As coisas que eu vivi em Búzios

Victor Tohmé
Canal da Mundo
Published in
4 min readApr 18, 2021

Episódio 1 | Capítulo 14 — O Explorador

Durante minha estadia em Búzios um sentimento sem nome me invadiu e me acompanhou por muito tempo. E só depois de sair da cidade e passar muitos dias longe dela, que eu finalmente entendi qual era a dele.

Porque em Búzios era muito gostoso o final de tarde: perceber que o céu azul vibrante não perdia sua cor, sustentando uma vibe agradável até o sol realizar seu espetáculo ao se pôr no horizonte.

Também eram prazerosas as caminhadas: há duas partes de Búzios — a continental e a península. E caminhadas nesta última proporcionavam belas paisagens que não te deixavam sentir o tempo passar. Quando via, já havia atravessado boa parte da cidade e conhecido diversas praias neste trajeto.

E Búzios é muito de esconder segredos: nas rochas, nos mares, nas ruas. Digo isso porque se quiser conhecer mesmo alguma praia, vá até uma de suas extremidades, encontre caminhos rochosos e siga por eles. Depois de uns 5 a 10 minutos, o lugar se transforma em um verdadeiro paraíso: como o ângulo da praia mudou, você passa a enxergá-la pelos olhos da própria natureza, se conectando ainda mais com tudo.

E hoje, escrevendo essas palavras, consigo dizer que o sentimento que me invadiu é o de “estar em casa”. Aquele sentimento que conforta. Que te acolhe e te cuida. Você sai de Búzios com um gostinho de lar e volta pra sua casa desejando nunca ter deixado pra trás aquele paraíso.

As praias de Búzios

Ao todo são cerca de 23 praias na cidade, a maioria localizada na parte da península. Se quiser se locomover de forma mais fácil, aconselho pegar as vans, que cruzam a península pela avenida principal. Paga R$ 3,50, um preço honesto, e rapidinho chega ao destino.

Vão faltar linhas pra eu descrever praia por praia, mas vou dividi-las em blocos pra ficar mais fácil.

1. Parte da península

Do lado esquerdo Manguinhos, Tartaruga, Amores, Armação, Ossos, Azeda, Azedinha e lá na ponta: João Fernandes e João Fernandinho.

Do lado direito, começando de baixo pra cima: Geribá, Ferradurinha, Ferradura, Foca, Forno, Olho de Boi (praia de nudismo), Brava e aí chegamos no par Fernandes e Fernadinho.

Posso escrever um artigo falando praia por praia de tão especial que cada uma é. Entra naquilo: chegou, visual espetacular. Viu as pedras? Caminha, sério. O visual espetacular multiplica por, no mínimo, 2.

Mas claro que, para um momento turístico, de 2 a 3 dias na cidade, alguns lugares não podem faltar: Manguinhos é aquela praia que você deve visitar ao final do dia, já que reserva um dos cartões postais da cidade: o pôr do sol no deque. Cada clique de lá é de tirar o fôlego.

A praia da Tartaruga provavelmente recebeu esse nome pelas tartarugas, mas a real é que em Búzios inteira você pode ter a sorte de encontrar uma. Então o que eu gostei mesmo foram das piscinas naturais que existem lá (surpresa da caminhada nas pedras), sem contar que era a praia mais perto de onde eu estava hospedado: 10 minutos a pé.

Na parte esquerda eu iria com toda a certeza na Azeda e Azedinha, principalmente no final da tarde, por conta do pôr-do-sol. Assim, no dia 1 assistiria de Manguinhos e no dia 2 na Azedinha.

Já na parte direita eu senti uma conexão muito forte com a Ferradurinha. É uma praia que possui umas formações rochosas gigantes no meio do mar, super acessíveis e que, escalando-as, consegue ter um visual do alto incrível. Fiquei uns 50 minutos na maior das pedras contemplando a natureza e o mar que chacoalhava embaixo de mim.

Geribá é a única praia, do lado direito, que você consegue ver o pôr-do-sol. Vale a pena também, uma vez que é um pedaço de areia gigante e os raios do sol espelham as águas de uma forma estonteante. Vale também dar um pulo na praia do Forno e da Brava: são dois lugares em que as areias são vermelhas.

2. Parte continental.

E desta parte de Búzios encontramos o que chamam de o “lado B” da cidade, locais nem tão turísticos assim, mas que não perdem em nada.

Visitei a praia de José Gonçalves, afastada por uma estrada de terra, mas que funciona como um verdadeiro retiro de meditação. Deserta, repleta de animais, gaivotas e até mesmo falcões e com uma mini caverna pra relaxar.

Há também a praia de Caravelas, separada da cidade por outra estrada de terra, mas que no final descobre que existe um hotel referência naquela região guardando a praia, minúscula, mas que tem seu charme. Sim, a praia é pública.

E o último lugar continental que vale a pena a visita é a ponta do pai Vitório: alguns minutos de caminhada você está no topo da montanha, assistindo Búzios de cima. Outros minutos de caminhada você está na praia, repleta de tartarugas. Chato, não?

Acho que Búzios é um daqueles lugares que merecem ser visitados pelo menos uma vez na vida. E mergulhar na região por pelo menos 1 semana. Sabendo onde comer e onde ficar, a estadia não sai cara e levará pra sempre de lá altas experiências e recordações.

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Esse foi o Episódio 1 | Capítulo 14 da Série “O Explorador”.

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