lamentar X assumir o b.o.

Suelen Calonga
Calonga e o Drama Barroco
2 min readSep 22, 2019
Ori. Ori! ORI!!!

Laroyê!

Eu costumava ter mais assuntos, mas ultimamente tenho sido monotemática, pessoalmente e em outras redes, e sei que isso incomoda demais uma pá de gente.

Não vou me desculpar. Aliás, vou me tornar monotemática nessa rede aqui também. Eu tenho certas prioridades e não posso gastar mais meu tempo e energia com coisas que são menos urgentes no momento. Daqui pra frente minha pauta é uma só.

Tem esse texto aqui, do Anderson França, que se fosse um abaixo assinado meu nome viria logo abaixo do dele, pode ter certeza. Eu endosso cada palavra.

Eu estou revoltada. Mas não é mais aquela revolta juvenil estilo “ninguém me entende”, nem tampouco me sinto mais confortável em bradar “parem de nos matar” por aí. Sabe porquê? Porque a minha revolta está amadurecendo numa tomada de consciência de que o que acontece contra mim é porque eu permito que aconteça. O que acontece contra a gente é porque nós permitimos que aconteça. Ori.

Eles não vão parar de nos matar.
Nós precisamos nos levantar contra eles e impedir que eles nos matem.

A responsa está conosco.

No caso dessa semana, e nesses mais recentes que estão comovendo as pessoas nas redes sociais, não adianta dizer que #aculpaédowitzel. Isso é óbvio e as pessoas não cansam de passar a vergonha de propagar obviedades, parecendo esses adolescentes tipo “ninguém me entende”.

A culpa é dele sim, mas é preciso entender que essa é uma culpa que ele quer ter — na verdade é DOLO que chama, né? — O #witzelassassino tá cumprindo seu próprio plano, sorrindo felizão com os dentes cheios do nosso sangue e é isso mesmo, esse é o plano. O mesmo plano de todos os outros que vieram antes dele.

E nós? Qual é o nosso plano?

#vidasnegrasimportam pra gente também? Em que medida? Qual preço estamos dispostos a pagar pra interromper nossas mortes? É uma pergunta que faço, sobretudo, a mim mesma, todos os dias.

Temos que nos organizar urgentemente. Nada é mais urgente que isso. Nada mais importa. Veja o vídeo abaixo. Está em inglês, mas aqui tem legendado.

A gente precisa urgentemente parar de culpar o governo, a polícia, o escambau, pelo que está acontecendo conosco e começar a nos responsabilizar pelo que estamos permitindo que aconteça conosco desde que o primeiro de nós foi sequestrado de África e não impedimos.

Esse é o primeiro passo, que a nossa ancestralidade espiritual ensina. Assumir o B.O. que nos cabe.

Não vai vir de nenhum branco essa solução.

A gente pode até encontrar alguns aliados entre eles, se dermos sorte, mas não é deles que se trata. A responsabilidade é nossa. Minha.

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