MONSTRAS DO FLAG — Carla Prado

Conversamos com a Carla Prado, safety do time de flag football feminino 5x5 — São Paulo Storm

Diana Fournier
campo minado
4 min readSep 25, 2017

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Playoffs 2015 contra o Vasco Patriotas. Arquivo São Paulo Storm.

Mini Bio

Meu nome é Carla Prado, mas no flag me conhecem como Kinha.

Tenho 25 anos, moro na capital de São Paulo. Sou formada em tecnologia da informação, trabalho com tecnologias para marketing em uma agência de publicidade.

Estou no flag a quase 9 anos, comecei jogando 8x8 e participei desde o início do 5x5 aqui no Brasil, modalidade que sigo jogando (quem sabe até rola um FA mais pra frente rs)

O 5x5 me trouxe grandes conquistas, uma das mais importantes foi participar da primeira Seleção Brasileira a competir no Mundial, em 2012 na Suécia. Foi surreal ter a chance de representar o país neste esporte apaixonante e uma honra fazer parte de algo marcante na história do flag.

Além de ser atleta, esse ano iniciei na direção e administração do time Storm, do qual faço parte há 4 anos. É uma grande responsabilidade e toma boa parte do meu tempo, porém tudo sempre recheado de prazer e satisfação. Assim como as demais rotinas do flag, é trabalhoso mas vale a pena.

Conquistas importantes no flag:

  • Campeã Campeonato Brasileiro de Flag Football 2012
  • Campeã Circuito Nacional 2013
  • Tri-Campeã Playoffs Rio/SP pelo Circuito Nacional 2014/ 2015/2016
  • Tri-Campeã estadual pelo Circuito Nacional 2014/2015/2016
  • Bi-Campeã Paulista pela FEFASP 2015/2016
  • Bi-Campeã Paulista APFA 2015/2016
  • Vice-Campeã Circuito Nacional 2014/2015
  • 3º Lugar Circuito Nacional 2016
  • 12º lugar na Copa do Mundo IFAF de Flag Football 2012
  • Prêmio de Destaque do ano (Defesa) do Storm em 2015

Entrevista

Desde quando você joga flag?

Desde 2009, comecei no time do Rhynos Ladies, jogávamos a modalidade 8x8 e não entendia quase nada do esporte. Um fato curioso é que tinha dificuldade em lembrar o nome da minha posição (rs), na época middle.

Qual time de flag você integra atualmente?

São Paulo Storm.

Qual posição você joga?

Sempre joguei na defesa, passando por linebacker, middle e agora safety. Fiz uma participação especial no ataque, sendo center no beach flag 4x4 esse ano.

Já integrou outros times? Quais?

Rhynos Ladies, depois fui para o Palmeiras Locomotives e agora estou no São Paulo Storm.

Como você conheceu o flag football?

Conheci através de um amigo da minha irmã, que me convidou para ir ao treino conhecer e acabou rolando uma mini seletiva no mesmo dia. Digamos que foi amor à primeira recepção. Minha irmã Carol e a Ana #99 participaram também e iniciaram comigo. Depois disso não parei mais.

Nos conte uma história que te marcou no esporte!

No mundial de 2012, havíamos chegado com confiança na competição, mas mal sabíamos o que nos esperava rs. O nível era muito diferente do que jogamos/praticávamos até então no Brasil e também interpretávamos as regras de outra maneira, devido a isso acabamos levando várias faltas. Tínhamos perdido todas as partidas da fase de grupos até que no último jogo contra o Panamá, que também estreavam no campeonato, a história mudou e conquistamos a primeira vitória do Brasil, por 34x14. O jogo foi emocionante e com um gosto especial para mim, que realizei a minha primeira interceptação. A primeira a gente nunca esquece rs.

Tive um outro momento muito marcante, foi na etapa regional de 2015 contra uma das equipes mais tradicionais de São Paulo, o Spartans. Era um jogo decisivo e mega acirrado, cometemos algumas faltas de contato que reiniciam a contagem das descidas e nos levaram para dentro da nossa endzone, onde ficamos por incansáveis 14 downs. Lembro que a cada descida havia uma jogadora machucada, o que colaborou para atingirmos o limite. Estávamos na frente por apenas 2 pontos e temíamos tomar o TD, mas nos últimos segundos minha parceira Ingrid (#96 Guidi) realizou uma bela interceptação e a partida chegou ao fim. Como resultado conquistamos mais um título.

O que esse esporte significa para você?

Muito aprendizado e muita paixão.

Que conselho você daria para as atletas novatas ou de times pequenos, com pouco apoio ou visibilidade?

O flag é um esporte em crescimento e para alcançarmos patamares maiores é preciso empatia, respeito e trabalho em grupo. Só será possível se unirmos forças. Estejam abertas para ouvir e trocar experiências, estamos juntas nessa.

1ª Rodada da APFA 2017, contra Palmeiras Locomotives. Arquivo São Paulo Storm.

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Diana Fournier
campo minado

manauara, head of product user researcher at @picpay, catlover, tattoed girl