A Composta Modernidade Líquida

Conectar e desconectar tornou-se a nova forma de relação.

Roca Oliveira
Camorumbi

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Somos completamente adaptáveis ao ambiente cultural que vivemos, a pós-modernidade nos trouxe um vislumbre de coisas que jamais imaginávamos fazer, praticar ou até mesmo mudar com os hábitos que nossos pais ensinaram, e que agora já são parte do passado.

Um geração filtrada e caracterizada pela volatilidade e instabilidade onde os pensamentos e ideias fluem e escorrem, numa tentativa de estabelecer um conjunto fixo de valores que simplesmente respingam e esvaem-se.

Associamos “leveza” ou “ausência de peso” à mobilidade e à inconstância: sabemos pela prática que quanto mais leve viajamos, com maior facilidade e rapidez nos movemos. — Bauman

Vivi uma antiga modernidade de valores compostos, onde aprendi ideias sólidas sobre a vida que trago em minhas relações afetivas e sociais, uma grande bagagem porém absoleta e empoeirada pela respingos da vida moderna.

Hoje apenas 20% das famílias ser reúnem para comer na mesa, estamos numa geração de filhos órfãos de pais vivos e passamos em média sete horas e meia diante de algum tipo de tela.(incluo escrevendo este post). O mundo está passando por uma transformação dentro da esfera social, não há uma rigidez de valores e pensamentos absolutos. É sólido demais viver assim. Ao contrário, precisamos ser líquidos: inconstantes, flexíveis e adaptáveis a tudo o que nos importa.

Há um ensinamento bíblico contado por Jesus que revela exatamente estes dois tipos de modernidade, sob uma visão arquitetônica ele compara duas construções: a primeira sugere ser erguida na areia, sem muitos cálculos ou esforços, com uma atraente vista para o mar, a brisa e um belo por do sol, no entanto é passageira, cai a chuva, inunda e se desfaz. A segunda planejada na rocha, intacta e composta de valores estruturais que nenhum efeito climático pôde mudar sua forma original.

A pós-modernidade já nasceu “derretendo os sólidos”. Tudo o que apresentasse uma tendência a permanecer constante à medida que o tempo passasse, deveria ser destruído. Todas as tradições deveriam ser “liquefeitas”. — Bauman

O mundo moderno composto de “agoras” oferece sua liquidez barata, inconstante e imediata, a solidez custa caro e poucos querem pagar o preço. Construimos relações com uma vida útil assumida, porque ele não foi idealizada para durar, conectamos e desconectamos pessoas e suplantamos o que é real.

Até breve!

Roca Oliveira — @aerochurch Evangelist

aerochurch.org

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