Vida

Robson Felix
Cala a Sua Boca e Pega Logo a Saideira!
2 min readSep 25, 2016

Apareceu um gato por aqui outro dia…

Eu não deveria começar esse texto assim, pois não há novidades no gato, digo fato. Fui morar num lugar onde tudo é território dos gatos.

Amo gatos, é bom dizer.

Tenho uma gata gorda e melindrosa.

Outro dia mesmo, ela me puniu por ter ficado muitos dias fora de casa. Não, não a deixei a míngua, comprei pra ela um bebedouro que você emborca uma garrafa pet e a inércia faz o resto. Ah, e uma outra coisa dessas para a ração com a mesma base teórica.

Pois bem, quando cheguei em casa, depois de uns dois dias por aí, minha gata gorda simplesmente se vira de costas para mim e aplica uma bela mijada bem no meio da sala.

Conheço sua personalidade, ela jamais me perdoaria por não trocar diariamente a areia de sua caixa, ou por flertar com a terra dos gatos.

Ok, vamos tentar de novo?

Apareceu um gato por aqui, outro dia.

Filhote.

Todo fodido e faminto.

O vizinho o pegou para cuidar.

De outro modo não sobreviveria, o pobre do gatinho.

Em tempo: este texto não é sobre gatos, mas sim sobre a vida.

O tal gato espelhou de uma forma cruel o meu momento de vida.

Faminto, sarnento, assustado e cansado de tanta porrada, vou seguindo a vida.

Venho acompanhando a evolução do gatinho, que aos poucos e com a ajuda do vizinho e da natureza, vai curando as feridas das suas asas e ficando mais esperto a cada dia.

Eu também.

Fiquei pensando em quem seria o vizinho amigo da minha vida, fazendo o paralelo do gato, que me ajudou a ultrapassar fases difíceis de minha trajetória.

Encontrei vários.

Sou grato a todos os amigos (vizinhos ou não) que encontrei pela vida, as vezes me acolhendo, as vezes somente me dando a ração de carinho do dia com o distanciamento afetivo de quem sabe que gatos só ficam ao nosso lado enquanto houver alimento para alma.

De resto, o universo cuida dos detalhes.

Sempre…

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