Multiverso

Robson Felix
Cala a Sua Boca e Pega Logo a Saideira!
2 min readMay 5, 2016

Você conhece uma teoria da física quântica chamada multiverso? Não?! Conhece, sim. Tenho certeza de que você conhece. Não tá ligando o nome a pessoa? Tudo bem, eu te ajudo. Trata-se de uma teoria que reza que existem várias versões de nós mesmo convivendo simultaneamente em dimensões paralelas. Lembrou? Não falei que você já conhecia essa teoria? Pois, bem. Eu estive pensando sobre isso. O porquê eu não sei. Mas, o fato é que em um momento de devaneio eu pensei sobre essa possibilidade e cheguei à algumas considerações tomando como verdade a premissa básica da teoria em questão. A conclusão mais óbvia a que eu cheguei é a que diz respeito ao karma inerente à versão de nós mesmos que estamos representando em determinada dimensão, entende? Quero dizer, se há uma versão milionária minha ela estará sujeita ao ônus e ao bônus de seu lifestyle e personalidade, sacou? Exemplificado melhor: a minha versão homeless jamais morrerá praticando esportes radicais, certo? É claro que a meu duplo milionário preservará por mais tempo a sua saúde física e mental por comer melhor, fazer exercícios físicos e ter um acesso aos avanços da medicina de ponta — aumentando em muito a sua longevidade potencial — que minha versão homeless não teria, certo? Mas, por outro lado ele, minha versão milionária, estará mais sujeito à um acidente aéreo, por exemplo. Percebe? E a minha versão milionária também estará mais sujeita a uma série de doenças crônicas decorrentes somente do fato de ter dinheiro… tipo: pressão alta, estresse, infarto…

No paralelo a minha versão homeless estará vivendo ao sabor da evolução darwiniana, a lei suprema a que todo nós, seres viventes, estamos automaticamente fadados a padecer desde o nascer.

A necessidade de superação e sobrevivência do duplo homeless, no mínimo, servirá de base para a evolução de sua prole através do inconsciente coletivo.

Se avaliarmos a coisa sob o ponto de vista espiritual, a versão desprovida de bens materiais também estará mais sujeita às provas da matéria que o ajudarão em sua caminhada de evolução, em busca de se aprimorar como espírito.

Mas, você que você chegou até aqui deve estar se perguntando pra que serve este exercício especulativo da realidade subjacente, não é?

Pois eu respondo, constrangido… pra nada.

Só serve para manter a nossa mente aberta para considerar a possibilidade de que a realidade é só uma ilusão.

E quem sabe, no caminho, a gente descubra um jeito de trocar de lugar com o nosso duplo.

Aquele que está vivendo no bem-bom, sabe?

Mesmo com um prognóstico negativo eu prefiro minha versão milionária.

No fim das contas, se tudo der errado — nas trajetórias pavimentadas de ouro de nossas versões aristocráticas quatrocentonas — , nós sempre teremos Paris.

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