Domingos (con)sagrados

Meu depoimento é de uma azarona.

Roberta Russo
campo minado
2 min readAug 14, 2017

--

O número 13 sempre me caiu bem! Hoje jogo com a 10, mas é uma outra história…
Levei tempo demais acreditando que “regras foram feitas para serem quebradas” — isso acontece quando se passa uma vida às quebrando, e então, você acaba perdendo o respeito pelas coisas, e claro, pelas pessoas.
Durante anos subestimei tudo e todos, não precisava de ninguém, até não sobrar nada.
Digo, nada mesmo: família distante, amizades quebradas, amores perdidos.
Estava onde queria estar, mas sozinha agora.
O tal “rolê” era minha casa, meu refúgio e minha verdade. E eu, vazia. Vazia de sentimentos, de perspectivas e sonhos.
Aí vem a parte que o jogo vira! Conheci a Juliana Tupi, a Coringa, a #13.
Éramos bem parecidas, mesmo não a conhecendo de fato. Depois de algum tempo de amizade, de farpas trocadas e finalmente de tempo de vida juntas, aceitei conhecer o flag e o Underdogs.
Treinei, voltei no outro domingo, treinei, voltei, treinei e treinei.
Aprendi um novo esporte, REGRAS e TRABALHO EM EQUIPE. Aprendi a valorizar as pequenas conquistas individuais e coletivas, como por exemplo, não desistir quando o ar não entrar mais nos pulmões, quando minhas pernas não conseguem mais correr e, eu insistir e não parar ou dar força para minha companheira de equipe, para que ela também não desistisse. Respeitar meus adversários e, principalmente, me divertir com a minha defesa (desse tamanho todo, tinha que ser da defesa!).
Hoje eu tenho um imenso orgulho da camisa 10 que visto, das vezes que pude defender em campo — e fora — o UD e, o reconhecimento de minhas companheiras.

Jogo contra Animalia, onde nossa blitzer Nana “saca” a QB

Mudar é difícil, porque precisamos abdicar de tudo aquilo que conhecemos, nos livrar da arrogância, do “salto alto” e no meu caso, aceitar que ninguém precisa ser sozinho.
Que as regras são boas e que elas regem nosso caminho, seja ele qual for.
Hoje eu sou alguém tentando ser melhor, que gosta das regras e respeita as pessoas. Que joga com o coração, sempre cheio, como falamos.
O Underdogs é uma família, é a que escolhi. Que me salvou. Obrigada time!
Somos vencer (qualquer desafio)!

WE ARE UNDERDOGS!

Roberta, 26 anos. Jogo há um ano flag no Underdogs. Formada em história. Café, tempero e álcool.

--

--