Um Livro às Quintas
“É inacreditável o quanto você não sabe do jogo que tem jogado a vida toda.” (parafraseando Michael Lewis, autor de Moneyball, o homem que mudou o jogo)
Segue um dos meus trechos preferidos dos autores Chris Anderson e David Sally:
“Ficou para trás o tempo em que se confiava puramente no instinto, no palpite e na tradição para saber o que era bom e mau futebol. Em vez disso, agora podemos recorrer a provas objetivas. O uso de informações objetivas está mexendo com o equilíbrio do jogo bonito. O futebol não é mais comandado por uma mistura de autoridade, costume e adivinhação, e está entrando em uma fase nova, mais meritocrática.
Isso é uma ameaça para os poderosos tradicionais do esporte, porque indica que eles deixaram de ver alguma coisa, durante todo esse tempo.
Nesse sentido, o futebol é um pouco de religião: sempre houve a percepção de que, para se tornar um especialista, era preciso ter nascido no lugar certo e ter sido iniciado nos rituais desde a mais tenra idade. O futebol tem credos, dogmas, a comunhão com os coirmãos, confissões, códigos de vestimenta, rituais de imersão, cantorias e tudo o mais.
Mas, se os dados permitem que qualquer um se torne um especialista, alguém com uma opinião bem embasada, aqueles que praticam os métodos antigos se tornam menos poderosos, menos especiais, mais sujeitos a questionamento. No limite, eles podem acabar sendo desmentidos; e quanto mais forem desmentidos, menos poder terão.
Se eles são os sacerdotes e os fazedores de papas, nosso papel, como autores de Os números do Jogo, é ensinar a você como ser e como apreciar os iconoclastas e os combatentes da reforma do futebol.”
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Os Números do Jogo também é um relato honesto sobre a menos romântica das situações: o momento em que o futebol parou de ser 100% jogado no campo para ser pré-definido em números.
Mas como não ser romântico sobre futebol quando o fator humano está presente em cada momento do jogo e insiste em ignorar nossas certezas?