Confia no Processo!

Lucas Nepopop
Cafe Belgrado
Published in
14 min readMar 14, 2018
Hinkie e Embiid, os símbolos do Processo

Nem todo grande ex-jogador se dá bem num cargo de gerência. O sucesso das quadras nem sempre se reverte em sucesso fora das quatro linhas. Michael Jordan tá penando aí faz tempo com os Bobcats/Hornets enquanto o Jerry West brilha por onde ele passa. Isso, eu acho que todo mundo já absorveu faz tempo. O que pega muita gente de surpresa, é o sucesso do nerd que nunca conseguiu jogar bola no comando das decisões chaves de uma franquia.

Daryl Morey foi o primeiro GM puramente nerd das stats da NBA. Um tanto embalado pelo sucesso do moneyball no baseball, o Houston Rockets decidiu dar uma chance ao guru das estatísticas avançadas como o principal tomador de decisões da franquia. Apesar de ainda não ter sido campeão, Morey é um aclamado GM, com um grande histórico de vitórias nas quadras e “vitórias” nas trocas. Não é à toa que o Houston está liderando a NBA atualmente e tem tido sucesso em atrair grandes nomes para jogar por lá.

Morey joga xadrez enquanto seus rivais jogam damas.

Eis que em 2013, o Philadelphia 76ers parecia tão longe de disputar um título da NBA quanto o Hornets está hoje. Presa num ciclo de campanhas medíocres, a franquia decide ousar, trazendo do Houston Rockets o seu novo general manager, o principal pupilo do Moreyball: Sam Hinkie.

Foi aí que uma das paradas mais divertidas dentre as torcidas da NBA começou: Trust the Process”. Afinal, que “Processo” é esse que é tão falado? Tamo aqui pra isso!

Embora o “Processo” seja lento e penoso, o seu objetivo é bem claro: tornar a franquia campeã da NBA. Parece óbvio e até infantil já que teoricamente esse deve ser o objetivo de todo GM em todas as franquias. A diferença maior no “Processo” está na forma que se pretende chegar lá.

Ao assumir a condição de GM na offseason de 2013, Hinkie foi muito honesto:

“Nós falamos muito sobre processo — não resultado — e tentar consistentemente ter as melhores informações possíveis e consistentemente tomar boas decisões. Às vezes funciona e às vezes não, mas você reavalia todas elas.”.

Metendo já na sua apresentação a palavra “Processo”, que seria a palavra chave de sua passagem pelo Sixers foi muito espetacular e profético. Mas para acompanhá-lo nessa longa jornada, Hinkie ainda precisava de um parceirão: um técnico que confiasse nas suas decisões, que concordasse com o seu estilo, e comandasse para que o time que jogasse de forma “analítica”.

Foi no Spurs buscar Brett Brown (assistente de Popovich por 9 anos) que comprou a ideia, não se preocupou com resultados imediatos e que tem a oportunidade de começar a colher os frutos agora com sua primeira campanha positiva.

Embora não exista um passo-a-passo que sirva para qualquer franquia, a estratégia para a formação do elenco do 76ers durante o processo foi pautada em alguns movimentos genéricos chaves: acúmulo (e potencialização) de ativos, flexibilidade e produtividade ponderada. Bacana né? Esses nomes bonitos eu inventei só pra poder explicar detalhadamente agora!

· Acúmulo (e potencialização) de Ativos:

2013

Hinkie deu as caras na primeira oportunidade que pintou. No draft de 2013, trocou Jrue Holiday, de apenas 22 anos e que tinha disputado seu primeiro all star game naquele mesmo ano por Nerlens Noel (machucado, sexta escolha daquele draft) e uma escolha futura de primeiro round (olho nela!)

Naquele mesmo draft, escolheu Michael Carter-Williams para ser seu armador. O garoto ganhou o prêmio de novato do ano.

2014

Se desfez de veteranos em boa temporada (em estatísticas) na deadline (Spencer Hawes e Evan Turner) por escolhas de segundo round.

No draft, escolheu Joel Embiid (machucado) na terceira escolha, Elfrid Payton na décima e mais um montão de jogadores no segundo round.

