenas e grandes vitórias para celebrar o Dia do Orgulho LGBTQIA+

Ações que se destacaram nas comemorações desse ano

Arthur Mezacasa
Caderno 2
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4 min readJun 28, 2021

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Bar Stonewall Inn, em Nova York.

O dia 28 de junho é reconhecido internacionalmente como Dia do Orgulho LGBTQIA+. A data surgiu como forma de homenagear a Revolta de Stonewall, movimento que aconteceu em Nova York no ano de 1969 quando a polícia decidiu fechar um bar que costumava reunir gays, lésbicas, travestis e outras pessoas que não se identificavam com o padrão de orientação sexual e de gênero considerado aceitável. A indignação da comunidade levou à criação de marchas de protesto, que deram origem às paradas LGBTQIA+ que até hoje acontecem ao redor do mundo. A pandemia de Covid-19 até modificou um pouco as formas de se demonstrar o orgulho de amar e de poder ser quem somos, mas os ideais de igualdade e respeito pregados pela comunidade da bandeira arco-íris estão aí para serem exigidos e celebrados como há anos.

Em vista desse dia, várias ações interessantes de combate ao preconceito foram realizadas pelos setores de cultura e entretenimento, e nós, do Caderno 2, viemos aqui destacar algumas para vocês!

Parada do Orgulho LGBT de São Paulo

Em 6 de junho aconteceu virtualmente a 25ª edição da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, considerada uma das mais expressivas do mundo — levando milhões às ruas paulistanas antes da pandemia. Os shows e as entrevistas foram exibidos pelas redes sociais e pelo canal GNT e contaram com a presença de diversos nomes conhecidos, desde as drags cantoras Pabllo Vittar e Gloria Groove até os youtubers do canal Diva Depressão e o economista ex-BBB Gil Nogueira. As apresentações ainda estão disponíveis para serem assistidas no YouTube.

Mostra LGBTQIA+ no Canal Brasil

O Canal Brasil, de TV por assinatura, realiza durante todo o mês uma mostra com diversos filmes envolvendo questões de sexualidade e gênero. Os filmes são exibidos às 00h30 de quartas a sextas-feiras. Dentre as obras presentes na mostra estão documentários como Bixa Travesty e Divinas Divas e ficções como Praia do Futuro e Tinta Bruta.

Falas de Orgulho

A Rede Globo transmite no dia 28 um especial com depoimentos de diversas pessoas que experienciaram as dores da homofobia e da transfobia em suas histórias e como elas puderam superar os entraves sociais impostos à pessoas que não seguem o padrão heterossexual e cisgênero (de pessoas que se identificam com o gênero assinalado no nascimento). O programa vai ao ar após a novela das 21h e contará com trilha sonora especial de Johnny Hooker, Majur e Pabllo Vittar.

Batidão Tropical

Falando em Pabllo Vittar, uma das drag queens mais bem sucedidas de todo o mundo, vamos indicar aqui o seu último álbum musical, chamado Batidão Tropical. Lançado no último dia 24, ele contém nove faixas e já é considerado o álbum pop de artista solo mais bem sucedido na estreia pelo Spotify Brasil. As músicas foram inspiradas pelo tecnomelody e pelo forró comuns na sua infância e adolescência no Pará e no Maranhão.

Born This Way Reimagined

O álbum Born This Way, de Lady Gaga, foi lançado em 23 de junho de 2011. Para celebrar o aniversário de dez anos da obra — que fez um grande sucesso entre o público LGBTQIA+ — a cantora decidiu convidar outros artistas conhecidos por dar visibilidade a causa da diversidade para gravarem novas versões de suas músicas. Dentre as vozes que embalam os seis covers estão a de Kylie Minogue, de Years & Years, e de Big Freedia. O estilo das músicas acompanha o dos convidados, ou seja, tem som para todos os gostos.

Representatividade no futebol

Jogadores do Vasco comemoram gol hasteando a bandeira LGBT.

Por muitos anos o futebol foi uma fonte de entretenimento, diversão e brincadeira para milhões de pessoas no Brasil. Porém, é de conhecimento geral que o meio futebolístico também pode ser bastante opressivo, principalmente em questões de raça e de sexualidade. Até poucos anos atrás ver um jogador ser xingado de “viado” era um comportamento comum em partidas mesmo dos maiores times do país. Neste ano, felizmente, vários times promoveram ações para acabar com esse tipo de preconceito, que faz milhares de vítimas todos os anos. No domingo, 27, o Flamengo, o Fluminense e o Vasco da Gama levaram as cores do arco-íris aos estádios, uma atitude muito significativa, considerando o impacto social que o futebol tem no Brasil.

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Arthur Mezacasa
Caderno 2

Estudante de jornalismo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul