Os maiores erros e acertos em “Avatar — A Lenda de Korra”

Avatar conquistou fãs no mundo todo, mas algumas mudanças e revelações em “A Lenda de Korra” dividiram opiniões

Rafael Dalava
caixadesaturno
6 min readFeb 23, 2021

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Atenção: este texto contém spoilers de “Avatar — A Lenda de Korra”

Caso você seja novo quando falamos de mundo Avatar, “A Lenda de Korra” é a série posterior a “A Lenda de Aang, o Último Dobrador de Ar”, que, em alguns aspectos, não conseguiu agradar muito os fãs da saga.

A Lenda de Korra” realmente tem erros que, se comparados a “A Lenda de Aang”, acabam inferiorizando a história, mas além de rever esses defeitos, também veremos os maiores acertos que fazem a série não ser tão ruim quanto falam por aí!

Os vilões em “A Lenda de Korra”

Todos os vilões de “Avatar: A Lenda de Korra” (imagem: divulgação/Netflix)

A Lenda de Korra” conta com quatro capítulos nos quais conhecemos um vilão diferente em cada um. O grande problema nessa divisão é que, com a quantidade limitada de episódios, não temos tempo de conhecer a origem dos vilões, o que aconteceu para que buscassem vingança e todo o seu desenvolvimento até aparecerem na série.

Isso acabou gerando vilões rasos e sem carisma, com suas histórias/causas contadas de forma rápida. Já em “A Lenda de Aang” isso não acontece, principalmente porque o vilão é o mesmo desde o primeiro até o último capítulo, o grande Senhor do Fogo Ozai.

O lado bom de ter quatro vilões é que, além de variar o foco e a narrativa, esses vilões podem servir de base para novas facções do mal ou até futuros vilões que podem aparecer na saga, já que quase todos eles eram bem fora do convencional do mundo Avatar.

O Mundo Espiritual

Mundo espiritual de “Avatar: A Lenda de Korra” (imagem: divulgação/Netflix)

Desde o começo da animação, o Mundo Espiritual é mostrado como um mundo pós-morte totalmente místico e que só o Avatar — e algumas pessoas que tinham alto controle de seu espírito — tinham acesso. Isso garantia teorias que o fandom adora fazer, além de dar brecha para personagens novos desse mundo que ajudassem o (a) protagonista.

Em “A Lenda de Korra”, esse plano astral é totalmente desmistificado no segundo livro. Nessa parte da história aparecem até portais de entrada e saída que fazem o limbo misterioso ganhar uma cara de realidade paralela.

Explicar toda a existência desse cenário é até bom, por não deixar o mundo espiritual como uma ponta solta que nunca quiseram justificar, mas, querendo ou não, isso afeta até na importância do Avatar, já que ele (a) é a ponte entre o mundo físico e o mundo espiritual. Então de que adiante ter essa posição se qualquer pessoa pode entrar lá com os novos portais?

Perdendo antigas conexões

“Avatar: A Lenda de Korra” (imagem: divulgação/Netflix)

Atenção: essa parte do texto tem um spoiler ENORME. Se não quiser saber, é só pular para a próxima parte.

Um elemento muito peculiar presente nos Avatares é a ligação que eles têm com os Avatares de suas vidas passadas. Essas reencarnações sempre conseguiam se comunicar com seus “eu” anteriores, o que tinha um peso enorme no desenvolvimento do personagem.

Um ótimo exemplo desse desenvolvimento é quando Aang conversa com vários Avatares antigos para saber se ele deveria eliminar ou poupar a vida do Senhor do Fogo na batalha final (já que ele era um nômade pacifista e não sabia tomar essa decisão sozinho).

Mas em um certo momento da história, um dos vilões acaba separando e eliminando o espírito de luz que faz o Avatar reencarnar, deixando a Korra sem a sua dominação e sem contato com as suas vidas passadas.

No fim ela consegue solucionar o problema e tem a sua dobra elemental de volta, mas a comunicação com os Avatares antigos foi perdida permanentemente, deixando os fãs da saga realmente decepcionados!

O único argumento que torna o fim da conexão com os Avatares uma coisa positiva é que, em próximas edições, os Avatares poderão apresentar novas formas de resolver seus problemas em vez de recorrer aos seus “eu” antigos.

Estética e movimentação dos personagens

“Avatar: A Lenda de Korra” (imagem: divulgação/Netflix)

Sem dúvidas uma das evoluções mais notáveis é a movimentação dos personagens. Durante as batalhas, os movimentos de luta estão bem mais fluidos e fiéis aos que os personagens poderiam fazer se fossem reais.

Essa evolução também é acompanhada de um traçado mais fino e agradável presente na ambientação e nos próprios personagens. Além disso, os cenários são muito mais bonitos e explorados durante os episódios.

Abrindo portas para a modernidade

Cidade República de “Avatar: A Lenda de Korra” (imagem: divulgação/Netflix)

A Lenda de Aang” se passa em uma época onde ainda existiam reinados, templos e uma briga entre as nações por território, mas como se estima a passagem de 60/70 anos até a história do Avatar Korra, muitas características sociais mudaram. Uma dessas mudanças é o estilo de vida, que se compara com o estilo da vida real no auge das máquinas avapor.

Mas além da tecnologia, a série deu continuidade em muitos elementos da lenda passada, sendo uma delas a sub-dobra. Com o passar do tempo, é mostrado que muitos dobradores encaixaram a dominação como trabalho no espaço social. Agora, os dominadores de metal são a força policial da grande Cidade República, assim como os dominadores de fogo usam os raios para abastecer usinas elétricas e receber seus salários.

Outra coisa muito interessante que podemos ver é a dobra elemental presente em campeonatos esportivos, sendo esse o cenário em que a Korra conhece os dois irmãos Mako e Bolin.

Temperamento forte e explosivo

“Avatar: A Lenda de Korra” (imagem: divulgação/Netflix)

É claro que a maior comparação feita entre as séries são os seus protagonistas. Em “A Lenda de Aang” acompanhamos um garoto de 12 anos, nômade do ar, totalmente pacífico e divertido que precisa treinar para combater um grande vilão, mesmo sendo contra embates violentos.

Já em “A Lenda de Korra”, acompanhamos uma moça de 16 anos totalmente cabeça dura, briguenta e de temperamento explosivo que se comove com qualquer provocação.

Essas características não agradaram muitos espectadores, porém essa diferença é algo totalmente positivo, já que mostra que cada Avatar tem a sua personalidade e identidade própria.

O review de defeitos e qualidades de “A Lenda de Korra” acabam por aqui, mas se você se lembrar de mais algum positivo ou negativo que não mencionamos, deixe aqui nos comentários!

Edição e revisão realizadas por Gabriela Prado.

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