Eu não tenho mais constrangimento em deixar claro que eu não gosto de você…

Robson Felix
Cala a Sua Boca e Pega Logo a Saideira!
2 min readFeb 1, 2017
A próxima pessoa que me pedir para perder a linha vai pensar duas vezes, você não acha?

Na minha vida anterior eu fui muito educado. Fino mesmo. Daqueles que ficam ruborizados, às vezes. Tímido, constrito, interiorizado na constatação diária do quanto o mundo pode ser deselegante, eu vivia em uma linha reta ao encontro de um inevitável câncer terminal. Felizmente, esse meu “eu” delicado morreu antes do advento do meu câncer ou da minha própria morte. Em seu leito de morte esse meu eu me ensinou a falar mais alto do que todos os outros: se desejo realmente ser ouvido, é preciso “roncar” alto. Entendi que eu posso ser verdadeiro, até mesmo duro, sem ser deselegante (mas, caso seja necessário, serei… viu?). Capitulei que a educação muitas vezes é entendida como fraqueza, em um mundo rude e violento como o nosso. Não acredito mais no discurso vazio que nos ensina a tratar o outro como gostaríamos de ser tratados (afinal o que seria do masoquista sem o sádico?). Me livrei tardiamente dos padrões (ditos) politicamente corretos que protegem as minorias de gênero desconsoladas de seus melindres diários e idiossincrasias constantes; e descambei ladeira abaixo rumo à rudeza da vida dos becos. Hoje sou reflexo dos guetos. Atualmente leio em minha mente o que sinto e deixo isso logo claro ao mundo. Se amo, deixo claro; se não gosto de algo, pontuo. Não quero mais ser uma versão socialmente melhorada de uma humanidade que não deu certo. Não prometo mais amor para ter sexo, por exemplo. Não mais. Busco, agora, o papo reto. Sou, segundo padrões sociais distorcidos, uma versão rudimentar de mim mesmo, piorada. Alguns tentam me alcançar com uma porção de rótulos, algo como machista ou coisa que o valha (se eles soubesse o que realmente penso, eu seria preso… imagina?). Interiormente, me sinto mais honesto, mais verdadeiro. Sigo como se eu deixasse para trás camadas pesadas de um verniz social ralo (alguém já disse que a verdade não merece castigo?). Ademais, fazendo jus a minha fama de machista, é fato que existem mulheres que não chegam aos pés de uma punheta preguiçosa, bêbada e sonâmbula.

#prontofalei

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