O beijo não vem da boca?!
Lembro-me bem do título do primeiro livro que li de Ignácio de Loyola Brandão: O beijo não vem da boca.
Era a história muito ruim, passional e mal escrita.
Ao menos foi assim que me bateu, à época.
A sinopse segundo a Travessa é: Breno amou muitas mulheres. E de repente se vê diante de uma pergunta: o que é o amor para ele? O que ele quer das mulheres? Ele entende que sua crise pessoal faz parte de uma crise universal na qual está mergulhado o homem. Uma crise que envolve a identidade, a masculinidade, a sexualidade, os conceitos de vida e comportamento. Como sair? Breno, o personagem principal deste romance, está em busca dessa identidade, do seu próprio eu. Ele revê amores passados, perdidos, rejeitados. Revê a história da sexualidade brasileira nos últimos quarenta anos. Um romance corajoso, em que as pessoas se desnudam, se amam, brigam. Numa só busca: saber amar. Um dos melhores, mais sensíveis e provocadores livros de Ignácio de Loyola Brandão.
Tudo bem que não sou dado à unanimidades, mas acho que depois não li mais nada do autor.
Puro preconceito.
Todo autor tem o direito de evoluir durante o processo da escrita.
Corta!
Dezessete anos depois leio uma matéria que afirma que o autor ganhou o prêmio unificado machado de Assis, o único cancelado a partir de agora pela Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra.
Com o prêmio Ignácio embolsou trezentos mil reais.
Tudo bem, tudo bem. Eu sei que antes ele já havia arrebatado o Jabuti pelo romance O Menino que Vendia Palavras (em 2008, segundo a wikipedia).
Nada mal para um primeiro encontro ruim, não acha?
Nada pessoal.
Talvez tenha sido mesmo apenas falta de oportunidade de ler outros títulos do autor.
O que eu quero dizer com isso tudo?
Nada, mas você que achou o meu livro de estreia ruim, me aguarde…
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