Elfrid Payton não fazia parte dos planos, mas era o jogador mais bem cotado para aquela posição. O que fez o 76ers então? Trocou o armador para o Orlando Magic, recebendo em troca: escolha 12 daquele draft, uma escolha de 1st round futura do próprio Philadelphia (mas que estava em posse do Magic desde a troca de Dwight Howard) e uma nova escolha de segundo round. Desse bolo todo, Hinkie saiu com o melhor jogador da troca: Dario Saric, escolhido na 12ª escolha e ainda trocos valiosos.

Pouco depois trocou seu outro veterano que tinha valor por nova escolha de 1st round: Thaddeus Young foi para o Wolves quando Hinkie “ajudou” o Cavs a conseguir Kevin Love.

2015

Naquela que tenha sido talvez a mais desastrada troca do Phoenix Suns (e do Milwaukee Bucks!) nos últimos anos, Hinkie mandou Michael Carter-Williams para o Bucks e recebeu do Suns a famosa “escolha futura do Lakers”. O Suns ficou com o que? Com a oportunidade de ouro de dar um max contract no Brandon Knight. Pois é.

Ainda na mesma deadline, o Sixers adquiriu nova escolha de segundo round (que usou para draftar Richaun Holmes).

Poucos meses depois, draftou Jahlil Okafor e mais uma carrada de 2nd rounders. O que ele fez com a pick 35 (que veio na troca do Elfrid)? Trocou por mais duas 2nds futuras!

A parte de acumular foi bem fácil de acompanhar né? Mas e o “potencializar” seus ativos? Como fazer?

Ao assumir o time, Hinkie tinha um time de meio de tabela, apto a brigar por uma vaga nos playoffs. A chance de disputar um título era quase a mesma do São Paulo ser campeão brasileiro ano passado. Ao trocar Jrue Holiday logo de cara, e os demais veteranos em seguida, o Philadelphia potencializou não apenas um, mas vários ativos ao mesmo tempo:

a) Chance para Michael Carter-Williams chegar como titular. Sem pressão e sem concorrência, MCW logo brilhou, conquistando estatísticas expressivas mesmo com resultados vazios. Ganhou o prêmio de ROY e foi trocado a peso de ouro pouco tempo depois.

b) O principal caminho para Sam Hinkie chegar ao título sempre foi o draft. Escolhas como a que ele assumiu (pick 11 do draft de 2013) dificilmente vão te conseguir um superstar, mas ao tirar o talento da equipe, é óbvio que as escolhas serão melhores no futuro. Sendo assim, Hinkie deixou um legado das seguintes escolhas diretas do 76ers:

Draft 2014: #3 Embiid

Draft 2015: #3 J. Okafor

Draft 2016: #1 Ben Simmons

Na estréia de Embiid na NBA

Apesar da óbvia improdutividade de 2015, não dá pra negar que a estratégia surtiu efeito. A chance de erro é bem menor quando se escolhe no topo.

· Flexibilidade

Embora para nós seja possível se alcançar ao praticar bastante yoga, a flexibilidade numa folha salarial da NBA é bem mais difícil de ser alcançada. A NBA é uma liga com apenas 30 times de basquete para abrigar os principais nomes do esporte mundial. A concorrência por uma posição de GM, técnico, jogador ou até assistente de copa é muito intensa. Dessa forma, é raro que um front office seja displicente com resultados em nome de um “bem maior”.

Em geral, as equipes da NBA gastam muito em jogadores que nem sempre vão dar os resultados que as equipes esperam, e em alguns casos, chega a ser óbvio de que foi uma cagada imensa aquela contratação. Exemplos:

- Evan Turner 70 milhões no Portland (um cara que precisa da bola na mão pra produzir ganhando esse tanto de grana pra jogar com Lillard e McCollum?).

- Timofey Mozgov 64 milhões no Lakers

- Solomon Hill 52 milhões no Pelicans (ainda lembra dele?)

Enfim, exemplos de contratos ruins não faltarão. Como a NBA trabalha com um teto (e um piso) salarial, os GMs se sentem compelidos a utilizar cada espacinho. Percebendo a sede dos rivais, Hinkie se notabilizou por utilizar o seu espaço no cap para absorver contratos inofensivos enquanto tirava algum ativo de seus rivais (normalmente uma escolha de segundo round).

