Brasil: ame-o ou deixe-o
Nossa, sua louca, por que tu trouxe esse slogan macabro dos tempos da Ditadura aqui pro Medium?
Tá, eu explico: porque quando eu comecei a pensar, numa noite insone, sobre o que vivemos hoje, essa foi a frase que sintetizou e melhor parafraseou meus pensamentos. Deixa eu explicar: ou a gente ama ou odeia, não estão permitindo meio termo, não estão permitindo gostar mais ou menos.
Vou dar um exemplo político:
ou tu AMA a Dilma e defende até a morte, dizendo que tudo é bom, que tudo é lindo e que não há problemas, que o governo é perfeito, correto e santo, ou tu ODEIA a Dilma e diz que ela faz tudo errado, que o governo é uma merda, só de ladrões e que o País tá acabado com ela.
Eu não posso dizer que acho as políticas sociais da Dilma muito boas, que fico feliz com os resultados, mas que não concordo com a política econômica, que coisas poderiam ser feitas de outra forma.
E isso vale pra tudo: política, música, entretenimento, religião, futebol… As pessoas não estão se permitindo analisar, pensar sobre, apenas apoiam ou rejeitam um ponto de vista, sem ver prós e contras.
Nesses tempos que discutimos diferenças e tolerância, viver vendo o mundo dessa forma unilateral (ou seja, em que apenas um lado é certo e todos os outros não têm nada de bom, não prestam!) apenas dá uma nova voz ao lema que dá título a esse post, lema recheado de intolerância de um período triste do Brasil em que cerca de 50 mil pessoas tiveram a cidadania diretamente violada.
Não estou dizendo que vivemos uma nova Ditadura! Longe disso! Apenas vejo que vivemos um momento em que os comportamentos pessoais se aproximam dos comportamentos do governo daquele tempo, quando não se aceitava um outro que pensasse diferente da gente nem um outro que tivesse um posicionamento de centro. Ou está junto e é legal, ou não está e não presta!
Ninguém é perfeito e uma verdade absoluta não existe (nota mental: escrever sobre a verdade — e a imparcialidade do jornalismo — outro dia).
