A Missão Urbana e o Gueto Religioso

Quando somos evangelizados para nós mesmos.

Roca Oliveira
Camorumbi

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…se eles se calarem, as pedras vão falar por eles. Lucas 19:40 AM

Desde minha infância já ouvia dizer em missão, na época utilizava o termo proclamar o evangelho mais precisamente. A vida urbana mudou e como diz Zygmunt Bauman: vivemos tempos líquidos, nada é para durar. Me lembro que sempre tínhamos horários definidos para tudo e até uma agenda de papel manuscrita para não perder os compromissos, hoje o tempo nos sufoca.

Diante desta perspectiva, o senso de missão perdeu sua identidade, já não somos tão atraídos espiritualmente como antes, o homem urbano se afastou facilmente do outro com a falta de intimidade e distanciamento nos grandes centros e grupos. Você pode morar no mesmo prédio e não conhecer quem mora em frente a sua casa, alguém por perto já não significa proximidade.

“Em geral as pessoas se horrorizam diante da impessoalidade e pela perda da identidade que a cidade traz. Pessoas podem perder a personalidade no meio da correria diária, e dos intermináveis números que somos denominados.” Harvey Cox — The Secular City

Quando Jesus convidou pessoalmente pessoas simples, havia um propósito muito nobre alguém precisaria falar sobre a verdadeira missão e Ele era o protagonista do método(1). Vivemos um cristianismo completamente isolado do mundo e falamos de Jesus para nós mesmos, passamos anos em "guetos religiosos" discutindo dogmas institucionais num espaço privado e criamos uma espécie de mosteiro subterrâneo com uma placa na entrada: "Proibido a entrada de estranhos". A sociedade niilista(niil significa nada em latin) consumirá a verdade com o seu fundamentalismo de idéias imparciais e sem causa definida.

Viver na cidade deve ser a escola da vida no mundo pós-moderno e “ilegível”. Deve ser uma lição contínua de “missão pessoal”, de como viver na cidade-mundo. No entanto nós ainda não aprendemos, porém conhecemos o método(1).

Até breve!

Roca Oliveira

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