Durante o seu período como GM, Hinkie contratou diversos free agents. Talvez mais do que qualquer outro GM no período. A pegadinha: nenhum deles com grana relevante. Usando o grosso do seu cap apenas para absorver contratos de outros times, o Sixers esteve em algumas temporadas na situação bizarra de estar ABAIXO do PISO salarial. O previsto pela regra é que o time pagasse a diferença em forma de bônus aos seus próprios jogadores.

Mas enfim, tanta “economia” deu qual resultado? Além das 2nds que até hoje enchem o estoque de picks da franquia, Sam Hinkie conseguiu com essa estratégia a sua troca mais desequilibrada de todas. Essa troca absurda foi discutida na coluna passada “A Maldição de Peja” focando no Sacramento Kings:

“Cansado de ver o Kings dispensar jogadores escolhidos na loteria, Vlade Divac bolou uma solução ainda mais patética: Trocou Nik Stauskas com Sam Hinkie. Quem é Sam Hinkie? Eu explico:

Hinkie foi o General Manager do Philadelphia por alguns anos. Ele foi o responsável pela decisão de tornar o Sixers ruim em níveis históricos para poder reconstruir através do draft um time forte e barato. Ele se notabilizou por ser um ávido colecionador de assests.

Então imagina a emoção de Sam Hinkie ao ter Vlade Divac ao telefone negociando a sua PRIMEIRA troca na NBA.

O que rolou? Kings enviou Nik Stauskas, um direito do Phila trocar as escolhas do draft 2017 e uma escolha DESPROTEGIDA de 2019.

Sério, cara.

Pensa nesse absurdo. Sacramento deu a escolha #8 de 2014 (Stauskas) + 1 direito de swap + 1 pick desprotegida para o Philadelphia 76ers em troca de… WTF!! Nada? Sim nada. O Sixers só precisou assumir salários.

Com a “economia”, Kings assinou Rondo por um ano, Bellinelli por 3 e renovou Kosta Koufos. Show!”

Essa foi a última grande troca de Sam Hinkie no comando do Sixers.

· Produtividade Ponderada:

Poucos parágrafos atrás, falei sobre o grande número de free agents que Sam Hinkie levou para o Sixers. Mas afinal, onde estão esse caras?

A grande maioria foi chuva de verão que apenas cobriram buracos no elenco. Eram jogadores provenientes da D-League, não draftados ou até mesmo que foram selecionados por outras equipes e eventualmente dispensados.

Mas e se um deles desse certo? Para isso Hinkie tinha um plano diabólico e genial. Ao assinar com esses caras, tão preteridos pela comunidade da NBA, Hinkie colocava uma cláusula predatória: Contratos multi-anuais com salários não garantidos.

Na prática funcionava da seguinte maneira:

Um jogador que interessava ao Sixers, como o Robert Covington em 2014, assinava com a equipe. Ele recebia então um salário mínimo dentro da NBA, não-garantido, mas com duração de 4 anos. A qualquer momento dentro daqueles 4 anos, Hinkie poderia dispensar o jogador sem ônus nenhum para a franquia. Dentro daqueles 4 anos, Covington então na melhor das hipóteses, receberia um salário mínimo independente de ser titular e um dos melhores jogadores do time.

Assim como Covington, vários jogadores foram assinados dessa maneira. A grande maioria não durou na NBA, mas TJ McConnell é outra mão de obra barata que está até hoje na equipe atuando de maneira importante.

Ao optar por esses três caminhos, Sam Hinkie deixou o 76ers com todas as condições de conseguir grandes nomes da NBA. Os dois que chegaram foram por responsabilidade direta dele: Joel Embiid e Ben Simmons.

Após receber o machucado Nerlens Noel no draft de 2013, o Sixers chegava ao draft de 2014 com a terceira escolha, com MCW e o próprio Noel como as peças base para o seu futuro. Um GM mais tradicional poderia evitar escolher mais um big. Outros conservadores evitariam escolher mais um jogador machucado. Hinkie não é desses. Bancou a escolha de Joel Embiid. Como ele falou lá na apresentação dele, o foco não eram resultados e sim, tomar as melhores decisões consistentemente. Em draft, você deve ir no melhor talento disponível. Embiid claramente, o era.

