Como eu fundei uma empresa enquanto mochilava pelo Brasil

Victor Tohmé
Canal da Mundo
Published in
5 min readApr 18, 2021

Episódio 1 | Capítulo 16 — O Explorador

Às vezes parece que quando temos uma ideia muito foda ou mesmo alguém decide por criar uma empresa que se torna um fenômeno, essas coisas acontecem do nada. Parece que acordamos um belo dia, os raios do sol despontando em nossa janela e isso causa uma reação mágica na nossa cabeça que nos desperta com a ideia e o nome da empresa.

Mas a real é que essas informações chegam na gente como o resultado final. Elas esquecem de mencionar, ou a gente não pensa em levar em consideração, que existiu um processo por trás. Um caminho. Uma jornada que a pessoa precisou trilhar para lapidar o nome, a ideia e colocar tudo isso em ação. Mas eu diria que aquela reação mágica pode sim acontecer, mas faz parte apenas do start de tudo. Daquele “empurrãozinho”.

E o meu start veio em agosto de 2020.

A minha paixão antiga

Eu sempre quis criar algo, mas nunca existiu uma combinação de elementos: um nome pelo qual eu me apaixonaria, um propósito por trás e uma motivação de fazer isso todos os dias.

Já me aventurei em projetos antigos, um deles foi abrir um canal no Youtube para ensinar química (minha formação é Farmácia, então tem a ver hahaha). Foi essa iniciativa que fez eu aprender design e marketing. Mas faltou um elemento que só fui corrigir mais tarde, com anos de terapia: persistência. Eu não dei certo no Youtube porque não persisti o suficiente para isso acontecer.

Pulando alguns anos, no final de 2019, ajudei uma amiga minha a lançar seu primeiro livro. Ajudei a dar vida ao projeto, cuidei do design, do site dela e até mesmo do marketing. E o lançamento foi um sucesso. E reparei que eu me senti muito feliz fazendo aquilo, por duas razões: a primeira por ajudá-la a realizar um sonho de muito tempo. Acho que quem escreve tem muito disso: ver o livro se tornando realidade faz parte de um sonho. A segunda tem a ver com uma paixão antiga minha: livro e escrita.

Quando eu era pequeno tive o primeiro contato com livros e ficções ao ler Harry Potter e a Ordem da Fênix, aquele tijolo em forma de livro. E conforme devorava mais e mais obras, passei a colocar sentimentos e histórias no papel. E o tempo voava, minha cabeça mergulhava e não via o tempo passar. Era uma sensação muito gostosa. E mantive esse ritmo até o vestibular, onde acabei me dedicando aos estudos e deixei a escrita de lado.

Desse momento até a abertura do canal do Youtube, passei a ler outros tipos de livros: os de auto-ajuda e negócios. E do Youtube até o lançamento da minha amiga, nunca entendi direito o que era aquela parte dentro de mim que existia escondida, se remexendo, querendo de qualquer jeito ir pra superfície e voltar a fazer parte da minha vida. E com o que senti ao final de 2019, percebi que aquela parte era o meu lado escritor, o meu lado leitor de ficção.

E foi daí em diante que senti que, de alguma maneira, precisava resgatá-lo.

Agosto de 2020

O que nos faz retornar até agosto de 2020. Por conta da pandemia fundei uma agência de marketing para atuar em algumas vertentes do marketing digital: design, criação de sites e estratégias digitais. E no escopo estariam o lançamento de livros, entre outras coisas.

E foi depois de muita reflexão, passando dias pensando no assunto, desenhando no papel metas, objetivos e até mesmo porque eu estava fazendo tudo aquilo, foi que eu cheguei no nome da empresa: Mundo. A Agência Mundo.

Seria a partir dela que eu poderia colocar minha criatividade e imaginação à disposição. Ajudar as pessoas a partir de um Mundo que eu mesmo criasse. A partir das minhas maluquices e brisas, poderia ajudar pessoas a seguirem seus próprios sonhos. Seja uma arte, uma escrita ou até mesmo um negócio próprio.

E de agosto até dezembro foi um processo de maturação: primeiro veio o nome, depois um rascunho de ideias, depois o corpo das operações da empresa e assim, fui caminhando. Para que em dezembro de 2020 eu estivesse com bastante coisa desenhada: meu site, meus serviços e como queria ser visto pelo mundo.

Até que veio o meu mochilão.

O ponto de virada: Búzios

E por que esse meu mochilão, no começo de 2021, foi tão especial? Além de ter sido a primeira experiência viajando sozinho, ele me proporcionou muitos insights e decisões importantes, porque me forçou a entrar profundamente em contato comigo.

Apesar da Agência Mundo ser algo que eu concretizei depois de muita reflexão, ela não conversava 100% comigo. Faltava alguma coisa. Quando eu ia produzir conteúdo, não sentia que eu tinha a motivação necessária para persistir naquilo por muito tempo. Então, o que faltava?

E a resposta veio na minha segunda caminhada pela cidade. Tirei o dia todo de folga e passei caminhando nas praias, conhecendo pontos novos da cidade e ficando horas contemplando o mar e refletindo sobre a minha vida e como fui parar ali. E duas coisas saltaram na minha frente: a felicidade de ajudar minha amiga a lançar seu livro e como aquilo foi o primeiro contato, depois de anos, com meu lado escritor que eu estava louco para resgatar.

Eu estava diante da oportunidade perfeita de focar minhas habilidades que adquiri ao longo dos anos com marketing, planejamento e design com a minha paixão de adolescência.

Dois dias depois, a empolgação não cabia dentro de mim e só precisei ajustar os ponteiros: a minha agência existiria, mas com outro nome e proposta. Mas a marca Mundo passaria a conversar com escritores: a partir disso poderia ter a oportunidade de ajudar mais pessoas a lançar seus livros. Seria o momento perfeito para eu resgatar minha essência: embora eu esteja enferrujado na escrita, sempre fui muito autodidata. E não me importaria de estudar, absorver o conhecimento e passá-lo através da Mundo para que outros escritores aprendam e se desenvolvam.

Seria através da Mundo que eu poderia voltar a escrever meu livro de ficção. Seria através da Mundo que ajudaria mais escritores a darem vida aos seus projetos. E minha imaginação voou alto ao pensar nas possibilidades: meu Instagram crescer, mais livros serem publicados e, quem sabe, até mesmo fundar uma editora.

E a empolgação me preencheu. E me preenche até hoje, escrevendo essas linhas e pensando em todas as coisas que eu quero trazer para a Mundo. Uma coisa eu posso dizer: é apenas o começo.

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Esse foi o Episódio 1 | Capítulo 16 da Série “O Explorador”.

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