O perfil das mulheres do Flag do Brasil

Pesquisa realizada via formulário online, entre os dias 17 e 21 de julho de 2017.

Grasiela Gonzaga
campo minado
4 min readJul 24, 2017

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Semana passada, pra exercitar o que aprendi num curso, lancei uma rápida pesquisa sobre Flag Football para poder traçar um perfil de quem pratica a modalidade no Brasil. Em menos de uma semana consegui atingir a minha meta de 300 respostas. Segue abaixo o que podemos aprender juntas sobre o Flag feminino nacional!

Quem joga flag football?

Quem disse que no Nordeste não tem Flag Feminino? As meninas do Iracemas estão aí pra provar o contrário.

Como esperado, as mulheres são a grande maioria: 74% das entrevistadas são mulheres.

Qual a faixa etária e escolaridade?

Os times universitários femininos estão começando a surgir. As meninas do USP Red Pandas estrearam este ano no Paulista de Flag 5x5 da APFA.

64% das entrevistadas tem entre 20 e 30 anos de idade. As mulheres mais experientes também apareceram em grande peso: 19% tem mais de 30 anos. A nova geração ainda está engatinhando. Apenas 16,5% tem entre 16 a 20 anos. E a criançada praticamente não sabe da existência do flag… menos de 0,5% são menores de 16 anos.

Acompanhando a faixa etária, a grande maioria das entrevistadas já tem nível superior completo (55%), pós-graduadas (9,5%) ou mestradas (2%). 30% tem Ensino Médio completo e apenas 2,5% só tem o Ensino Fundamental.

Onde vivem?

A equipe Piedade Hainus, do interior de São Paulo, também estreou em 2017 no Paulista de Flag 5x5 da APFA.

Também conforme o esperado, o berço do flag continua sendo a região mais forte. 64% das entrevistadas estão na região Sudeste, sendo a grande maioria do Estado de São Paulo (58%).
Não é a toa que o Campeonato Paulista de Flag Football 5x5 Feminino da APFA conta em 2017 com 14 equipes participantes, sendo 7 da capital e 7 do interior do Estado.

O Jaraguá Breakers foi o Campeão do primeiro torneio de Flag Football de Santa Catarina em Junho de 2017.
Campo Grande Cobras domina o centro-oeste e é o atual campeão do Circuito Nacional.

Em segundo lugar, uma grande surpresa. Existe Flag no Nordeste do Brasil! 13% das entrevistadas são daquela região. A 3a. força está no Centro-Oeste, que cresceu muito no Circuito em qualidade, mas não em número de equipes/praticantes (11%). Outra grande surpresa ficou na 4a. força, o Sul. 8% das entrevistadas. De fato, nos últimos tempos pudemos acompanhar o surgimentos de equipes, alguns amistosos e torneios acontecendo na região.

A região norte apareceu em último, com apenas 4%, porém sabemos que a modalidade vem crescendo por lá no decorrer dos últimos 2 anos.

O que fazem?

Victoria Guglielmo (ajoelhada), quarterback da Seleção Brasileira desde 2012, por muitos anos se dividiu na funcão atleta/coach no São Paulo Storm, porém hoje faz parte da pequena porcentagem de Técnicas full time do Brasil, estando a frente da equipe Cariocas FA.

As mulheres estão fortes dentro de campo. 87% são apenas jogadoras, porém as equipes ainda são, em sua maioria, comandada por homens, já que apenas 0,5% das entrevistadas atuam somente como técnicas. 3% se dividem entre estar dentro de campo como atleta e simultaneamente dando suporte como coach. 2,5% além de se dividirem dentro de campo como atleta e coach, também abraçaram o posto de dirigente da equipe. As restantes 6,5% se dividem entre atuar como atleta e também como dirigente.

Há quanto tempo praticam Flag Football?

Fluminense Guerreiras conta com uma das bases mais experientes do circuito nacional.

Essa era a pergunta que eu mais queria saber a resposta. A que me comprovaria se todo o esforço da velha guarda do flag feminino teria sido em vão ou não. Felizmente tudo que investimos foi sim, muito válido!

38% das entrevistadas tem menos de 1 ano de flag. 24% tem entre 1 a 2 anos, e 15% entre 2 a 3 anos de prática.
Portanto 77% das mulheres praticantes de Flag Football do Brasil iniciaram a prática entre 2014 e 2017.

O crescimento da modalidade é proporcional ao crescimento da Seleção Brasileira de Flag em Mundiais. Um bom salto em 2014 e um enorme salto em 2016. E a velha guarda não quer largar o osso não. 23% das praticantes já atuam há mais de 3 anos.

Eu não tinha dúvidas de que o Flag Football feminino está em ascensão, os números estão aí pra provar que o crescimento é sim, muito real! :)

Fica ligado no Campo Minado, em breve divulgaremos a pesquisa completa!

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Grasiela Gonzaga
campo minado

No Flag sou a "G". Já são mais de 7 anos de Flag Football nas costas. Atleta, dirigente, water girl, árbitra e entusiasta pra sempre.