Joel inclusive, é um caso à parte. O cara aprendeu a jogar basquete um dia desses, passou duas temporadas só postando em redes sociais enquanto se recuperava de contusões, e mesmo assim, sempre que ele tá em quadra, é um dos melhores do jogo. A sinergia dele com o Sixers é tamanha, que ele assumiu o apelido de “Processo”. Trust the Process então, virou “Confia no Embiidão”. Até hoje ele posta frases carinhosas sobre Sam Hinkie em suas redes sociais!

Ben Simmons chegou um pouco depois de Sam Hinkie sair, mas a escolha número 1 do draft de 2016, veio graças ao “Processo”. Hinkie saiu em Abril de 2016 depois de conquistar o maior número de bolinhas de ping pong para o 76ers pelo terceiro draft seguido.

Mas se o “Processo” de Sam Hinkie é tão bom, porque ele não ta lá até hoje?

A resposta não é simples. Dirigir a equipe dessa maneira atraiu todos os olhares para Philadelphia.

I) O time não apenas era ruim, como também ESCOLHIA ser ruim. O espírito esportivo era questionado, GMs rivais reclamavam e donos ao redor da liga achavam que isso manchava a imagem da NBA.

II) Hinkie se aproveitava de todos os buracos possíveis nas regras da NBA (como as vantagens no draft para times ruins e os contratos não-garantidos que distribuía para posicionar melhor a sua equipe para o futuro). Isso era meio irritante para os rivais que não tinham a liberdade de perder tanto sem verem seus empregos ficarem em risco.

III) Agentes também ficaram incomodados. Com Sam Hinkie no comando, o Sixers não gastava. Era uma bolada a menos a cada offseason para os bolsos insaciáveis dos agentes.

2014: U$ 4,9 milhões em espaço no cap

2015: U$ 6,1 milhões em espaço no cap

2016: U$ 6,8 milhões em espaço no cap

Ao absorver Stauskas e outros salários, Hinke adquiriu vantagens incríveis junto ao Kings

Detalhe importante: esses valores são dos finais das temporadas. Nesse meio tempo, Hinkie absorvia diversos salários e nunca assinava com free agents acima do mínimo.

IV) Embora se perceba hoje todas as vantagens do “Processo” em Philadelphia é preciso que se diga o seguinte: até o momento da rescisão de Hinkie, Embiid ainda não tinha jogado na NBA, Ben Simmons ainda não havia sido draftado, Noel não tinha vingado e Jahlil Okafor já havia se transformado em decepção. Dario Saric, escolhido em 2014 havia prometido se apresentar em 2016. O “Processo” não era garantia de sucesso e a equipe acumulava um pouco mais de 40 vitórias ao longo de 3 temporadas, com mais de 190 derrotas no período. Se o Hinkie tinha (ainda tem!) uma legião de admiradores, também causava revolta em boa parte da torcida (e da imprensa) local.

Relutantemente a liga interveio e o Sixers trouxe então Bryan Colangelo para a posição de General Manager.

O “Processo” Continua?

Hoje o Philadelphia ostenta uma campanha positiva pela primeira vez em sei lá quantos anos. A equipe tem um núcleo jovem e promissor. Joel Embiid e Simmons já são forças dominantes que devem impactar a NBA por muitos anos. Saric chegou aos EUA e já é um dos principais europeus da liga. Brett Brown continua melhorando como técnico, Covington e McConnell continuam produzindo dentro do papel de cada um deles. Tudo isso já sabemos que foi obra de Sam Hinkie.

Mas e o que rolou depois? Será que o Sixers continua mandando bem nas trocas? Será que anda fazendo o que Sam Hinkie faria?

Apesar do bom momento da franquia, a resposta é MAIS OU MENOS. E é um MAIS OU MENOS desses mesmo. Em negrito e caixa alta.

Vamos aos movimentos de Colangelo:

Draftou Ben Simmons na #1, Luwawu na #24 e Korkmaz na #26.

