Que homão!
Quem foi o maior ser humano que já existiu? Não precisamos conjeturar muito: o “hors concours” Justo Juiz já o afirmou. “Pois eu vos digo que, entre os nascidos de mulher, não há nenhum maior que João” (Lucas 7:28). O que pode deixar alguns indignados, já que Jesus fez essa afirmativa logo depois de os discípulos de João virem, a pedido de seu rabi, perguntar a Jesus se Ele era mesmo o Messias a quem aguardavam. E nós, que nunca duvidamos? Não seríamos maiores que João Batista?
Bem, sabemos relativamente pouco sobre o maior ser humano de todos os tempos. Primo de Jesus, mais velho algo como três meses, conviveu pouco ou nada com Jesus porque não morava em Nazaré. Com hábitos austeros (um vegetariano que abria exceção para gafanhotos), vivendo no deserto, e pregando o arrependimento (a mesma mensagem que Jesus pregava no começo de seu ministério, segundo Mateus 4), batizando os arrependidos no rio Jordão, Batista se tornou famoso, mas o tempo todo disse que estava ali para preparar o caminho do que estava por vir.
Mas não creio que a grandeza de João esteja em qualquer desses elementos que citei. Há um outro fato impressionante no pouco que sabemos sobre ele. Em Lucas 1:44, sabemos que João pulou dentro do ventre da mãe quando Maria, grávida de Jesus, apareceu. E, em João 1:30 em diante, lemos isto: “No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Este é aquele de quem eu disse: Depois de mim vem um varão que passou adiante de mim, porque antes de mim já existia. Eu não o conhecia, mas ara que ele fosse manifestado a Israel, é que vim batizando em água”. Acredito que a grandeza de João esteja no fato de conseguir reconhecer Jesus. E, se ele falhou exatamente nesse ponto depois de estar aprisionado por muito tempo nas mãos de Herodes, Jesus nos recomenda não julga-lo com base nesse episódio. Até o maior dos homens fraqueja em certas circunstâncias e o remédio para isso é ver o que Jesus faz: os cegos veem, os surdos ouvem, os coxos andam e os mortos são ressuscitados. Isso deve ser o suficiente para o grande homem temporariamente encurvado voltar à sua estatura original.
Quer ser grande? Eis aí o tipo de habilidade que deveria pedir a Deus: a de O reconhecer em meio à multidão, à tempestade e no deserto. E, ao reconhece-lO, dar a Ele o que Ele merece: sua adoração.
