A minha impressão do Rio de Janeiro

Victor Tohmé
Canal da Mundo
Published in
5 min readFeb 28, 2021

Episódio 1 | Capítulo 09 — O Explorador

Aviso: o que vou contar neste capítulo é a minha experiência na capital. Através das minhas crenças, os meus pensamentos e gostos. Através de tudo o que eu vivi. Por isso, esse texto não tem intenção nenhuma de servir de guia de viagem nem como ponto de partida para se planejar uma visita à capital. Mas se servir, fique à vontade (:

Às 23h do dia 09 de janeiro de 2021 eu pisei, pela primeira vez, em um ônibus de leito. Aquele de dois andares, sabe? Junto da estreia um frio na barriga me acompanhava em minha primeira viagem sozinho. Não vou mentir que a expectativa estava um pouco para cima: todo mundo falava que viajar sozinho era o esquema, a melhor viagem da vida e qualquer frase positiva que caiba aqui. Mas eu precisava tirar a prova disso por mim mesmo e a única coisa que sentia era medo.

E, me atendo ao plano que contei no capítulo passado, eu viajaria várias horas pela madrugada cruzando São Paulo e chegaria às 6h da manhã na capital carioca. Era um bom plano, se não fosse pela minha grande dificuldade: conseguir dormir em qualquer tipo de transporte.

A recepção

Resultado? Uma noite mal dormida. Mas acho que mal dormida ainda é uma maneira carinhosa de chamá-la, porque quando os primeiros raios de sol invadiram a janela do ônibus, senti minha cabeça arder e meus olhos protestaram pela tentativa falhar de pregar no sono. O cansaço chegou pesado e eu sabia que mais cedo ou mais tarde o meu modo “Bêbado de Sono” assumiria o controle. Até lá, eu não me preocuparia.

O Buser, por não se afiliar a nenhum tipo de rodoviária, parece que aluga estacionamentos nas cidades para deixar seus veículos. Assim que estacionou ouvi uma buzina da rua: era o carro alugado da minha amiga. Eu não contei para vocês, né? Ela e o namorado alugaram um carro para me receber e apresentar a cidade. Ficariam comigo o dia todo, mostrando os principais pontos, as praias, a cultura e lugares nostálgicos deles nos diferentes bairros do Rio. Me aguentariam no modo “Bêbado de Sono” que chegou forte às 16h. E que um cochilo de 15 minutos fez toda a diferença.

Foi um gesto tão incrível e inesperado que tirei 04 grandes lições disso. E espero contá-las no próximo capítulo. Agora nas próximas linhas quero falar um pouco de como foi a minha experiência no Rio. Eu não conheci todos os lugares, fiquei apenas 1 dia, por isso, o que vou contar é uma experiência particular minha, sem nenhuma recomendação de local para visitar, nem uma verdade para se seguir.

A experiência no Rio

Sabe em novelas e filmes brasileiros quando falam do Rio e de Niterói? Não sei se foi só comigo, mas toda vez que falavam a respeito eu achava que Niterói era um bairro do Rio. E cruzando a ponte sob o mar foi que eu descobri que eram duas cidades diferentes, mas vizinhas. E uma ponte foi construída interligando as duas.

Por outro lado, fiquei sabendo quais eram mesmo os bairros cariocas: Copacabana, Leblon, Lapa, Ipanema, Jardim Botânico, Lagos e muitos outros. Cada um com sua beleza e um estilo próprio. Descobri também que o carioca é muito bairrista: cada um defende o seu. Quem nasceu em Copacabana vai vestir a camisa dela, enquanto a pessoa da Lapa vai defender sua terra.

Basicamente, o que posso falar do Rio? A versão curta: ele é realmente maravilhoso em beleza. Uma vista surreal para o mar, várias ilhas, verdes e um contraste com montanhas que proporcionam um espetáculo da natureza.

A outra versão? O Rio é um local extremamente diverso e com altíssimo contraste. O urbano com o verde, as favelas nos morros com as ruas da cidade, o rico e o pobre, a parte bonita e a parte feia, como se tudo se mesclasse e se conectasse formando um organismo vivo chamado Rio de Janeiro. Aquela cidade é viva e cada detalhe, diversidade e riqueza natural compõe algo único.

O ponto negativo: o calor. Parece que os portões do inferno foram construídos naquela cidade e eles permanecem sempre abertos, despejando uma onda quente e abafada em todos os lugares. Os termômetros marcavam 30ºC no mínimo, mas a sensação térmica beirava os 40ºC. E esse era um dia típico na cidade. A sensação já chegou a ser de 50ºC.

O que visitei

Eu fiz um belo tour. Comecei no Rio, fui pra Niterói e terminei no Rio.

O bairro que andei em Niterói me lembrou bastante alguns lugares de São Paulo. As praias são bem agradáveis. Se eu morasse no Rio, uma provável programação de domingo a tarde seria pegar uma praia em Niterói, aproveitando da vista, das águas geladas que caiam muito bem com o dia quente e de observar os animais, a maioria aves, com suas rondas diárias pelo céu.

Já na capital fui em uma missão: conhecer o maior número de pontos turísticos. E adotei uma mentalidade muito bem-vinda: como não sabia o dia em que voltaria à cidade, gastos com atrações turísticas estavam liberados. Internalizei que experiências e memórias valem muito mais a pena e uma imersão turística proporciona ambas as coisas.

Dessa forma:

  • Visitei a Escadaria Selarón, que fica entre os bairros da Lapa e Santa Tereza. Parece que os degraus não têm fim, mas são todos coloridos e entregam uma mensagem arquitetônica incrível.
  • Conheci o Parque Lage, com bastante verde e que proporciona uma vista debaixo do Cristo Redentor.
  • Há os Arcos da Lapa, um dos cartões postais da cidade e dita como a maior obra arquitetônica feita no período colonial. Fonte? Google.
  • Subi no Morro da Urca e no Morro do Pão de Açúcar através do famoso bondinho. O ingresso inteira custa em torno de R$120,00 e você vive uma das maiores experiências visuais. Ambos os morros entregam uma vista superior da cidade, do mar, do verde, das favelas. Lá de cima foi que eu entendi o quão diverso e único era o Rio.
  • Dei uma passada de carro na famosa favela da Rocinha, através de uma rua principal que cortava a comunidade por dentro.
  • E um dos lugares que mais gostei foi no Arpoador, uma formação rochosa dentro da praia do Arpoador, no bairro de Ipanema. Nas rochas encontrei um mar aberto e uma aula de pôr-do-sol, saindo um pouco do urbano e me conectando de verdade com a natureza e toda a sua grandiosidade.

O único lugar que faltou para sair 100% satisfeito do Rio foi ver O Cristo Redentor. No dia que visitei, algumas nuvens cobriam o ponto turístico, como se tentassem escondê-lo dos olhos humanos. Mas hoje entendi que foi a maneira que a natureza encontrou de me dar um motivo para voltar à cidade. Parece que precisarei retornar ao Rio, fazer o que…não posso deixar de conhecer o local mais famoso do Brasil.

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Esse foi o Episódio 1 | Capítulo 09 da Série “O Explorador”.

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