Até aí tudo ok. Ben Simmons era consenso pra 1ª escolha. Os europeus foram boas apostas. Hinkie aprovaria.

Logo em seguida, a primeira bobagem pós-Hinkie. Querendo mostrar que era novamente um player no mercado de free agents, o Philadelphia assina Jerryd Bayless por 3 anos, pagando U$ 27 milhões. Um jogador absolutamente irrelevante dentro da NBA já chega recebendo uma bolada numa clara demonstração de impaciência com todo aquele dinheiro disponível.

O outro contrato relevante que ele deu no período foi ruim também, porém menos lesivo pela sua duração. Gerald Henderson com U$ 18 milhões por 2 anos.

Um começo meio peba pra era pós-Hinkie.

Vem o começo da temporada e embora o Sixers tenha tido mais uma baixa com seu calouro principal do último draft (Ben Simmons não joga em seu primeiro ano), a equipe conta com Embiid e Dario Saric em seu elenco. O “Processo” finalmente se tornava algo palpável.

Colangelo consegue então uma boa troca: Jerami Grant (mais uma boa escolha de 2nd round de Hinkie) por Ilyasova e uma 1st futura do OKC.

Com novo problema de contusão, Embiid joga apenas 31 partidas como novato e o Sixers se vê fazendo mais trocas na deadline: Ilyasova, que havia sido adquirido em Novembro, é trocado por 2nd. Nerlens Noel que vinha tendo uma boa temporada, também foi passado adiante por 2nds.

A equipe então escolheria pela primeira vez fora do top 3 do draft até que… PICK SWAP!!! A troca do Stauskas rende um feliz fruto. Como o Kings venceu na loteria e entrou no top 3 do draft, a escolha se tornou melhor que a do Sixers garantindo assim a troca de picks entre as duas franquias. Sixers ficou então com a terceira escolha, enquanto o Kings teve que se contentar com a quinta. Mais uma vitória de Sam Hinkie.

Num draft tão forte não tinha como errar né? Pick top 3, garantia de sucesso para o Sixers. Mas será mesmo?

No que até hoje parece uma bobagem monumental, Colangelo manda a terceira escolha para o Boston, junto com um dos maiores legados de Hinkie: ou a pick do Lakers ou a pick desprotegida de Sacramento pra subir para a 1ª escolha e draftar Markelle Fultz.

Estaria eu sendo injusto? Será que Hinkie não iria querer o Fultz também?

É até possível que o “Processo” precisasse de Fultz, mas pelo histórico, o Sixers teria ido no melhor jogador disponível naquela posição. Afinal, acúmulo de ativos é a regra número 1 do processo. Ao se desfazer da escolha do Kings de 2019, Colangelo abriu mão de um potencial grande jogador. O fato de Fultz não ter feito NADA de relevante na NBA até hoje e estar com uma misteriosa contusão que destruiu a sua mecânica de arremesso contribui para a impressão de que a troca foi realmente uma merda.

Mas o Sixers não ficou por aí no draft. Adquiriu os direitos de Anzejs Pasecniks por uma futura 1st (tchauzinho pra mais um ativo) e vendeu duas escolhas de segundo round. Por que essa necessidade por grana? Talvez por ter feito duas contratações idiotas lá na offseason.

Nessa temporada o Sixers vem realmente bem. Joel Embiid parece ter encontrado saúde suficiente, Ben Simmons é tudo aquilo que a gente esperava, Saric já está adaptado à NBA, o elenco de apoio tem correspondido e apesar de algumas derrotas doídas, a equipe irá aos playoffs pela primeira vez desde o início do “Processo”.

Colangelo parece ter aprendido algumas lições e manteve a flexibilidade do elenco ao assinar apenas JJ Redick e Amir Johnson na offseason com contratos de 1 ano.

Como Jahlil Okafor (um legado peba do Hinkie) não rendeu, foi trocado por uma escolha de segundo round.

Hoje os “ativos” do Philadelphia são esses:

Torcida do Sixers tem motivo pra estar animada

É suficiente para ser campeão dentro de alguns anos? Será que o “Processo” foi interrompido antes da hora? Independente do que o tempo dirá, a lenda de Sam Hinkie viverá.

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